Luanda - No zimbawe após victória do MDC de Morgan Shivangirai, Robert Mugabe em reunião com os seus militantes, expressou a sua vontade em reconhecer a victória da oposição e deixar o poder, foram relatos que surgiram depois do anúncio dos resultados eleitorais em 2008, porém nesta mesma reunião, os militares cujo comando é formado por antigos combatentes da luta de libertação nacional, aconselharam Mugabe a não aceitar os resultados eleitorais e que os mesmos estavam alí para o o que desse e viese, ou seja os militares estavam em condições de passar por cima da constituição não aceitando os resultados do pleito e o que aconteceu no Zimbabwe, é sobejamente conhecido, Morgan Shivangirai foi espancado a mando de Mugabe, muitos militantes do MDC foram mortos, o que forçou Shivangirai a renunciar a segunda volta das presidenciais, “para evitar-se um banho de sangue contra os seus militantes e apoiantes”, o mesmo teve que exilar-se numa embaixada do ocidente na capital Harare.


Fonte: Club-k.net


ImagePorém na sequência do conflito pós eleitoral, uma comissão de alto nível da polícia nacional e do comando geral da polícia nacional de angola, deslocou-se à Harare o que levou a oposição e jornais do ocidente a acusarem o regime de José Eduardo dos Santos como estando a enviar contigentes militares ao Zimbabwe, claro que  Luanda desmentiu o facto, dizendo apenas que a viagem das altas patentes da polícia, enquadrava-se no âmbito da “cooperação bilateral”.


No princípio de 2011, instalou-se a crise pós-eleitoral na Costa de Marfin, terra do prestigiado nacionalista Félix Houphouët-Boigny falecido em París por prolongada doença em Dezembro de 1993, novamente a oposição naquele país insurgiu-se contra o governo de Angola, pois terá este supostamente enviado um forte contigente militar em socorro do amigo de José Eduardo dos santos, o arrogante Laurant Bagbou, que perdeu as  eleições que ele próprio organizou e tentou manipular, o final da novela é por todos nós conhecido, Bagbou o professor de história, esqueceu-se das lições da história e acabou preso de forma humiliante.


A minha preocupação, foi sempre ver o governo de Angola e consequentemente o nosso país, ligado a estes eventos tristes, por isso sempre perguntei-me; que mensagem Luanda tem querido passar tanto a opinião pública nacional como internacional?


As respostas não tardaram, as manifestações anti-governamentais que foram realizadas por jovens em protesto ao longevo consulado de JES, foram todas reprimidas de forma violenta, recentemente um jovem activista foi raptado e o conhecido raper Luaty Beirão, lhe foi colocado na bagagem que levava, cocaína o que provocou a sua detenção pelas autoridades policiais Lusas.


Vemos todos os dias a maneira como a TPA e a rádio Nacioanal tratam os factos relacionados com o partido no poder (MPLA) e como ignoram os da oposição, é incrível como no passado dia 19 de maio, os órgão públicos ignoraram completamente a mega manifestação organizada por um partido na oposiçaõ a UNITA em todo país e ontem a TPA não se coibíu em reportar durante 32 minutos no seu principal serviço noticioso o Telejornal, actividades relacionadas com o partido no poder MPLA.


A juntar isto, é o alinhamento das Forças Armadas Angolanas, que sem pudor emitiram recentemente um comunicado virulento a acusar  a UNITA, o Bloco Democrático e a CASA-CE, como tendo sido os “agitadores da manifestação dos ex-militares no regimento das transmissões das FAA.


O que se pretende, é criar um clima de medo e terror e fazer com que as pessoas a 31 de Agosto votem no MPLA com o receio de que a violência os atinja. Não é em vão a campanha do Mpla, onde apelam “sempre a paz e a estabilidade”, como se o país tivesse a viver um espectro de guerra, não senhor as armas calaram-se em 2002, os únicos que possuem armas em Angola são; os militares, a polícia e os delinquentes.


Todo esse ambiente de hostilização de lídres prestigiados da sociedade civíl, como David Mendes, Rafael Marques a diabolização dos partidos políticos e ainda dos jovens que se manifestam, a descarada instrumentalização dos órgãos públicos (TPA, JA, Angop) e introdução das milícias para reprimirem os manifestantes anti-governamentais e todos aqueles que possuem opiniões contrárias, é um sinal claro de que o MPLA e o seu regime, não estão preparados em abandonar o poder em caso de derrota eleitoral e se acontecer, temo que o país poderá tornar-se num novo Zimbabwe com consequências incalculáveis.