Lisboa -  Altos funcionários da  embaixada de França em Luanda,  suspeitam  que aquela missão diplomática  terá  sido alvo   de espionagem  do interesse de  sectores  conotados ao   aparelho de  inteligência  do regime angolano.

Fonte: Club-k.net

Conversas  do embaixador  foram vazadas

Num  recente  “briefing”  de consumo interno,  os diplomatas  apoiaram-se como evidencia  das suspeitas,   o  teor  de uma conversa do seu  embaixador   Philippe Garnie  com um interlocutor   da sociedade civil  angolana  e que depois foram  reproduzidas para um semanário privado  “O Independente”,   com conotações ao regime.   (pertence  a  um quadro oriundo do Ministério do Interior).


A   analise  de compreensão,  em torno do “leak”,  estimou  que a probabilidade do  vazamento da conversa do diplomata   terá sido   com  o recurso de meios de   interceptação eletrônica, ao invés da tradicional colecta por  “HUMINT”. 


Não está   claro os propósitos que impulsionou a parte  “interessada na espionagem” em expor o diplomata no Jornal, se foi  para  emitir propositados  indicadores  de que o embaixador Philippe Garnie  estaria   a  ser  interceptado  ou  se serviu para  dar sustento a  antigas acusações  de que  a aquela missão diplomática recebia    figuras desligadas  ao  regime.


De igual modo, não há ainda  conhecimento  de que os diplomatas terão notificado  o ministério  das relações exterior  para pedir  explicação quanto ao sucedido.  Sabe-se apenas que  das missões diplomáticas estrangeiras  baseadas em Luanda, a embaixada francesa é a que  as autoridades emitem  indicadores de que não estimam a sua sensibilidade que denotam ter por personalidades  descomprometidas com o  regime.   Há 16 de Setembro de 2011, por altura em que um grupo de jovens estava detido, na cadeia de da Kakila, em Calombo  por realizaram uma manifestação,  um  operativo  do aparelho de   segurança  interrogou, na prisão,  o líder da juventude da UNITA, Mfuka Muzemba  procurando saber   se tinham  contactos com a embaixada de  França  ou se  este  país  estaria  apoiar   os promotores das  manifestações  em Luanda.


Dias antes, do interrogatório ao líder da JURA, o  Primeiro Secretario do MPLA, em Luanda, Francisco  Bento,  revelou   numa actividade  política na  cidadela  desportiva  que o seu  partido tinha  informações de que “centrais de inteligência do ocidente” ( referencia usada para identificar a  França  e  os EUA) estariam  por detrás de planos subversivos contra o governo de Angola.  
 

Na altura em que se deu isso, as  reservas  do regime angolano em relação as autoridades francesas,  reativaram-se  por causa da   participação de tropas  francesas  na  Costa do Marfim e pela  cooperação do governo de Sarkozy na  queda do ditador Muammar Kadafi. Por intermédio do Jornal de Angola,   as autoridades angolanas   emitiram  editorias destratando  o governo  frances empregando o termo  “Golpe de Estado”, para descrever a captura de  Lourent Gbago, o candidato favorito  do Presidente José Eduardo dos Santos.


Um ano antes, ou num contexto similar, isto em Fevereiro de 2010, o Chefe de Estado José Eduardo dos Santos   recusou  receber  o tradicional cumprimento  de despedidas do antigo  embaixador Frances, Francis Blondet. (Despediu-se apenas do então  Primeiro-Ministro Paulo Kassoma).  O   regime achava que paris estava a fazer muito pouco para detenção de Rodrigues Mingas da FLEC e a desfeita  JES, não foi, inocente  a um editorial do  Jornal de Angola  a insultar o diplomata Frances  acrescido a  publicação de um  artigo  a manipular  as suas palavras dando a entender que o mesmo teria dito  que a polícia interpool estava a caça de Rodrigues Mingas. Em menos de 24,  a Interpool  reagiu desmentido   o  diário  dirigido  por  José Ribeiro.