Luanda - Desde que em 1994 veio a Luanda, refugiado do Huambo por causa do conflito pós-eleitoral que eclodiu na sequência da recusa da UNITA em aceitar os resultados do pleito de 1992, o jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA) Gonçalves Nhjanjica tudo faz para dar nas vistas e subir tanto quanto possível, não sem atropelar quem está no caminho, numa demonstração de claro arrivismo.


Fonte: Club-k.net


Para a sua ascensão profissional e social recorre geralmente a meios pouco ortodoxos, desde a aquisição de veículos incompatíveis com o ordenado que aufere – o seu nome chegou a sair nas páginas de publicidade do Jornal de Angola, numa lista de caloteiros duma concessionária de luxuosos carros americanos – até “alistar-se” nas fileiras de “discípulos” de Fernando Miala, quando este era o homem forte dos Serviços de Inteligência Externa (SIE).


Agora, sem o amparo do antigo chefe da “Secreta” angolana, Gonçalves Inhanjica arranjou outra “ocupação” que julga lhe render mais visibilidade e status, motivo por que na redacção da TPA se permite ao luxo de intimidar colegas em nome de altas figuras da hierarquia do Estado e dando sempre pretensas “ordens superiores”. O novo “emprego” do antigo repórter da TPA no Huambo é molestar, com ordens absurdas, os seus colegas no Palácio Presidencial da Cidade Alta, à colina de São José, onde ele é o repórter destacado pela estação de TV do governo.


Em diversas circunstâncias, o arrivista jornalista deu ordens a colegas de profissão sobre o que podiam ou não fazer nos domínios do PR. Não poucas vezes também é visto a distribuir cotoveladas a outros profissionais da comunicação social, “travestindo-se” de guarda pessoal de José Eduardo dos Santos. Essas “macaquices” renderam-lhe o codinome de “Pirilampo” entre os seus pares da informação.


Uma das mais recentes “performances” de Gonçalves “Pirilampo” Nhanjica aconteceu por ocasião da audiência concedida pelo PR ao Papa Bento XVI, em Março passado. Na circunstância, o “guarda-costas de brinquedo” ou “soldadinho de chumbo”, como os próprios seguranças o alcunharam no Palácio Presidencial, impediu o correspondente da Prensa Latina, identificado como Óscar, de fazer-se acompanhar de uma minúscula câmara fotográfica de 10 pixels à sala em que José Eduardo dos Santos iria receber o Sumo Pontífice.


As “macacadas” do “soldadinho de chumbo” são motivo de chacota nos corredores do Palácio da colina de São José. Jocosamente, altas patentes da guarda de José Eduardo dos Santos referem-se ao jornalista da TPA como candidato a um lugar nas desconfortáveis carrinhas de marca Chevrolet que costumam carregar as centenas de soldados apeados nas ruas da cidade quando o “zero-zero” (um codinome popular do Presidente da República) sai de casa.