Luanda – Sem exagero, viver na capital do país continua suscitar cada vez mais cuidados. A falta de emprego, principalmente, para os jovens – como principais vítimas da sociedade angolana – esta na origem do aumento considerável das práticas melindrosas que periga, além da vida, a paz e as liberdades fundamentais de um pacato cidadão. Como resultado, todos os santos dias centenas de pessoas são assaltadas, roubadas, violadas e as vezes mortas, por possuir simples objectos valiosos.
Fonte: Club-k.net
Na última segunda-feira, 21, o jornalista Celso Malavoloneke foi – por voltas das 2 horas da manhã – vítima de um assalto à mão armada por três elementos não identificados, na sua residência, em Luanda. Além dos valores monetários (cerca de 210 mil kwanzas), os assaltantes – cujo paradeiros desconhecesse até aqui – levaram consigo vários objectos de valores, dentre os quais o seu carro.
O também director geral da Comunicação Movimento fez a denúncia através da sua página da rede social “Facebook” nos seguintes termos: “Confesso que pensei que já tinha passado por tudo na vida. Mas esta de hoje (segunda-feira), às 2 da manhã ser despertado no meu próprio quarto por três energúmenos armados até os dentes... que levaram 210.000 kwanzas; mais meia casa que carregaram no meu próprio carro... e ainda tive que "chuchar" do cano de uma Makaroff na presença dos meus filhos pequenos... que viram a mãe e o pai serem amarrados mãos e pés que nem cabritos para fugirem com a viatura... foi o cúmulo”, descreveu, deixando duas questões no ar: “será que o aumento dos assaltos à mão armada em Luanda tem a ver com as eleições que se avizinham? Ou com as opiniões que emitimos a favor ou desfavor deste ou daquele?”.
“No meio disto tudo, o que vale mesmo é que saímos todos com vida. Louvarei eternamente o meu Senhor por esta reconfirmação do Dom da Vida para mim e para os meus. A Luta? Essa Continua...”, rematou o jornalista e docente universitário.
Em gesto de solidariedade, vários amigo(a)s virtuais – dos 4.937 – de Celso Malavoloneke no “Facebook” lamentaram o sucedido e deixando centenas de mensagens de encorajamento. Dentre eles (amigos virtuais), José Mena Abrantes, o escritor, que teceu o seguinte: “Abraço solidário, Celso. No mês passado também fui assaltado às 2 da manhã a entrar no meu carro, também sem consequências de maior... Foram só bens materiais que se perderam”.
Como não podia deixar de ser, o activista cívico José Gama , expressou-se da seguinte forma: “Minha solidariedade, até parece azar, já da vez passada foi cá em Pretoria ao entrares para casa. Shame”. Enquanto o director do Semanário Angolense, Salas Neto, questionou “quem é o sacana que te «encomendou» isto. Fdp. Coragem, só meu irmão. Eles já é que sabem, mas a luta continua...”
Por sua vez, Pedro Malembe, um dos designados “revús” de Luanda, descreveu o seguinte: “Cota Celso Malavoloneke, crendo ou não quem cria os bandidos é o MPLA, 1º a incompetência do MPLA que não consegue oferecer condições básicas as populações. 2º Aonde é que estes bandidos adquirem arma? Sei que, em 1992 o MPLA distribui armamentos aos civis e eles têm a lista. 3ª Em clima de eleições eles procuram implantar o terror e o medo no seio das populações, para continuarem a se perpetuarem no poder. 4º Vai apresentar queixa junto a policia nacional caso a policia não encontrar os bandidos, então este é um acto da milícia do Bento Kangamba...”
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