O escândalo de produtos contaminados com melamina surgiu com a revelação de que produtos lácteos produzidos por pelo menos 22 empresas chinesas continham esta substância, um composto químico com alto teor de nitrogênio que perturba o funcionamento do sistema urinário.
Logo após a divulgação dos primeiros casos de internamentos de bebês em conseqüência do consumo de produtos lácteos contaminados, o governo angolano bloqueou estas importações da China, embora admita que possa haver leite chinês que tenha entrado no país por outras vias.
A diretora nacional adjunta do Comércio, Joana Feliciano, admitiu à Agência Lusa que Angola é "importadora da maioria dos produtos alimentares que consome", por isso, não se pode "descartar a possibilidade" de ainda haver leite chinês no mercado.
"Não podemos descartar a hipótese de importar o leite chinês para o país, mas essa é uma preocupação que está a ser analisada ao mais alto nível do governo", disse.
Bloqueio
Joana Feliciano declarou ainda que há produtos lácteos que chegam a Angola por meio de outros países, sendo provável que estejam incluídos produtos lácteos chineses com rótulos em língua estrangeira. "Mas isso já foi proibido também", afirmou.
"Neste momento, bloqueamos a importação de todos os produtos lácteos e sobretudo aqueles que não têm qualquer identificação", disse a diretora.
Nas últimas semanas, a Agência Lusa constatou que alguns dos principais estabelecimentos comerciais em Luanda tinham leite chinês à venda, mas, nessa quinta-feira, já não foi possível encontrar os produtos.
Ao proibir este tipo de importações, Angola seguiu o exemplo de outros países, como os da União Européia, que vão impor um embargo total aos produtos chineses para crianças considerados como produtos de risco.
Na União Européia, todos os produtos provenientes da China que contenham mais de 15% de leite em pó, como biscoitos ou chocolate, serão submetidos a testes de qualidade. Também devem ser fiscalizados os produtos deste tipo que já se encontrem no mercado europeu.
Até o momento, a melamina já levou à morte de quatro bebês na China, onde foram detectados 53 mil casos de intoxicação, dos quais 13 mil obrigaram a hospitalização e 104 foram considerados graves.
Fonte: Lusa