Luanda -  O deputado Raul Danda não sabe o que é o Direito de Resposta. Na Jamba, a sua escola de jornalismo, nunca existiu lei e nos palcos políticos que pisa, também não. O seu texto é insultuoso, mas apesar disso, é publicado na íntegra nesta página. Nós queremos que os leitores saibam do que é capaz um indivíduo sem escrúpulos, sem princípios e sem moral que evoca a lei para continuar pactuar com graves violações ao direitos humanos denunciadas ao Jornal de Angola por pessoas que deram a cara chamando a atenção para o perigo de essas práticas prosseguirem na província de Cabinda.


Fonte: Jornal de Angola

"Raúl Danda é  um indivíduo sem escrúpulo"

Aí está o deputado Raul Danda, estendido ao comprido numa amálgama de palavras sem nexo, insinuações maldosas e raciocínios inconsistentes, querendo impor ao Jornal de Angola uma censura à verdade de factos, acontecimentos e declarações de personalidades que são importantes para os leitores compreenderem o que de facto se passou e se passa em Cabinda.


O deputado Raul Danda não responde a coisa nenhuma e muito menos ao pouco que é dito sobre a sua pessoa, que foram apenas agumas linhas publicadas neste jornal. Aproveitou isso para levantar uma quantidade de calúnias contra o Jornal de Angola e os jornalistas, fustigando em todas as direcções, como alguém que perdeu a cabeça.


No seu “direito de resposta” debita uns palpites, faz acusações sem qualquer fundamento, afunda-se no velho discurso dos “activistas dos direitos humanos, da paz e do diálogo”. Quais direitos humanos? Para ele e os seus amigos, são os de raptar ou matar civis inocentes. Quais activistas? São seguramente os que encomendam a morte de civis isolados, desportistas e jornalistas nas estradas de Cabinda. Qual diálogo? Só pode ser o que levou os ditos activistas a comprarem explosivos e armas para destruir o aeroporto de Cabinda. Qual paz? Só pode ser a de Raul Danda, que não consegue disfarçar o ódio que tem pelos adversários políticos.


As pessoas que entrevistámos são verdadeiras e mais livres do que Raul Danda. Cansados de ouvir os disparates dos falsos activistas, decidiram subir ao mesmo palco a que têm direito para exprimirem livremente as suas ideias sobre o rumo que deve ter o país que também lhes pertence. Há uma diferença: estas pessoas que falam ao Jornal de Angola, são activistas dos direitos humanos e da verdade.


Têm o direito a dar à opinião pública a sua verdade. Tal como o senhor Raul Danda tem dado a sua. Os leitores que concluam, de que lado está a razão. Mas o senhor deputado não tem o direito de tratar os nossos entrevistados com arrogância e desdém ou como se fosse o dono da verdade. Danda sabe que a FLEC tem um parlamento, um governo, um alto comando, um “banco nacional” e até uma agência noticiosa. Só porque se acha um deputado iluminado, não tem o direito de amesquinhar quem foi ministro da FLEC e agora acha que deve a Angola e aos angolanos uma explicação para todos compreendermos o que se passa em Cabinda.


Raul Danda está habituado a dizer sobre Cabinda o que lhe vem à cabeça, sem contraditório. Tem agora que se habituar a partilhar esse palco com os antigos dirigentes da FLEC que estão empenhados na paz e na reconciliação nacional. E que sabem que isso só é possível com verdade e não por trás do biombo dos falsos activistas dos direitos humanos.


Se Danda quiser revelar a verdade das mulheres queimadas nas fogueiras da Jamba, das senhoras violadas à frente dos maridos, dos assassinatos dos quadros mais válidos da UNITA, tem uma entrevista garantida no Jornal de Angola, da mesma maneira que temos publicado as suas posições como chefe da bancada da UNITA na Assembleia Nacional. E vai ser entrevistado pelo mesmo jornalista que tem feito os excelentes trabalhos que temos publicado sobre Cabinda. Ficamos à espera que pelo menos diga nas nossas páginas como se sentiu, como activista defensor dos direitos humanos, quando foi assassinado o mais velho Tchingunji, esse autêntico monumento da luta de libertação nacional.


Raul Danda mostrou neste seu texto que para ele o diálogo é um monólogo enfadonho. Quando afirma que o nazismo não morreu com Hitler, tem toda a razão. Também não morreu com Savimbi e não vai morrer enquanto existirem pessoas como Raul Danda e os seus amigos falsos activistas dos direitos humanos, mas que condenam à morte quem lhes faz sombra. O deputado da UNITA abusa dos direitos e das liberdades, mas não quer que muitos outros angolanos beneficiem desses direitos.


Quem viveu tantos anos sob o regime de Jonas Savimbi e agora prospera à sombra do mundo da mentira elevada ao nível mundial, jamais consegue perceber o sentido da liberdade nem respeitar os direitos dos outros.