Lisboa - Maio de 1991 foi, na época, um dos melhores, senão mesmo o melhor, mês desse ano. No primeiro dia do mês nascia a minha segunda filha e, no ultimo dia, consagravam-se vários meses de negociações entre a UNITA e o Governo da então República Popular de Angola, liderada pelo MPLA naquilo a que se convencionou chamar de “Acordos de Bicesse” rubricados por Jonas Savimbi e Eduardo dos Santos sob patrocínio dos então primeiro-ministro português Cavaco Silva e do secretário de Estado da cooperação e NE, Durão Barroso.
Fonte: Pululu
Era o culminar de meses de conversas e conversas entre os dois principais beligerantes da crise militar de Angola.
Recorde-se que o primeiro grande encontro público entre as duas partes – que já indiciava que algo andava para acontecer – ocorreu na sessão final do I Encontro da Diáspora Angolana em Portugal.
Lembro-me que nesse dia, estava eu sentado com uma ilustre e simpática personalidade – na altura reconheci mas não me recordava de onde – ao meu lado quando os membros oficiais da UNITA entravam no recinto e sentavam-se na primeira fila logo seguidos da representação oficial de Angola que se sentou numa das coxias sob os fortes aplausos dos participantes no Encontro.
Como me recordo também as palavras do meu “colega de assento” dizer, mais ou menos e entre outras matérias de interesse mais pessoal, que isto era os Angolanos no seu melhor e o início de uma nova era para o País.
Mais tarde compreendi as palavras ao ver a sua foto na imprensa. O “meu colega” era o cardeal D. Alexandre do Nascimento.
Como ele tinha razão embora esta só chegasse, definitivamente, muito mais tarde!
NOTA: Este texto foi escrito para ser publicado no dia 31 de Maio, mas razões técnicas só me permitiram colocá-lo hoje!