Luanda - Ponto Prévio: Numa entrevista de actualidade seja com quem for, não podemos perguntar tudo, temos que saber perguntar o que é mais importante para o esclarecimento do momento.


Fonte: Morrodamaianga.blogspot.com


O Manuel Vieira que me perdoe mas não gostei muito da forma como ele conduziu a entrevista que Isaias Henriques Ngola Samakuva concedeu esta quarta-feira à Ecclésia. O primeiro reparo tem a ver com a distribuição espacial dos temas, tendo em conta o limite de uma hora, que era o tempo disponível para a entrevista.


Pareceu-me ser um total exagero que os primeiros trinta minutos (ou mais) da entrevista fossem preenchidos com "questões menores" relacionadas com as makas internas da UNITA, (mais a CASA) e com os alegados problemas financeiros de Samakuva. Foi excessivo e pouco produtivo.


Nesta altura questão mais importante (para mim claro) é a convocação das eleições e a participação da UNITA, tendo em conta, tudo aponta para aí, que JES as venha a convocar no próximo dia 31 de Maio.


Relegado este tema para um lugar absolutamente secundário, ficamos sem saber qual é a estratégia da UNITA/Samakuva para enfrentar os vários cenários que se colocam ao principal partido da oposição.


Até porque, a UNITA continua a boicotar a Comissão Nacional Eleitoral, apesar de já ter dito que vai participar nas eleições, o que por este andar da carruagem ainda não significa muito em termos mais definitivos.


Era quanto a mim muito mais importante para o país saber a resposta a estas e outras questões conexas, (que são mais do que muitas e complexas) do que vermos M.Vieira a esgravatar um terreno que é, óbviamente, incómodo para Samakuva, mas já não produz grandes e esclarecedoras novidades políticas, que é o que todos esperamos de uma entrevista de actualidade com um político da dimensão de IS.


Mais uma vez o MV que me perdoe, mas a entrevista pecou pela ausência de planificação mínima, que permitiria, certamente, outros resultados, que deste modo não foram alcançados.