Essa pessoa ou artigo a que me refiro é o artigo do PGarcia. Aqui, uma observação devemos ter em conta: eu e o PGarcia pertencemos a mesma geração. Possivelmente, somos tão ambiciosos quanto os daquelas geração que têm se gabado por lutar contra o colonialismo português. Que hoje querendo ou não são os que governam esse país, muitas vezes distantes das gerações presentes, quase sempre ( aqueles) arrogantes, prepotentes; e que acreditam que tudo devem ter e têm perante a nação, já que os seus sacrifícios para a conquista da independência de Angola foram imensos.
O reflexo desta prepotência e arrogância está em tudo,que podemos mencionar sem constrangimentos. Está na composição, por exemplo, desse parlamento, que agora vai começar a funcionar. Esta na barganha com doses patrimonialista e clientelista que caracteriza o meio e a maneira como se alcança o poder; a maneira e a forma como se tem feito a troca ou dança de cadeiras entre os políticos. O pior é que a troca de favores, os esquemas, os cambalaxos, o dança-dança de cadeiras (às vezes para acomodar interesses), não é simplesmente um fenômeno intrínseco do partido A ou B. É um fenômeno que caracteriza todo o sistema da política angolana, que é essencialmente retratado pela ambição, o oportunismo, o egoísmo, a bajulação, a sem-vergonhice, o descaramento dos agentes da política angolana. Poder-se-ia mesmo dizer que o fenômeno atual é um fenômeno sacramentado em testamentos pela aquela geração de políticos, muitos deles hoje arrependidos de ver que suas mãos continuam sujas de sangue. E outros por razões históricas com características muito mais glorificantes, que não podemos deixar de reconhecer, alcançaram o poder, tornando realidade esse testamento escrito.
Mas hoje estamos no presente e o retrato oportunista dessa gente dosado pela vaidade ao longo desses 40 anos não mudou. O que mudou mesmo são os tempos e a sociedade evoluiu. Mudaram os tempos, mas o consenso comum e os bons juristas são de opinião que crimes hediondos cometidos contra a sociedade são imprescritível. Por isso, é nesse contesto que gostaria que me ajudassem a pensar. Por que o MPLA tem tanto interesse em recepcionar, guardar e salvaguardar a dignidade e a honra dos antigos criminosos e assassinos da UNITA ou dos homens do Galo Negro? Por que desde o primeiro momento o MPLA prestou-se a essa benevolência excessiva. É preciso reconhecer que os homens do Galo Negro, os homens da UNITA estiveram há mais de 40 anos cometendo crimes repugnantes.
Aqui no Brasil tenho conversado com amigos entre eles juristas e advogados que têm um certo interesse na situação de Angola, acompanham com interesse os problemas de Angola, muitos deles até “fanáticos como eu” defensores do partido que está no poder; outros são radicalmente de direita e de ex-trema direita. Entre todos eles existe uma convergência em dizer: A UNITA, os homens do Galo Negro, os seguidores de Jonas Savimbi são com certeza os maiores criminosos do período pós-guerra fria que o mundo teve e conhece. Outra pergunta que vem. Mas por que então esse silêncio ou indiferença proposital, tanto do MPLA, como da comunidade internacional perante à esses criminosos? Por que o MPLA não foi a fundo para processar, julgar e levar as prisões a essa turma de bandidos e criminosos? Por que a Europa que tem uma boa e elogiável tradição cívica em defender os direitos humanos calou-se e cala-se perante a esse tipo de barbaridade?
Como comparação da falta de interesse da comunidade internacional: vejamos. A guerra de Angola matou mais de 2 milhões de Angolanos provocados pela UNITA. Repito - mortes sabidamente e convincentemente- provocada pela UNITA. No Ruanda um país que teve uma guerra de pouca duração lá nos esconderijos da África Central e que teve uma guerra com menos dimensão. A pesar de se acreditar no contrário, ou de nos fazerem crer o contrário – que o drama do Ruanda foi maior que o de Angola- coisa incutida em nossas mentes até mesmo pelas autoridades Angolanas. Todos os criminosos, e principalmente os grandes criminosos, foram parar nos tribunais, julgados e hoje estão cumprindo sentencias exemplares como deve ser. Por que quê no caso de Angola a coisa foi diferente? Ao ponto mesmo de que antigos assassinos hoje muitos deles dão se o luxo de ser tratados como heróis, ocupam cargos de ministros, de deputados, juízes, embaixadores, enfim e toda essa vergonha que existe aí, e que nós já conhecemos. Até quando a nação Angolana, a sociedade Angolana e até o povo vai continuar a fingir dessa maneira. Esse é, por certo, o maior ato de corrupção que existe no Estado e Governo Angolano. Não são simplesmente as filhas, as namoradas, as esposas, as amantes que chegam a Assembléia Nacional ou mesmo ao topo da Nação sem ninguém saber suas trajetórias políticas; a corrupção não está caracterizada simplesmente por aquelas que chegaram lá devido aos seus dons femininos e que lhes permite fazer certos favores sexuais para alcançar tal escala ou nível social. É mais do que isso!
Nenhuma reconciliação nacional, nenhum GURN justifica a que antigos assassinos andem como homens livres pelos passeios das repartições públicas do estado, do governo e desta Nação. Em nome desse povo, em nome dessa nação nos reclamos e protestamos por isso! Nenhum ato de complacência, civismo, tolerância e educação justificam tal perdão. É preciso que as coisas sejam bem esclarecidas de maneira devida, é preciso de igual maneira, uma satisfação(explicações) convincente a toda sociedade. Por que se o critério for tomado no sentido pessoal, todos nós perdemos algum ser querido nessa guerra. Perdemos irmãos, pais, mães e enfim; é o tipo de situação que ninguém pode se sentir mais ou menos privilegiado perante a pátria, muito menos perante ao Estado, as instituições e ao Governo.
É assustador e preocupante saber que o MPLA com facilidade, hoje, acena a essa gente. É como se fosse uma mulher disposta e preparada para casar-se ( ou dormir) com um maníaco, sabendo a mesma que durante a semana ( o mesmo) andou degolando e esquartejando uma dezena de mulheres em suas piores noites de insônia e sonâmbulo. Minha pergunta é: até quando vai durar esse casamento, quem ganha com esse matrimônio? De certeza esse povo angustiado, martirizado, humilhado, vitima de tanto deboche não tem interesse nesse tipo de junção.
Barganha entre os políticos existe em qualquer parte, mas numa sociedade cheia de traumas provocados pela guerra não pode ser simplesmente assumido como um ato a não ser questionado por ninguém. Não se esqueça que o estilo do fundador da UNITA além de ser antipático era sangrento, inamistoso, de um sujeito que ganhava inimigos a velocidade impressionante. E que perdia amigos da mesma forma que os conquistava de maneira deficiente. Essa turma de arrependidos que hoje está aí apreendeu muito bem a fazer coisas com o seu ex-líder morto, coisas que não se podem digerir de um dia para outro com um simples pedido de desculpas ou arrependimentos. E ainda, se depender, agraciados com todos os tipos de cargos.
Impressiona-me não tanto a reconciliação de Jorge Valentin com os camaradas. Esse, tenha feito o que fez, pelo menos teve tempo e aprendeu a ver in louco o aspecto degradante que os homens do Galo Negro têm perante a Sociedade, a má fama e o prejuízo que os mesmos andaram fazendo a população. E a Fátima Roque, qual seria a justificação dessa mulher que nasceu em berço de ouro, que teve tempo mais do que suficiente para distinguir a barbárie da civilização? Ela sempre soube que a UNITA era um partido de gente criminosa e que nas matas de Angola Savimbi e seus homens degolavam até as crianças, que na Jamba crianças daqueles que eram desafeto do malogrado iam parar direto na fogueira. Como é que essa mulher de um dia para outro já aparece com o boné do MPLA, acenando para o povo ( ou talvez debochando) ao lado de quem mais devia estar distante dela, zombando em nossas caras.
Senhora Fátima -somos de origem bantu- feios, sim, como sempre caracterizou a cultura euro-asiática a esse nosso grupo; mas isso não lhe dá direito a tal ato de zombaria. É repugnante, execrável, é uma atitude nojenta, pestilenta e sem-vergonha! É uma “obra” de contagio onde a sífilis não distingue o gênero, o tamanho e a idade do órgão a ser infestado.
De que é prostituição - tudo bem! Fica até melhor a ela, já que pertence ao gênero das pessoas que melhor sabem desempenhar tal profissão. E o Dinho Chingunji, onde esteve, e fazendo o quê, durante todo esse tempo, mesmo depois que lhe dizimaram a família inteira. Só agora se arrependeu de tanta barbaridade que seus ex-companheiros cometiam. Agora vem com essa de que quer fazer mudanças na UNITA. Vai mudar o quê? O nome ou as siglas da UNITA que tanto assustam a população Angolana? Vai levar flores no túmulo dos seus familiares, ou simplesmente pedir desculpas ao povo Angolano? Que nem isso, até hoje, o incompetente Samakuva fez!
Para completar a ciranda (a dança) só vai faltar, agora, nomearem a mesma ( Fátima Roque) como embaixadora nos quinto dos infernos. Pena que a Jamba já não existe mais, porque se pudessem ela seria nomeada a embaixadora do MPLA lá na Jamba. Tem alguém aí que se opõe a essa possibilidade? Não! Só os malucos como Nelo de Carvalho e o infeliz PGarcia que têm a visão atrofiada para enxergar o que é obvio, imundo, porco e obsceno!
Por isso, eu prefiro ser um eterno negador, um eterno “marginal” e dizer a todos, e a essa gente: que a mentalidade que ao longo dos 40 anos andou ceifando a vida das nossas crianças, mulheres, jovens adolescentes e homens induzindo os mesmos ( tanto de um lado quanto do outro) a fazer a guerra; é a mesma que hoje da cobertura a essa corja de assassinos! Não importa se essa mentalidade sofreu transferência de entidade para entidade, ou de corpo para corpo, mas é a mesma mentalidade. É a mentalidade do oportunista, do larápio, do sujeito vagabundo sem escrúpulos que acha que deve continuar a se dar bem em todas as circunstâncias.É a mentalidade do sujeito que quando está diante de uma mulher bonita, gostosa não excita em usar aquilo que é público e do coletivo para ir a conquista de tal fenômeno. É a mentalidade dos corruptos e daqueles que vêm institucionalizando o mesmo fenômeno ( a corrupção).
Nós não queremos uma simples reconciliação nacional. Queremos o mínimo possível, aquilo que nos dará conforto como gente. Queremos Justiça! Não é de vingança que se trata, trata-se do mínimo possível: Justiça!
Fonte: www.a-patria.net