Luanda - O Largo de Maianga, no centro de Luanda, Angola, foi hoje ao meio da manhã palco de uma manifestação não autorizada de ex-militares tendo a polícia efetuado disparos para o ar para dispersar os manifestantes..


Fonte: Lusa

 
O trânsito está cortado nesta zona da cidade e no chão podem-se ver pedras.

A polícia estava a tentar cercear o trabalho dos jornalistas no local, tentando inclusive impedir que falassem ao telefone.


No dia 07 de junho, centenas de ex-militares concentraram-se nas imediações do Ministério da Defesa, em Luanda, para exigir a sua integração na Segurança Social, alegando que foram desmobilizados em 1992 e que até agora continuam sem receber qualquer subsídio.


Naquela ocasião, a agência Lusa testemunhou o forte aparato policial e militar que impediu os manifestantes, maioritariamente antigos militares das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA durante a guerra civil angolana.


Efetivos da Polícia de Intervenção Rápida, e da Policia Militar, veículos blindados com canhões de água, impediram a marcha dos manifestantes, provocando um gigantesco engarrafamento ao cimo da Avenida Primeiro Congresso do MPLA, junto ao Hospital Maria Pia.


Um dos objetivos dos ex-militares, que era serem recebidos pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Sachipengo Nunda, foi alcançado, o que permitiu ajudar à desmobilização da concentração.


Manifestantes contactados pela Lusa disseram que o general Nunda prometeu uma resposta para a próxima quinta-feira.


Na altura, a Lusa contactou o general Sachipengo Nunda que se escusou a prestar declarações, remetendo para o Ministério da Defesa, cujo porta-voz, coronel Silvério, também não quis falar, considerando que o assunto competia ao CEMGFA.


A Lusa tentou ainda obter do porta-voz da Polícia Nacional, comandante Carmo Neto, uma declaração face ao dispositivo policial desdobrado nas ruas adjacentes ao Ministério da Defesa, mas este não estava contactável.


A ação de protesto do dia 07 de junho terminou com os manifestantes a descerem das imediações do Ministério da Defesa para a zona da Maianga, onde desmobilizaram, sempre acompanhados à distância por efetivos policiais de mota e carros.


Os manifestantes alegaram que durante a concentração, dois deles terão sido agredidos pela polícia, mas não há confirmação oficial, apenas de que não foram efetuadas detenções.

 

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