Luanda - Situação económica, social e política das populações no Uige - Chegamos à província do Uige na quarta-feira e passamos esses dias todos a andar pelos municípios, e, naturalmente a contactar com a população. Creio que a nossa visita a esta província foi útil e bastante produtiva, uma vez que nos permitiu avaliar a situação real que a população vive aqui no Uige, ouvimos os seus pontos de vista sobre vários aspectos, tanto do ponto económico, social e politico.

Fonte: UNITA

Balanço  da visita que efectuou ao Uige

Do ponto de vista politico, nós constatamos que a população do Uige vive sob o medo, instigado pelas autoridades governamentais, que através dos sobas instrumentalizados perseguem todos aqueles que não se revêm com o partido no poder. Esta manhã eu estive a ler várias cartas que recebi dos municípios – pelo menos umas nove cartas e todas elas são cartas de sobas, que exprimem a sua preocupação, uma vez que se as eleições estão a chegar e as eleições se dizem democráticas mas há perseguição daqueles que não se revêm no partido MPLA- perguntam-me como é que nós partidos políticos estaremos aceitar realizar eleições num clima de medo, intimidação e de perseguições.


Portanto, essa situação foi visível por todos os municípios onde passamos, mas Quimbele e Maquela do Zombo de facto dominam no que diz respeito a intimidação, e perseguição e discriminação. Disseram-nos, por exemplo, que aqueles que têm os seus filhos na UNITA, ou conhecidos que tenham os seus filhos na UNITA, são discriminados pura e simplesmente por isso e que esses seus filhos nas escolas reprovam só por serem da UNITA. Portanto, isso é de facto muito mau e preocupante.


Portanto, do ponto de vista político esta é a ideia com que estamos a sair daqui do Uige, que vamos denunciar constantemente para que as eleições se façam sem constrangimentos.

Do ponto vista social, também não há diferença aqui com aquilo que se vive em todo o país. O povo vive em situações miseráveis, todos se queixaram-se da falta de medicamentos, curiosamente não se queixaram tanto da falta de hospitais, mas dizem que os hospitais, mesmo aqueles recentes não têm medicamentos. Portanto, essa é uma grande preocupação da população, para além da falta de água potável. As senhoras, ontem (22/07/12) na Damba fizeram questão de nos mostrar a água que se utiliza. Enfim, contrasta o propalado programa “água para todos”.


Então, a situação é essa e como disse, não difere muito do que vimos noutras províncias do país, e, naturalmente, é por isso que a nossa mensagem está a ser no sentido da necessidade do povo ter consciência de que o actual governo não cumpriu com as promessas que havia feito e por isso a hora chegou de muda-lo e trazer para o poder a UNITA que vai cumprir com as promessas que está a fazer.

Aderência à causa da UNITA

Em relação ao grau da aderência à UNITA da população do Uige, eu constatei aqui um fenómeno. Reparei que a população está de uma forma geral insatisfeita com a governação actual. A aderência à UNITA é grande, mas também por causa da intimidação que acabei de referir notei que as pessoas procuraram mandar-nos recados, bilhetinhos nos procuraram na calada da noite. De dia eles não apareceram. Mas ontem (22/07/2012) estive até duas da manhã a receber professores, estudantes universitários, funcionários que não conseguiram aparecer de dia, por causa desse medo a que me referi. Portanto, o grau de aderência à UNITA é muito maior, aliás muitos deles o que me disseram é que não vêm outra alternativa se não a UNITA.

Então, estamos satisfeitos a esse respeito, mas é preciso que haja liberdade, porque sem liberdade as pessoas vão votar sob o medo. Este voto que se faz com medo ninguém garante para onde vai.

Máquina eleitoral afinada

Nós tem a nossa máquina afinada. Vamos nesta semana que começou lançar o nosso Manifesto Eleitoral, que sintetiza as grandes linhas do nosso programa de governo vamos fazer isso em Luanda, mas logo depois nós vamos continuar neste comboio por várias paragens do nosso do país. Há províncias que para nós são prioritárias, antes da campanha começar de modo que de principio vamos estar uns poucos dias em Luanda, e continuaremos para outras províncias de Angola. As províncias do Leste de Angola estão na nossa mira, mas também as províncias do Zaire e Cabinda estão na mira mesmo antes da campanha eleitoral.


31 de Agosto vamos lá

Sim estou a dizer que 31 de Agosto o povo angolano tem de ir lá, exactamente no poder, para poder materializar e resolver os problemas que o povo tem nos apresentado. É estando lá no poder que resolvem os problemas do povo. Então, nós queremos que no dia 31 de Agosto estejamos lá. É por isso que estamos a dizer ao povo para se preparar e permitir que no dia 31 de Agosto estejamos lá. Portanto, é isso que queremos dizer com o Slogan “31 de Agosto vamos lá”.

Discriminação na CNE

Eu falei a bocado da discriminação. Acontece que em Maquela do Zombo  e em Quimbele, os membros da CNE indicados pela UNITA estão a ser excluídos das reuniões da CNE. Ninguém lhes diz nada. Com certeza que isso não pode ser aceitável. Nós orientamos os membros indicados pela UNITA na CNE, para que não permitam essa situação, devem protestar junto das estruturas locais da CNE onde eles se encontram, mas se a situação não se resolver deviam informar também a província e até a Nacional, porque a CNE é composta pelos Partidos que lá mencionados. Então, todos têm participar das reuniões, todos de têm de seguir o que está sendo feito. Agora, se de um lado se discriminam os cidadãos nas escolas, nos empregos, mas do outro lado, até naquilo que é comum também são discriminados, então, algo está errado de modo que vamos esperar que essa situação seja ultrapassada o mais rapidamente possível.