Luanda - Importa denunciar ao público em geral e em particular às Autoridades em especial os actos de discriminação racial existentes de forma clara e evidente na Discoteca ChillOut na Ilha de Luanda.
 

Fonte: Club-k.net

Fomos impedidos de entrar por  sermos negros

No sábado 9 de Junho de 2012 dirigi-me com um grupo de amigos ao ChillOut e fomos impedidos de entrar na Discoteca pelo simples facto de sermos negros, isto constatei in loco  e ver que ninguém negro em cerca de 40 minutos entrou naquele espaço. Vimos vários indivíduos estrangeiros, quase todos brancos a entrar na discoteca sem terem de pagar valores adicionais e a entrar na Discoteca sem problemas isto no espaço de 40 minutos.
 

Esta não foi  primeira  vez que nos foi recusada a entrada nessa mesma Discoteca, no entanto desta vez o que foi mais chocante foi ver a forma selectiva e discriminatória como o fizeram isto num país onde a  esmagadora maioria da população é negra. Essa atitude não soo viola a nossa Constituição que garante a todos o tratamento igual mas acima de tudo cria revolta nas dezenas de jovens negros (homens e mulheres) que foram impedidos de entra na discoteca mesmo tendo dinheiro para pagar a entrada.
 

Já vivi em vários países Europeus e nunca vi uma discoteca a escolher pessoas por serem estrangeiros ou serem  brancos ou asiáticos. Custa ver no meu país ver pessoas a comportarem-se com um forte complexo de inferioridade porque soo alguém com um complexo de inferioridade age assim. A entrada em qualquer estabelecimento público ou privado deve pautar-se pelo respeito ou regras de convivência social que respeitem o igual valor de qualquer pessoa.
 

Não sou de forma alguma xenófobo, valorizo em muito a diversidade do nosso país e o facto de sermos multiétnicos e multirraciais, no entanto não posso de forma alguma aceitar esta forma flagrante de discriminação.

 
Não faria a denúncia de forma alguma se  houvesse razões objectivas para  impedir a minha entrada ou de outras pessoas mas a justificação do Segurança da entrada era simplesmente inexistente e acima de tudo arrogante e sem modos. Já conhecendo a forma violenta como muitos desses seguranças são, obviamente não provoquei a ira do mesmo até porque provavelmente o efeito de esteroides  ainda se fazia sentir nos seus músculos que claramente não eram naturais.
 

Curiosamente a falta de educação do segurança não se fez sentir com pessoas brancas,  até porque um deles chamou-lhe de burro quando estava bêbado, isto presenciado por mim. Deve ser um vírus herdado dos antigos ‘Sipaios’ que tratavam os seus irmãos como escravos no tempo do colono.
 

Uma coisa é colocar um critério objectivo como valor pecuniário (dinheiro) para permitir a entrada ou outros critérios como a existência de cartão de membro (como há noutros países europeus), no entanto neste caso como noutros simplesmente não houve justificação e nem sequer houve uma preocupação em chamar a gerência para justificar um acto que de forma clara viola a lei.

 
Tendo em conta que este não é o primeiro caso e tenho vários amigos negros que já tiveram a mesma experiencia nessa Discoteca cumpre denunciar um comportamento que para além de ilegal, é imoral e mancha o nome dos donos do estabelecimento e coloca os funcionários desses numa situação melindrosa por estarem a provocar o furor de muitos jovens angolanos que também trabalham (nem todos somos preguiçosos e bêbados) e apenas queriam divertir-se com os seus amigos.

 
Como diz o famoso ditado angolano: “QUEM AVISA AMIGO É”. Depois não se queixem!
 

Eduardo Malongo