Segundo o seu secretário-geral, Luís do Nascimento, o Conselho Nacional convocou a convenção para 5 de Outubro, na província de Benguela.

«Neste conclave os delegados vão estudar todas as hipóteses, todas as alternativas no sentido encarar esta fase difícil para o país na perspectivar de recuperar a República que perdemos.»

Nas eleições de 5 de Setembro, a oposição no seu conjunto conseguiu apenas 29 lugares no Parlamento contra os 191 do MPLA, tendo a FpD obtido 0,27% dos votos, o que não lhe permitiu obter qualquer lugar na Assembleia Nacional.

Em face destes resultados, a FpD considera que a democracia parlamentar acabou e o Parlamento vai se transformar numa simples câmara legislativa ao serviço do partido no poder.

«A Assembleia Nacional será completamente governamentalizada. Acabou a II República, a República foi derrotada. Esta situação não vai afectar apenas os partidos políticos. Achamos que os sistema corporativo se vai consolidar e alargar. O Governo não vai admitir a livre participação democrática das organizações da sociedade civil e a imprensa livre também será submetida a uma forte pressão.»

Luís do Nascimento lembra que a grande tarefa da Assembleia Nacional saída destas eleições será a aprovação de uma nova Constituição e a maioria qualificada que o MPLA obteve permitir-lhe-á impôr a sua vontade.

Em relação à contestação apresentada na semana passada ao Tribunal Constitucional, sobre os critérios de atribuição dos mandatos dos deputados, Luís do Nascimento disse que o seu partido não recebeu ainda qualquer esclarecimento.

Fonte: VOA