Programa exequível

“A partir do momento em que for empossado o novo Governo terá de haver uma maior responsabilidade no que tange à disciplina, para a realização das ingentes tarefas da reconstrução do país, insertas no programa eleitoral do MPLA", disse o secretário para informação do partido, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa" (na foto).

Para o político, só assim o partido poderá cumprir com o seu programa apresentado aos angolanos e com os princípios da democracia.

Falando à Televisão Pública de Angola (TPA), admitiu a hipótese do enquadramento, no próximo executivo, de cidadãos de reconhecidas capacidades técnico profissional, independentemente da sua filiação partidária, para que todos os angolanos participam nas tarefas inerentes à reconstrução e desenvolvimento do país.

Sobre a irreversibilidade de democracia em Angola, na medida em que o MPLA obteve a maioria absoluta nas eleições legislativas de Setembro do corrente ano, Kwata Kanawa enfatizou que depois dos resultados alcançados nas urnas, “não poderá, de maneira nenhuma, fazer com que não cumpra com a vontade dos eleitores”.

“Os angolanos já demonstraram que a democracia é irreversível em Angola”, disse, lembrando que o presidente do partido, José Eduardo dos Santos, havia dito, após a votação, a 5 deste mês, que o país começou a viver um novo círculo político com a realização das eleições legislativas, disputadas por 10 partidos e quatro coligações partidárias.

Referiu que os angolanos não só votaram no MPLA para realizar o seu programa, mas para a continuidade da consolidação da paz, da democracia, da reconciliação nacional e da independência do país, para o bem-estar dos cidadãos.

Tendo em conta o novo figurino que haverá no Parlamento, a partir do dia 30 deste mês, em que o MPLA contará com 191 deputados, dos 220 previstos, Kwata Kanawa tranquilizou os angolanos frizando que o seu partido vai pugnar pelo diálogo com as formações políticas na oposição, sempre que for necessário a abordagem de questões de interesse nacional.

Explicou que esta prática será extensiva às associações profissionais e às igrejas, de forma a congregar todos os segmentos da sociedade angolana “em ternos da materialização prática do projecto idealizado pelo MPLA, que visa a transformação de Angola numa boa terra para se viver”.

“Depois da maioria do eleitorado ter votado no MPLA, partido que proclamou a independência, preservou-a e fez as transformações políticas que permitiram entrar no sistema multipartidário e está a promover a reconciliação nacional, os angolanos devem manter a sua confiança nesta organização política”, sugeriu.

Neste sentido, sustentou que o MPLA tem de estar a altura de satisfazer a confiança que os eleitores manifestaram através do voto nas urnas, advogando que as estruturas do partido a todos os níveis terão de, periodicamente, avaliar o grau de implementação das tarefas inscritas no programa de governação submetidos à Nação.

Segundo o secretário do MPLA para a informação, a avaliação será feita a partir dos comités municipais, comunais, de acção e das estruturas criadas nos bairros, aldeias e sanzalas, bem como dever-se-á levar a cabo o trabalho de mobilização dos militantes, simpatizantes e amigos do MPLA, que permitiu a vitória do partido nas urnas.

Neste aspecto, reconheceu que os comités de especialidade do MPLA realizaram um trabalho digno no aconselhamento aos responsáveis dos órgãos governamentais, quanto à materialização das tarefas inscritas nos projectos de âmbito social e
económica, a todos os níveis, papel que continuarão a desempenhar para a concretização do programa do partido.

“Não nos intrometemos na actividade do Governo, mas temos formas de acompanhamento, que nos permitem fazer chegar às estruturas do governo as opiniões do partido do ponto de vista político, para a resolução dos problemas”, justificou, replicando as críticas da oposição quanto à criação dos comités de especialidades do MPLA.

Finalmente, Kwata Kanawa afirmou que o programa do seu partido para os próximos quatro anos é exequível, porquanto foi elaborado com base nas metas estipuladas na Agenda Nacional de Consenso, um documento aprovado em 2004, depois de uma
ampla discussão pública.


Fonte: Angop