Luanda  - Há pouco mais de um mês o antigo ministro da Comunicação Social,  Manuel Rabelais, foi indicado para dirigir a Comissão de Comunicação Institucional para a Campanha Eleitoral do MPLA. O Presidente José Eduardo dos Santos deve convocar, nas próximas semanas, as eleições para finais de Agosto ou Setembro do corrente ano.


Fonte: Makaangola.org


No entanto, a nomeação de Manuel Rabelais, que actualmente está a ser investigado pelo Tribunal de Contas por actos de corrupção, tem causado tensões no Ministério da Comunicação Social. A ministra Carolina Cerqueira e o vice Manuel “Wadijimbi” Carvalho, têm realizado processos de afastamento de altos funcionários dos órgãos de comunicação social estatais considerados como indefectíveis de Manuel Rabelais.


Como mestre de intrigas, Dos Santos nomeou Manuel Rabelais como forma de publicamente retirar confiança à Carolina Cerqueira e Wadijimbi a quem admoestou, em Fevereiro passado, numa sessão ordinária do Comité Central do MPLA foi coisa séria.


Manuel Rabelais regressa em força, depois de ter rejeitado vários cargos públicos e privados em sinal de protesto pela forma como foi exonerado do cargo de ministro da Comunicação Social. Os seus “seguidores” na Rádio Nacional de Angola estão quase todos sem trabalhar, embora recebam regularmente os respectivos ordenados.


Com o novo cargo, Manuel Rabelais passa a ter, sob sua subordinação na Comissão de Comunicação Institucional, indefectíveis do Presidente da República como Aldemiro da Conceição e José Mena Abrantes, respectivamente director do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa Militar do Presidente da República e secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República. O director nacional de Informação do Ministério da Comunicação Social, José Luís de Matos, também passa a estar sob a batuta de Rabelais.


Carolina Cerqueira, a ministra da Comunicação Social, dirige a Comissão de Informação e Propaganda, estando teoricamente ao mesmo nível que Manuel Rabelais. Na realidade, este detém os verdadeiros poderes. Sob dependência  da ministra estão o “eterno vice” Manuel “Wadijimbi” Carvalho e Luísa Damião, administradora para a área de Informação da Agência Angola-Press (ANGOP).


Tanto a Comissão de Comunicação Institucional para a Campanha do MPLA como a Comissão de Informação e Propaganda, dirigida por Carolina Cerqueira, demonstram a manutenção do sistema de partido-Estado. O MPLA assume-se como o Estado, enquanto os pressupostos da separação de poderes e a democracia, em si, são apenas discursos políticos de conveniência, para a manutenção do status quo.