Paris - Uma vez mais os vadios que pretendem defender a nação, munidos de armas de fogo e de diversos objetos altamente perigosos, voltaram a atacar, na noite do dia 22/05/2012, os jovens indefesos que se encontravam reunidos em casa dum dos seus amigos a fim de planearem as suas atividades.


Fonte: Club-k.net


Deste ataque quase todos jovens aí presentes ficaram feridos em diferentes partes do corpo e alguns tiveram membros fraturados e vários pontos de suturas.


A razão principal que motiva ou que motivou este e os outros ataques anteriores é o facto destes jovens reclamarem o respeito pelos direitos plasmados na Constituição da República de Angola. Mas também por contestarem a liderança do Chef de Estado angolano que está no poder há quase 33 anos sem ser eleito, e por estar também a mal governar o país.

 
Ao receber a notícia deste terceiro ataque contra os jovens reivindicadores, tive, e continuo tendo, sentimento de indignação, de revolta tão elevado que faltam-me palavras fortes para descrevê-lo. Porque Angola é o país de todos nós, e não propriedade privada de quem quer que seja. Sendo assim,  ninguém pode impedir aos demais angolanos de exercerem os seus direitos garantidos pela lei.


Angola não tem dono ou donos, como dizem certos indivíduos ligados ao regime. Estes elementos que pensam ser os donos do país estão utilizando a violência e a intimidação  e muitos outros meios violentos e ilegais para incutir o medo no seio da juventude a fim que ela se cale e não reivindique os seus direitos.  
O governo a quem compete o dever constitucional de garantir a segurança dos cidadãos, ao invés de tudo fazer para pôr cobro a estes actos de violência gratuita, ele os encoraja deixando 10 a 15 preciosos minutos de tempo de antena aos autores destes actos bárbaros para poderem fazer a sua propaganda das  ações terroristas que levaram a cabo e das que iriam levar.

 
Todos nós sabemos que o Presidente da República de Angola é todo poderoso, e que nada se pode fazer em Angola sem o seu consentimento. Quer dizer que jamais o director da TPA se permitiria outorgar o tempo de antena a estes elementos sem que tivesse recebido « ordens superiores ».  E conhecendo o modus operandi do regime angolano, podemos concluir sem medo de estarmos errado que os autores destes atos de violência contra os jovens reivindicadores têm a bênção do governo angolano. Uma das provas do que acabo de afirmar é o silêncio que observa o Executivo desde o começo destes eventos.


Com efeito, é curioso o silêncio do Executivo angolano ! Logo que estes atos de violência começaram, um governo responsável e patriota teria intervindo e denunciado tais práticas, pedindo à polícia que tudo fizesse para encontrar os culpados e puní-los severamente por estarem a querer desestabilizar o país e pondo em perigo a paz que conquistamos com tantos sacrifícios. Ao invés disto, o Executivo refugiou-se no silêncio, fazendo assim a política de avestruz : « não vi nada e não sei de nada ». Se as vítimas fossem membros do MPLA ou familiares da oligarquia no poder, a polícia já teria encontrado os culpados. O facto de as vítimas serem indivíduos que incomodam o governo, podemos crer que o inquérito da polícia nacional angolana, se inquérito há, não resultará em nada. Já conhecemos os métodos do regime e já estamos habituados a não esperar nada dele. Apenas estamos a espera do dia em que este regime vai cair.


Um outro elemento chamou a minha atenção. Segundo o relato das vítimas, reportado no site Makaangola, quando os agressores estavam a espancar os jovens, estes últimos ameaçaram-lhes dizendo que iam chamar a polícia. Um dos agressores riu replicando : « que polícia ».


Bem analisado, esta anedota demonstra que a polícia nacional esta implicada neste assunto. Traduzida, esta anedota quer dizer o seguinte : « vão chamar qual polícia ? Se nós já somos da polícia ? ».

 
Agora que sabemos que as milícias que estão aterrorizando os jovens reivindicadores são mandatadas pelo governo de Angola ; e que alguns elementos da polícia nacional participam na execução de tais atos, podemos colocar a pergunta que mais interessa aos angolanos. A de saber, quem é que está finalmente a querer desestabilizar o país e a paz em Angola ? São os jovens manifestantes que exercem o seu direito constitucional manifestando de maneira pacífica, ou é o governo angolano que está a enviar as suas milícias para criarem confusão e espancar os manifestantes ? A resposta é mais do que óbvio.


Caso as vítimas começarem a defender-se, respondendo também com a violência, o que dirá o governo ? Irá acusar à Oposição de querer desestabilizar o país, como já o tem feito ?

 
Todo observador atento da política angolana sabe muitíssimo bem que quem está por trás destes casos de violência é o governo do MPLA, sob a orientação ou a bênção do seu Presidente, o senhor José Eduardo dos Santos.

 
A mensagem que quer aqui deixar é a seguinte. Angola nosso país conheceu longos anos de guerra civil que custou milhares de vidas. Algumas das razões na origem desta guerra foram a exclusão praticada pelo MPLA contra os outros movimentos de libertação nacional, mas também o fato de querer impôr a sua vontade aos demais angolanos.
Ninguém mais está interessado no retorno do conflito armado. Peço aos compatriotas do Partido MPLA, sobretudo ao Presidente da República José Eduardo dos Santos e aos membros de direção deste movimento, que façam alguns esforços de jogar limpo e que tenham a boa fé de acatar às leis da Nação, para o bem-estar de Angola e de todos nós angolanos. As manobras, estratagemas, batotas, violência gratuita etc. não servem os interesses dos angolanos. E deve-se pôr um termo a tais práticas o mais rápido possível.

 
Lanço um apelo a todos os patriotas angolanos no seio do MPLA, sobretudo, e nos demais Partidos políticos e na sociedade civil. O tempo chegou de se levantar a voz, metendo o medo de lado, e denunciar todos atos de violência que poderão perigar o clima de paz que vivemos em Angola caso estes prosseguirem. Ninguém pode suportar os abusos de poder eternamente. Este é o momento de todas as vozes relevantes da sociedade se erguerem e dizer bem alto : BASTA !
Sei que dentro do MPLA tem boa gente. Tem patriotas que amam o nosso país e que querem o seu bem. Então, apelo a estes últimos a pararem de cochichar nos cantos, e tomarem a coragem de endereçar ao Chefe de Estado angolano uma mensagem patriótica e bem clara :  a governação do país está péssima ! O fato de adularem o PR mesmo quando age mal, dá-lhe a impressão de governar bem.


Um país bem gerido, bem governado aproveita a todos angolanos, seja os do Partido no poder como os da Oposição. Um país mal gerido impede também a todos angolanos, exceptuando a oligarquia no poder e seus familiares e amigos, de realizarem-se.

 
Para terminar deixo o seguinte aviso. Caso estas milícias não cessarem de atacar a juventude a partir de hoje, nós angolanos da díaspora iremos desencadear uma série de manifestações defronte das missões diplomáticas de Angola em toda Europa, conforme estamos planeando.


 
« Juntos, defendamos e metamos acima de tudo os direitos e interesses de Angola e dos angolanos. »

 


O Revolucionário Anticonformista !
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