Luanda - A UNITA reagiu, nos termos mais enérgicos, as acusações feitas pelo Estado Maior Geral das Forças Armadas Angolanas, alegando presença de dirigentes deste partido na manifestação organizada por ex-militares angolanos.

Fonte: VOA


Num comunicado lido, na noite desta segunda, em Luanda, pelo responsável pela comunicação e marketing, Franco Marcolino Nhany, o  Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA  considera tais acusações de fortuitas  “que em nada ajudarão a encontrar a solução do problema dos ex-militares”.


O maior partido da oposição reafirma que não precisa de se escudar por detrás de ex-militares para reivindicar os seus direitos.


A UNITA lembra no seu comunicado que os acordos de paz assinados com o governo previam a necessidade de uma reinserção social condigna de todos os ex-militares não incorporados nas FAA.


“Sendo o Estado Maior Geral das FAA, uma instituição apartidária, devia empenhar-se em ajudar o seu Comandante em Chefe e o Executivo angolano a fazer um balanço realista do seu desempenho em termos do cumprimento dos compromissos assumidos e não embarcar em acusações. A UNITA saberá, de acordo com a sua estratégia, definir o tempo e as circunstancias da convocação de uma manifestação de forma responsável, legal e assumida, na defesa do interesse nacional, tal como o fez no dia 19 de Maio de 2012”.


Na última semana, o  Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA) deu a conhecer em comunicado  que dirigentes da UNITA, CASA-CE e do Bloco Democrático tinham entrado, sem autorização, nas instalações do Regimento de Transmissões do Exército, em Luanda, para interferirem na organização do processo administrativo de pagamento dos subsídios de desmobilização, tendo incitado os ex-militares à desobediência.


O EM das FAA considerou  tal acto de “provocação e ilícito”  tendo esclarecido que, à luz da Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas, os quartéis, bases e demais instalações militares são locais protegidos, onde não são permitidas quaisquer actos que violem a segurança militar nem actividades de natureza política susceptíveis de pôr em causa o carácter apartidário das forças armadas. O EM ameaçou apresentar a devida queixa-crime à Procuradoria-Geral da República contra os mesmos.


O Bloco Democrático foi o primeiro acusado a refutar as acusações das FAA mais ou menos nos mesmos termos que a UNITA.