Lisboa – Está crescer nos órgãos de comunicação social estatal, uma tendência em que os espaço noticiosos tornaram-se completamente dedicados ao MPLA, ao indica que na véspera das eleições de 31 de Agosto, a media governamental se tornará parcial como aconteceu em 2008.
Fonte: Club-k.net
Tratamento desigual aos partidos também é fraude
Na noite de sábado (16), a Televisão Pública de Angola (TPA), através do seu telejornal, da noite, dedicou 65 % do seu tempo a abordar matérias relacionadas ao MPLA. O telejornal iniciou às 20h00 e os seus primeiros 15 minutos foram consagrados com reportagens de marchas e actividades culturais de apoio ao líder do partido no poder. Quando eram 20h15, o telejornal mudou de tema para se concentrar na inauguração no Huambo, das principais estações e piadeiras na linha do Caminho-de-Ferro de Benguela.
Quando eram 20h32 minutos, o telejornal da TPA voltou a falar do MPLA durante seis minutos. Depois disso fez um intervalo e quando eram 20h50 voltou a prestar a sua atenção ao partido no poder nos seguintes intervalos de tempo, a saber:
20h50 – Notícia sobre jornada do grupo parlamentar do MPLA no Huambo
20h54 - Notícia da actividade política do MPLA no município do Rangel
20: 55 – Noticia sobre a marcha do MPLA de apoio a JES, na província no Uige
20h: 58 – Cobertura de actividade do MPLA no distrito da Ingombota
21h00 - Cobertura da actividade do MPLA no Kilamba Kiaxe
21h04 – Actividade do MPLA na Lunda- Norte
21h 06 – Actividade do MPLa na Lunda – Sul
21h08 – Actividade do MPLA no Moxico
21h 09 – Notícia de âmbito internacional
21h14 - Fim do telejornal
Em resumo, o telejornal da TPA dedicou na primeira parte, 15 minutos a falar apenas do MPLA, na terceira parte, outros 6 minutos, e 19 minutos na parte final que totalizou 42 minutos de consumo de tempo. Tendo o telejornal iniciado às 20h e terminado às 21h14, que corresponde a 64 minutos, o telejornal dedicou 65% do seu espaço noticioso a falar excessivamente do MPLA e outros 35 minutos com assuntos ligado a inauguração do caminho de ferro no Huambo e outras materias de âmbito internacional.
De acordo com critérios de avaliação da qualidade das eleições, o papel da comunicação social também contribui para que as mesmas sejam livres e justas. Em 2008, a União Europeia e o mundo não reconheceram as eleições angolanas como livres e justas (apenas como pacificas e tranquilas), porque conforme às normas internacionais as eleições para serem livres e justas reúnem certos requisitos que são: a) Periódicas b) Competitivas c) Voto secreto e tolerância d) Direito de informação equilibrada
A credibilidade das eleições de Setembro de 2008, foi prejudicada por causa da parcialidade e partidarização dos órgãos de comunicação públicos levando o processo a desobedecer aos requisitos necessários para serem consideradas internacionalmente como livres e justas. A União Europeia e outros optaram por qualificar apenas por “pacíficas”. Portanto, aconselha-se a TPA, a adoptar uma postura de forma a não prejudicar a credibilidade das eleições de 31 de Agosto.
Vale lembrar que muito recentemente o deputado português João Soares defendeu para o processo eleitoral angolano uma missão de avaliação de necessidades para observar o comportamento da comunicação social.
*JG