Luanda - No sentido clássico, a batota é o não cumprimento das regras de um jogo, de maneira que outros jogadores não se apercebam, com objectivo de ganhar. A batotice é a violação das regras previamente estabelecidas. De modo geral, a batota é o artificio que visa essencialmente tirar o proveito de alguma coisa de forma ilegal e injusta em detrimento de outros concorrentes.

 

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A batota é um acto consciente e premeditado, que visa induzir o público em erros ou apresentar uma face errada daquilo que é real. Na vida politica, a batota tem sido uma dasformas da manipulação dos factos, dos procedimentos e das situações, que envolve um conjunto de acções que se traduzem numa fraude eleitoral.

 

 

Nos países menos democráticos ou em via da democratização, a fraude eleitoral tem sido o mecanismo mais frequente utilizado pelos partidos governantes para se eternizar no poder, subvertendo as normas democráticas que regem o sufrágio universal. Com a evolução constante da tecnologia de ponta, os mecanismos da fraude eleitoral tornaram-se cada vez mais sofisticados e complexos.

 

 

A configuração informática e a programação prévia dos equipamentos electrónicos têm sido o cerne de todo o processo da manipulação electrónica de base de dados eleitorais. Isso passa por um conjunto de procedimentos do processamento de dados, armazenados nos dispositivos de memórias dos computadores, no decurso do cumprimento de várias e sucessivas etapas da preparação das eleições.

 

 

 

O processo da votação, do escrutínio e do apuramento de resultados eleitorais é o culminar deste longo processo da manipulação de dados eleitorais já armazenados no sistema informático e previamente programados a partir de um ficheiro central de base de dados.

 

 

 

Noutras palavras, o sistema é concebido e programado na base de ‘Robots Industriais’ que executam cada um deles tarefas especificas automaticamente programadas através do Centro de Comando onde está instalado o Super Computador que emite ordens precisas de execuções múltiplas e fiscaliza as operações. Se houver qualquer circuito no sistema operativo de programação ou a introdução de vírus na cadeia de comando do Super Computador, é suficiente para inviabilizar o funcionamento normal dos Robots e dificultar a execução das tarefas programadas. Isso acontece com muita frequência no sistema operativo informático.

 

 

 

Portanto, o domínio absoluto da tecnologia moderna é bastante difícil, tendo em conta a natureza do ser humano que possui a capacidade racional que reflecte o seu pensamento e sua acção. A pessoa humana não comporta como robot industrial que apenas executa mecanicamente as tarefas programadas, configurados no Super Computador. Pelo contrário, além do seu intelecto, o Homem tem instintos naturais que actuam constantemente sobre o sensório cerebral, o qual estimula a componente racional, ilumina aconsciência e inspira a acção.

 

 

 

A faculdade de pensar logicamente permite a pessoa humana julgar os fenómenos e tomar decisões apropriadas de cada situação concreta. Sendo assim, a tecnologia informática é manipulável e vulnerável na sua utilização. Antes do Sorteio do dia 8 de Julho de 2012 para apurar a ordem do posicionamento dos Partidos Políticos no Boletim de Voto, houve intensas sessões de ensaios preliminares do Equipamento do Sorteio com fim de garantir, a priori, o posicionamento numérico do MPLA.

 

 

 

Tudo estava bem acertado de tal ordem que, a Bola do MPLA teria sido a primeira a sair.  Infelizmente, se assim possa dizer, na expectativa do Regime, a batotice não obedeceu à regra preestabelecida. Pois, a Bola do Galo Negro antecipou-se na saída da maquina, deitando por terra as artimanhas megalomaníacas dos dirigentes do MPLA. Notava-se nitidamente no rosto do Mandatário do Partido da situação uma decepção profunda. Parecia um balde de água fria que tivesse caído sobre a Sala.

 

 

 

Algo tivera corrido mal com o Equipamento do Sorteio. Há três cenários mais prováveis que resultaram nisso, sendo: a) A desprogramação deliberada do mecanismo electrónico; b) o desfasamento automático do sistema operativo programado; c) uma acção de vírus.

 

 

 

Contudo, qualquer sujeito de boa fé e honesto ficou melindrado pela coincidência da arrumaçãosequencial numérica dos Partidos históricos no boletim de voto e a colocação da CASA- CE no último lugar (Nº 9) na qualidade de Casule, a Formação politica emergente que apenas tem três meses de idade desde sua proclamação formal no dia 3 de Abril de 2012.

 

 

 

O que nos interessa nesta conjuntura é somente tirarmos algumas lições importantes deste exercício mal sucedido, da manipulação constante dos procedimentos e dos actos consecutivos dos processos eleitorais:

 

a)      Revelou-se, de forma clara, o grau elevado da transformação profunda da consciência patriótica dos Angolanos. Pois, os Angolanos de 2008 não são os mesmos de 2012.  Ninguém, entre os Partidos políticos tradicionais, tenha a certeza absoluta da fidelidade partidária ou ideológica dos seus membros. O patriotismo, a cidadania, a identidade nacional e a liberdade são valores inalienáveis que hoje inspiram a consciência deste povo oprimido e explorado pelos agentes do colonialismo doméstico.

 

 

 

b)      Ficou bem explicita a mensagem ao Conselho Nacional Eleitoral sobre a vigilância patriótica dos Angolanos neste processo eleitoral, que busca a mudança democrática. Haverá sempre no seio de cada três cidadãos, um patriota esclarecido e consciente que pugnará firmemente pela transparência e lisura dos processos eleitorais.

 

 

 

c)      Com efeito, na democracia verdadeira, o sentido de voto não se baseia na militância partidária. Mas sim, no objectivo que se pretende alcançar num determinado processo eleitoral. Alguém pode ser membro do Partido A e votar no Partido B sem com qual renunciar sua militância partidária. Numa sociedade do Partido-Estado, como Angola, as pessoas assistem aos programas do Partido no Poder por força ou para apenassalvaguardar a vida, o posto de trabalho, o negócio, o tacho, as benesses e a alcoolização. Muitos fazê-lo contra sua própria vontade.

 

 

 

Para já, há muito medo na população local devido à opressão, intimidações, ameaças, execuções sumárias e despedimentos massivo e arbitrários. Os cidadãos estão fortemente restringidos em participar livremente nas actividades politicas dos Partidos de Oposição com pena de se colocar na classe dos excluídos. Por isso, verifica-se o nível elevado do descontentamento na sociedade que se agrava na medida em que o fosso entre a pobreza extrema e a riqueza aumenta assustadoramente.

 

 

 

d)     O espírito de Mudança está bem enraizadona consciência dos Angolanos e tornaram-se um imperativo imediato e inadiável, que estimula e congrega as vontades de todos os cidadãos.

 

 

 

e)      Os estratos da juventude e da classe média se apresentam hoje como substanciais pivô da vanguarda revolucionária que se afirmam cada vez mais como força motriz das grandes transformações em curso e da consciencialização patriótica.

 

 

 

f)       Os tabus do nacionalismo etnico-regionalque dilaceram a sociedade angolana, durante meio século consecutivo, em feudos partidários, se encontram presentemente no estado avançado de decomposição profunda. O surgimento de uma força politica amplamente convergente de todas as origens politicas, ideológicas, sócio-culturais e étnico-regionais representa um elemento catalisador da integração global da sociedade angolana.

 

 

 

Feito uma avaliação resumida, do contexto actual, constata-se que, o processo eleitoral em curso, está eivado de grandes desafios, dos quais merece o engajamento adequado e urgente por parte das forças politicas de modo a remover as armadilhas montadas pelo Presidente Eng.º José Eduardo dos Santos que ameaçam gravemente o processo democrático, a estabilidade político-social, a consolidação da paz e o desenvolvimento equilibrado e sustentável do país.

 

 

 

A menos de um mês e meio da realização do pleito eleitoral, ainda não estão publicados os cadernos eleitorais, as listas dos eleitores de cada circulo eleitoral e o mapeamento das Assembleias de Voto. Nem está esclarecido o voto antecipado dos militares, da policia e dos Angolanos no Exterior do País; sem registo eleitoral, sem cadernos eleitorais e sem mecanismo nenhum de fiscalização e do asseguramento das urnas.

 

 

 

Como não bastasse, pairam nuvens carregadas sobre a imparcialidade e a eficiência da auditoria aos equipamentos informáticos e aos software do ficheiro central de base de dados. A INDRA, uma Multinacional Espanhola, que está encarregue do fornecimento do material do processo eleitoral, a sua aproximação ao Regime é tão notória, de modo que a transparência e lisura dos seus préstimos serão bastante questionáveis.

 

 

 

Na sociedade angolana quando circulam murmúrios em todo lado, pela experiência adquirida, sempre terminam em se concretizar. Nesta altura, verifica-se muita inquietação no seio dos eleitores angolanos sobre o esquema da fraude eleitoral já estabelecido e já concluído.

 

 

 

Logo, tudo o que de negativo vier a ocorrer no actual processo eleitoral, será da única e totalresponsabilidade do Candidato José Eduardo dos Santos, na sua dupla qualidade de jogador e arbitro e controlador absoluto e exclusivo de todas as Instituições do Estado na República de Angola.

 

 

Diante esta realidade inequívoca, torna-se um imperativo premente e a responsabilidade de todos Partidos da Oposição e de todos os sectores da sociedade angolana conjugar os esforços, as iniciativas e as sinergias tendentes a pressionar e desmontar já esta maquina fraudulenta do cidadão José Eduardo dos Santos, a Cabeça de lista do MPLA.