Lisboa – Voltou acentuar o clima de “caça-às-bruxas” na Rádio Nacional de Angola (RNA). Pelo menos foram afastados as últimas duas semanas cerca de 15 quadros séniores, entre directores e subdirectores, de diversas áreas. Os mesmos terão sido substituídos pelos jornalistas próximos ao antigo ministro da Comunicação Social,  Manuel Rabelais.


Fonte: Club-k.net

Substituídos por quadros mais fiés

Foram apeados dos seus respectivos cargos os directores de informação, Paulo Julião e Francisco Mendes, igualmente os seus subdirectores e do Canal A, Estanislau Garcia e António Sousa. Foram ainda afastados, os directores técnico (Paulo Cristóvão), comercial (João Cambala), do gabinete de apoio as rádios comunitárias (Nicolau da Silva) e da regência de estúdios (Fernando Nogueira).

O director de recursos humanos, Adalberto Luakuti, referenciado como “muito competente”, foi substituído por Elizabeth Figueiredo, uma funcionária descrita como “amiga” da administradora executiva Perpetua Cabral (cunhada de Manuel Rabelais). Para a área comercial regressou Manuel Sobrinho “Nelito”, igualmente da alta confiança do ex-ministro da comunicação social.

Há previsão de serem afastados todos os directores da Rádio Luanda e outros quadros como Mateus Cristóvão, que poderá ser substituído por Adão Filipe. De igual modo, o director da Rádio Cinco, Carlos Pacavira, deverá  ser rendido por Vaz Kinguri, que também é de alta confiança de Rabelais.

Sebastião Lino, candidato a deputado pelo MPLA e igualmente administrador executivo para informação atribuiu a si, a acumulação do posto de director do "Canal A" da RNA, tendo nomeado dois sub-directores, Torres Cândido e Simão Bequengue. Já Francisco Mendes, ex-director de informação, foi substituído Adalberto Lourenço e ao mesmo tempo, o Conselho de Administração nomeou uma sub-directora,  Maria Otilia.

Foram igualmente registada promoções - consideradas como “anormais” culminando com a atribuição de poderes - a um administrador não executivo, Humberto Jorge que passa a responder pela área de estúdios e reportagens. Branca Campos, uma funcionária que se encontrava afastada a mais de um ano, devido a um processo disciplinar, regressou na veste de directora de regência de estúdios, com plenos poderes. Ela passa a responder Rádio Luanda, Canal Internacional, Rádio 5 e Rádio Ngola Yetu.


Analistas angolanos atentos, mostram-se apreensivos com o ambiente de “revolta e instabilidade” que se observa nesta empresa estatal, sobretudo as portas das eleições de 31 de Agosto. A linha editorial tornou-se de mais favorecimento ao MPLA, discriminado as outras formações políticas. No passado dia 17 de Julho, o noticiário da tarde de 30 minutos, dedicou parte do seu tempo a falar da actividade de apresentação do programa  do partido no poder.