Luanda - A Polícia Nacional de Angola negou formalmente esta sexta-feira (25.05) a existência de milícias em Luanda que atacam manifestantes anti-governo. Alguns ativistas acusam a própria polícia de estar por trás das agressões.
Fonte: DW
Afirma que não existem
O último ataque ocorreu na noite da passada terça-feira (22.05), em Luanda, em casa do rapper Carbono Casimiro, contra cerca de 10 jovens ligados aos protestos contra o Governo angolano. Três pessoas ficaram gravemente feridas depois deste ataque levado a cabo por um grupo de 15 homens armados e encapuzados.
O comandante geral da Polícia angolana, comissário Ambrósio de Lemos, disse à DW África que as informações que foram avançadas nos últimos dias são falsas e que a polícia nunca teve necessidade de formar “forças paralelas” para conter eventuais convulsões sociais em Angola.
Ambrósio de Lemos, que há seis anos dirige a polícia, diz que até agora nenhum dos manifestantes apresentou formalmente queixa. “Ainda ninguém me apresentou uma pessoa encapuzada nesta atividade”, assegura.
O comandante afirma que quando a Polícia Nacional tem conhecimento de algum incidente “acorre ao local “quando são informados sobre “escaramuças em determinado local”. Mas até ao momento “ainda não conseguiram apanhar nenhum encapuzado ou pessoa que tivesse feito a agressão”, diz. “Porque quando isso acontece, nós agimos em conformidade com a lei”, sublinha.
Jovens agredidos recebem assistência
Na capital angolana, os jovens agredidos por um grupo não identificado continuam a receber assistência em hospitais públicos, mesmo depois de terem sido rejeitados inicialmente.
Os dois jovens responsabilizam “milícias” favoráveis ao Presidente José Eduardo dos Santos pelos ataques e garantem que os homens que os agrediram são os mesmos que já antes atacaram nas manifestações organizadas pelo grupo.
Um dos agredidos mais conhecidos nas manifestações contra o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, é o economista Filomeno Vieira Lopes, membro do Bloco Democrático. Filomeno Vieira Lopes denuncia que em Angola se “continua com este tipo de ação assassina, que naturalmente não deve ser tolerada e o mais grave é a articulação que isto tem com os órgãos institucionais”.