Luanda - Em pleno periodo eleitoral, os efectivos da Polícia Nacional continuam a exibir as suas verdadeiras garras distribuindo tiros à queima-roupa contra os cidadãos de bens. Desta vez as vítimas, como noutras vezes, foram dois jovens estudantes nocturno de nomes Mirito (que se encontra sob os cuidados intensivos numa das unidades hospitalares da capital) e Dadinho, este último perdeu a vida no local da ocorrência. O triste facto aconteceu na última terça-feira, 12, por voltas das 22 horas, na comuna de Kikolo, município de Cacuaco.


Fonte: Club-k.net

Agentes da (des)ordem  aterrorizam ruas do Kikolo

De acordo com a nossa fonte, o jovem sobrevivente Mirito assegurou aos seus familiares que os autores desta acção foram, sem mais, nem menos, os homens de "farda azuis". "A polícia persegui-os como se tratassem de bandidos quando regressavam da escola", contou.

 

Já ao pé do portão da residência do malogrado Dadinho, os efectivos abriram fogos - à queima roupa - contra os estudantes. "Uma dessas balas assassinas resultou na morte imediata do falecido, enquanto outra bala atingiu violentamente  Mirito deixando lhe impossibilitado de mexeu qualquer membro do seu corpo", explicou.


No seguimento do tiroteio, uma terceira bala passou perto de uma família que se encontrava sentada na varanda de uma residência ao lado. O estudante de informática, António Paulino que  testemunhou de perto o incidente revelou que “foi um facto que restaura o sentimento de medo aos populares da zona da Mateia, junto a Indúve no Kicolo”.


Até ao momento, a polícia nacional ainda não se pronunciou sobre o facto. Nos últimos tempos, os agentes da ordem  pública tem se envolvido em praticas comprometedoras a sua imagem. Na maioria dos casos os agentes ficam impunes sob cobertura dos seus superiores.


Há quatro anos atrás, agentes da polícia executaram, em pleno luz de dia, um grupo de jovens no então município do Sambizanga, tendo o caso ficado conhecido como o “Massacre da Frescura”. Os autores do crime foram condenados, mas antes receberam garantias dos seus superiores de que  num prazo de dois anos seriam posto em liberdade para de seguida serem transferidos para um   município do interior do país, sem que sejam identificados. A promessa de “liberdade” foi pela  colaboração em tribunal, de não denunciarem que receberam ordens para ir cumprir a execução contra os jovens.