Lisboa - Centenas de ex-militares concentraram-se nesta quinta-feira, 07, nas imediações do Ministério da Defesa, em Luanda, para exigir a sua integração na Segurança Social, alegando que foram desmobilizados em 1992 e que até agora continuam sem receber qualquer subsídio. Um forte aparato policial e militar impediu os manifestantes, maioritariamente antigos militares das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA durante a guerra civil angolana.


Fonte: Lusa

Dois deles terão sido agredidos pela polícia

Efetivos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), e da Policia Militar (PM), veículos blindados com canhões de água, impediram a marcha dos manifestantes, provocando um gigantesco engarrafamento ao cimo da Avenida 1º Congresso do MPLA, junto ao Hospital Maria Pia.

 

Um dos objetivos dos ex-militares, que era serem recebidos pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Sachipengo Nunda, foi alcançado, o que permitiu ajudar à desmobilização da concentração. Manifestantes garantiram que o general Nunda prometeu uma resposta para a próxima quinta-feira.

 

A Lusa tentou ainda obter do porta-voz da Polícia Nacional, comandante Carmo Neto, uma declaração face ao dispositivo policial desdobrado nas ruas adjacentes ao Ministério da Defesa, mas não estava contactável.


A acção de protesto terminou com os manifestantes a descerem das imediações do Ministério da Defesa para a zona da Maianga, onde desmobilizaram, sempre acompanhados à distância por efetivos policiais de mota e carros.

 

Um dos manifestantes, Vicente Ferreira, disse que o objetivo é serem integrados na Segurança Social, destacando que os ex-militares desmobilizados em 1992 receberam somente 55 mil kwanzas e que os que ainda se encontram no activo não receberam nada. "Não pode ser! 15 anos de tropa e dão-nos 55 mil kwanzas e mandam-nos embora e mais nada? Não aceitamos", vincou.

 

Entre os manifestantes encontravam-se também antigo militares das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA, braço armado da UNITA) e do Exército Nacional de Libertação de Angola (ELNA, da FNLA). Os manifestantes alegaram que durante a concentração, dois deles terão sido agredidos pela polícia, mas não há confirmação oficial, apenas de que não foram efectuadas detenções.