Lisboa –  O  alargamento de  poderes conferidos por José Eduardo dos Santos ao  Manuel Rabelais  é traduzido na competência que o antigo Ministro da comunicação social  passou a ter em convocar e reunir com os responsáveis dos  órgãos de comunicação social públicos para prestação de contas.  O fenômeno inédito na política angolana coloca a ministra  Carolina Cerqueira numa posição desencontrada.


Fonte: Club-k.net

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Na tarde de terça-feira (24), o  ex- Ministro reuniu no hotel alvalade com os responsáveis das referidas empresas públicas.  Um próximo encontro esta marcado para sexta-feira. De acordo com a rotina, o mesmo reúne três vezes por semana com os CA (Angop, Jornal de Angola, TPA e RNA) e alguns jornalistas da sua confiança para baixar ordens sobre a estratégia  eleitoral.

Numa destas reuniões, orientou abertura mais cedo do programa manha informativa da RNA (5h30) e o “Bom dia” da TPA que passa a ser emitido a partir das  5h30.


O recurso que levou JES a inclinar-se a socorrer-se de Manuel Rabelais que é uma figura  com processos de  escândalos de corrupção em Angola  é associada ao dinamismo que reconhece no mesmo e que foi crucial nas eleições de 2008. Por outro, tal aliança coloca a actual Ministra Carolina Cerqueira numa posição desencontrada  precipitando  um  ambiente de hostilidades e acusações mutuas entre as duas facções. 

 
Muito recentemente, a corrente conotada a Manuel Rabelais  fez circular nos bastidores  insinuações  segundo as quais  a direcção cessante da RNA  teria feito uso  indevido de dinheiros ligados a um  fundo  na ordem de 5 milhões de dólares dados pelo ISEP para as eleições de 31 de Agosto. A mesma corrente faz circular que foram os mesmos que resolveram os problemas de atrasos de salários naquela empresa. A versão  é rejeitada  pelos trabalhadores sob pretexto  de que o antigo PCA Pedro Cabral não  é “figura de descaminho de  fundos e que terá deixado as contas em dia”.  Alegam também que quem resolveu a questão dos salários foi a Ministra na altura devido a insatisfação do sindicato dos jornalistas.

Por outro lado a corrente conotada a ministra Carolina Cerqueira, acusa a actual direção de ter se apoderado ou desviado viaturas compradas pela antiga direção de Pedro Cabral e que não foram a tempo de ser distribuídas aos subdirectores devido a prematura exoneração. Acusam igualmente Manuel Rabelais de ter voltar a introduzir  praticas de nepotismo na empresa.  O ex ministro  nomeou uma das suas esposas, Branca Campos como directora de regência de estúdios da RNA com competência de  responder Rádio Luanda, Canal Internacional, “Rádio 5” e Rádio “Ngola Yeto”.  Acusam-no ainda de ter  também indicado uma cunhada sua, Perpetua Cabral, como   administradora executiva  da RNA.