Luanda -  De acordo com o Folha-8, Raul dos Santos Diniz é o homem de quem se fala ao mais alto nível, mas  pelas piores das razões. Desde os anos 90, este homem amigo, ao mesmo tempo  tido como inimigo, explicado noutros termos, a massa angolana tem-no como amigo, enquanto as grandes cabeças da Nomenclatura o observam a distância e  se dividem em opiniões desencontradas; alguns deles admoestando-o um  tratamento, no mínimo hostil e envenenado.

Fonte: Folha-8

“Roubo no Palácio”

 “Polícia trava Burla Milionária na Sonangol; Caça ao homem; Queriam 206  Milhões de Dólares; Mega Burla, Rede Internacional tenta Burlar Sonangol,  três já foram apanhados; Walter Ananás envolvido em rede criminosa”. Estes  títulos foram manchete nos jornais a Capital e Continente, nas edições de  06 e 07 de Abril de 2012. Entretanto, o assunto continua a fazer vagas. O  presente texto serve apenas como introdução de revelações que surgirão para  aclarar finalmente o porquê que Raul Diniz tem sido perseguido, preso e  acusado de burla.
 

 Entretanto, tudo indica que neste imbróglio dito criminoso em que  aparentemente gatuno finalmente pretendia roubar gatunos, está metida muita  gente grande, do topo da Pirâmide do Estado e entidades ligadas  directamente ao Presidente da República. Pode ser verdade a existência da  alegada Rede Internacional de Burla e a pretensa intenção de saquearem aos  cofres da Sonangol a astronómica quantia de 206 milhões de Dólares. Porém,  a história está mal contada. A realidade é, a Sonangol, aliás como em  centenas de casos, se substitui a Banca Central no pagamento de facturas e  outros honorários estatais de contratos secretos ou ultra-secretos fora da  Lei com sobrefacturações por pessoas singulares do Estado. Desta vez, para  além de um suposto envolvimento no saque, Raul Diniz terá sido emboscado  numa trivial luta política de poder entre o ex-PCA da Sonangol, Manuel  Vicente, actual nr2 como Cabeça de Lista do MPLA e Delfim predilecto de  José Eduardo dos Santos para sua sucessão, Fernando Da Piedade Dias dos  Santos “Nandó” e Vieira Dias “Kopelipa” a quem recai uma série de informações reveladoras de práticas muito pouco auspiciosas, envolventes em  casos ligados a dinheiros e desvios do erário público.
 
 
 As revelações comprometedoras de Raul Diniz
 
 
Claro que se trata de perseguições, desde o longínquo 27 de Maio de 1977,  no dito fraccionismo, onde mataram seu irmão José Diniz, e seus primos:  João Manuel Lourenço da Silva (Kitumba) primeiro governador de Malange,  Galiano da Silva (Kitumba), Luis Silva (Kitumba) e Luísa Silva (Kitumba)  dentre outros familiares que apenas acreditaram e militaram nas fileiras do  MPLA e das FAPLA.
 
 
 O histórico
 
 
O quão problemático Raul dos Santos Diniz, visto noutra face da moeda. No seu historial consta um Curriculum-vitae ou que se ignora, ou que se finge  ignorar. De acordo os dados obtidos, Raul militou durante muitos anos no  MPLA e nas FAPLA. Posteriormente participou na fundação da Sonangol,  juntamente com os engenheiros Persis, Desidério Costa, Jaime Freitas,  Fernando Pegado, Luisa Capont, Viegas de Abreu, engenheiro Mangueira,  Jorge Gouveia, dentre outros que ainda permanecem na Sonangol; outros  desapareceram como o engenheiro Goodefry. Mais tarde afastado das lides  politicas por razões de princípios já naquela altura versados na defesa da  Democracia que não coadunavam com os do MPLA e por entrar desde há muito em  colisão com o Presidente Eduardo dos Santos e o grupo que o rodeia, mas  nunca deixou de dar seu contributo na defesa dos interesses da maioria dos  angolanos, valendo-lhe uma sequência de perseguições dentro e fora do país.


 Seu nome foi mesmo colocado num documento enviado às Nações Unidas com a  proibição de Raul Diniz e família de se deslocarem dos locais ou países  onde se encontravam. Desde 2000, foi perseguido, preso e solto dependendo  da conveniência da Nomenclatura angolana que era mentora da perseguição  política que lhe é movida até aos dias de hoje. Foi condenado em Portugal  pela falsa acusação de burla aos cofres da Endiama.
 
 Estas acusações indicavam o desvio misterioso de cerca de 7 milhões de Dólares. Durante mais de dois anos a polícia judiciária portuguesa  investigou com profundidade, sem contudo ter encontrado prova alguma sobre  a referida acusação, uma vez que Raúl Diniz já se encontrava fora de Angola  a mais de 8 anos. Algumas supostas provas, tidas finalmente como urdidas,  na lógica das informações obtidas, tinham sido fornecidas unicamente por  agentes dos SINFO, saídos de Angola para Portugal a propósito. Uma vez  solto depois de ter cumprido cadeia, Raul deslocou-se ao Brasil, onde  durante 5 anos aproximadamente, dedicou-se ao empresariado. Atendendo a um  pedido do governo de Angola, as autoridades judiciais portuguesas e pelos  mesmos motivos destapados, voltaram a encomendar um Mandado de Prisão  Internacional de Extradição. Depois de 4 anos de uma batalha jurídica sem  precedentes, Raul é extraditado para Portugal, onde chega rebentado  psicologicamente e fisicamente adoentado, levado para a prisão de Caxias.


 Três meses depois foi novamente solto com a revisão do processo e falta de  provas em sustentação. Pensava ser liberdade definitiva, e com o Livre  Trânsito para se deslocar a Angola, Raul chega a Luanda, meses depois do  novo governo português ter sido eleito.  Não faz muito tempo, um outro movimento acusatório surge. Segundo  informações, lançadas pelos SINFO, Raúl pretendia burlar cerca de 206 milhões de Dólares dos cofres do Estado, ministério das Finanças.
 
 
Empresas envolvidas
 
 
Este Dossier implicaria as empresas DLAPEX TRADING.SA, dedicada em  equipamentos electrónicos, que reclama a legitimidade da dívida e a empresa  ALEXUS SISTEMS, Lda. igualmente a reclamar pelos valores.
 
 
Outros dados indiciam Raul Diniz, estando na posse de um dossier que chegou  a suas mãos por intermédio de Nelo Feijó, sobrinho de Carlos Feijó e Walter  Ananaz.
 
 Raul, deslocou-se a Sonangol e encontrou-se com Raquel David, irmã de Joaquim David, para se certificar da validade e não obliteração do  documento em causa. Neste entretanto, o documento teria sido chumbado, a  informação tivera circulado e paz nas tantas, RD estava detido, por ordens  de Raquel, alegadamente dos SINFO, jogado na esquadra do MININT da  Marginal, a do Miramar e na da Polícia Económica. Posteriormente lançado  para as jaulas da Comarca. Esta captura na versão de RD, seria no intuito  de fazer-lhe engolir um estratagema idêntico ao dossier ENDIAMA, que o  levaria a servir de moeda de troca num litígio a envolver, como disse, o ex  PCA da Sonangol, Manuel Vicente, o Vice-presidente da República, Fernando  da Piedade Dias dos Santos, todos a lutarem pela sucessão do PR ou lugares tenente na Cidade Alta, como Manuel Vieira Dias “Kopelipa”.
 


 Nesta fase surgiram então os responsáveis pelo processo Damião Vicente Francisco e António de Oliveira Costa, este último ligado aos estrangeiros donos da empresa à qual a Sonangol deve os valores avultados. Damião  António Francisco, foi a quem passaram a Procuração para cobrar a dívida,  pois a dois anos, Raul não estava em Angola. A procuração foi passada por  um inglês de nome Scott e outro Alonso espanhol, para a cobrança de duas  dívidas. Contudo, segundo a acusação, a Raul caberia a cobrança de apenas  uma com os valores de 206 milhões de Dólares. Só que segundo constam, Raúl  não estava dentro da verdadeira origem do negócio, nem é verdade que seria  a SONANGOL a pagar a respectiva dívida. Pois, como se tratava de uma dívida  nacional, decorrente de vendas de armas ao governo angolano, e UNITA, na  fase da proibição, “triplo zero em 1994”, a SONANGOL endoçou a mesma para a  direcção nacional do Tesouro do Ministério das Finanças. Porém esses  traficantes a agir debaixo da lei, eram amigos pessoais do Presidente dos  Santos, a exemplo de Pierre Falcone ou Gaydamack, os cabeças de ferro de  todo este esquema, deveras sujo, cujo proveito recaiu à Kopelika, chefe da  Casa Militar da presidência. Muitos tubarões estavam envolvidos na caça ao cardume do peixe mais caro. Tratava-se de milhões de Dólares, já  autorizados pelas finanças para serem entregues pela Sonangol às empresas  supracitadas.
 
 
  Mais informações, indicam que, essa dívida é real e actual, ela existe e está no Ministério das Finanças, só não foi paga porque vários membros dos  sucessivos governos de JES tentaram tirar dividendos desse macabro negócio,  que levou vidas e colocou milhares de angolanos na desgraça, como foi o  caso dos primeiros intervenientes:  Paulo Teixeira Jorge, ex- Ministro das Relações Exteriores e Alberto Serra  Vandunem, ex- Ministro do Interior ambos já falecidos.


 Lembrar que Paulo Teixeira Jorge entrou no negócio depois de ter deixado o  cargo de ministro, anos depois, apenas Alberto Serra Vandunem era na altura  dos factos, dirigente do MPLA e do seu Governo. Esses homens, revelam os  dados, apesar do seu poder e influência foram travados pelos futunguistas,  que entraram então no negócio milionário para cobrar. Carlos Feijó,  Aldemiro Vaz da Conceição, esse responsável pela redacção do referido  documento para cobrança, queriam apenas que a divida fosse paga por eles no  exterior, mas havia um senão, os traficantes queriam e exigiam a presença  do seu homem aqui no terreno, o António de Oliveira Costa, sobrinho do  Albino Malungo, enviaram até uma Sra Elizabete Machado de avião particular  a França para tratar dos detalhes do pagamento. Mais se informam que,  os dirigentes implicados na tentativa de negociação da divida falharam  porque não conheciam as regras com que se movem os traficantes da morte,  por isso até hoje essa dívida não foi cobrada nem paga.


 António Costa também foi um empecilho na tentativa de compra da divida  tanto pelo Vice-presidente da República Fernando da Piedade, assim como na  entrada em cena do filho varão de JES, o Zenu, que queria comprar a dívida,  oferecendo menos 40 por cento do valor ao cobrador Damião Vicente Francisco.  Existe um documento passado pelo único homem que era detentor de uma  procuração emitida pelos traficantes de armas Scott e Alonso, e o bispo que  é marido de uma das sobrinhas de Paulo Jorge na cobrança da dívida de que  ele era a pessoa ou seja, o Sr. Damião Vicente Francisco, esse documento  que é uma carta de comprometimento de pagar 15 porcento do valor da divida  aos senhores Manuel Almeida Agostinho, Júdice Monteiro, Silva Cristovão,  vulgo Kito, filho de Francisco Cristóvão, vulgo Chico, também casdo com uma  das sobrinhas de Carlos Feijó, jurista, financeiro do Comité Central do  MPLA, PCA da caixa nacional, PCA da Sogeste, empresa do MPLA e José João  Carlos, caso eles conseguissem encontrar alguém que ajudasse a cobrar essa  divida. Foi assim que o sobrinho do Carlos Feijó chegou ao Raul Diniz,  conforme consta nos documentos citados. Esses meninos foram por sua vez  contactados pelo oficial general brigadeiro José Manuel, da Marinha de  Guerra, também jurista e apresentados ao Damião que por sua vez passou um  Documento lavrado em Cartório onde assume a responsabilidade de pagar os 15  porcento do valor combinado da totalidade da divida. As comissões vão dos  25 milhões aos 119 milhões de Dólares. Todos os implicados neste suposto  crime e têm os seus nomes conotados no processo e outros nomes de pessoas  encontramo-los através de um jornalismo investigativo independente. Porém o  mais visado, Raul Diniz, em toda documentação, o Folha 8 não  ncontrou o  seu nome ligado a essas pessoas, nem mesmo provas do que foi dito pela  imprensa escrita que engoliu mais esta mentira. Foram encontradas, o quer  dizer, mais uma vez tentaram vender gato por lebre aos incautos leitores e  devoradores de jornais privados, mas não independentes. Pois nenhum dos  jornais que divulgou a notícia foi em busca da verdade, seja lá qual fosse.

 
O saque ao erário público
 
 
O país está a saque e quem for mais esperto leva o maior quinhão. Aquele  que tentar se intrometer no esquema, leva em nome de todos os saqueadores. Isto  não começou hoje nem nos dias anteriores, já criou cancro, é antigo, é  assim que fizeram fortuna, tanto com o espólio da guerra, quanto em  negócios e contratos escuros. Sem dúvida, tal como disse o conceituado  jornalista e músico irlandês Bob Geldof, aos 06 de Maio de 2008: “Angola é  governada por um bando de criminosos”, dada a impetuosidade como é  perpetrado o assalto aos cofres do Estado e os desvios dos recursos  naturais, provocando um sem número de mortos, desgraçados, outros milhares  de inválidos.
 
 Quando estas críticas surgem, o Executivo se insurge considerando injúria,  calúnia ou atentado a integridade do Estado, naturalmente representado pelo  Presidente da República. Entretanto, os factos são teimosos e todos os dias  reveladores daquilo que se convencionou chamar a instauração oficiosa da “*  cleptocracia**”,* onde se processa oficialmente o roubo escandaloso, pelos  próprios dirigentes que, enquanto gatunos não deixam de ser implacáveis na  altura de aplicar sanções a outros coitados que forem apanhados. Para além  desses roubos, são denunciadas as práticas de lavagem de dinheiro e outras  ilicitas com a conivência indirecta do mais alto mandatário da República.  Várias têm sido as revelações, a Pátria angolana foi sequestrada, o Estado  está ao serviço de um grupo que viola conscientemente as leis, manipula  eleições, muito mais com o medo de virem a ser desmascarados e  sentenciados. Isto de cima à baixo.
 
 É o que acontece com Raúl dos Santos Diniz, o homem a quem é atribuido todos os adjectivos fabricados no mundo do crime de burla. Há mais de 20   anos a história se repete, o homem é condenado da mesma maneira que é  liberto sem se provar seja o que for. A crer nessas mesmas autoridades,  Raul dos Santos Diniz desde os anos 90 teria desfalcado os cofres do estado  em nome do Presidente da República e outras falcatruas. Sabemos também que  as várias correntes da segurança do Estado teriam igualmente ligado à  perseguição movida contra Raul Diniz a questões partidárias da oposição, mais propriamente a UNITA.
 

 Walter Ananás inocente

Foi de facto indecoroso sujar o nome de uma família nobre, somente por Walter ter amigos que directa ou indirectamente, por difamação ou outro,  estejam envolvidos em casos pouco abonatórios que se desconheça e assim  inocentemente ser mergulhado na fornalha. Walter Ananás, não é tido nem  achado neste episódio dos muitos que se tem encenado em Angola. Walter  Ananás veio a baila, não como tradicionalmente acontece, cantando, foi por  um caminho, dos mais ínvios; acusado de envolvimento numa tentativa de  burla. Entretanto, provaram os factos a elibação de Walter cujo nome surge  por um lapso ou simplesmente por inocência sua. No final, eis a questão:  Quem deve prender quem, se finalmente todos os governantes, longe ou  próximo do palácio são gatunos? Muito há ainda para se dizer sobre este  erscandaloso Dossier.