Lisboa – A ausência da habitual intervenção do primeiro secretario provincial do MPLA, Bento Bento em fase eleitoral, a semelhança do que aconteceu em 2008, é associada a uma “estratégia presidencial” visando dar protagonismo, a ala juvenil do partido, para as próximas eleições de 31 de Agosto.
Fonte: Club-k.net
Para dar protagonismo a JMPLA
De acordo com justificações apresentadas, tal “estratégia presidencial” foi delineada no seguimento de duas sondagens encomendadas por JES a peritos brasileiros em que os resultados apresentavam-lhe numa posição de desvantagem eleitoral dando-lhe uma percentagem entre os 45 a 50% da preferência dos sondados. A encomenda revelou ainda que o eleitorado de JES esta na camada social, da faixa dos 45 anos de idade. Conclui-se, entretanto que a referida faixa etária representa uma minoria e que a juventude que é a maioria estaria distanciada do mesmo.
No seguimento dos resultados desta sondagem e de outras duas que se seguiram recentemente, foi notado que Bento Bento (que é um dos mais interventivos dirigentes do MPLA baseado em Luanda) teria sido afrouxado no seu papel de força motriz da campanha. Habilitadas leituras, em torno da “estratégia eleitoral” notaram que o seu papel de mobilizador estaria a ser discretamente substituído ou desempenhado pela propria JMPLA.
É a JMPLA, a quem foi atribuída a execução do programa de educação cívica eleitoral nas escolas do ensino médio do país visando a mobilização dos estudantes para as eleições de 31 de Agosto próximo. Foi também atribuída a esta organização a missão de proceder com a “extensão” da apresentação do programa eleitoral do MPLA, em Luanda que em condições normais seria da exclusividade de Bento Bento.
JES terá também se inclinado as Igrejas, uma constatação verificada na cumplicidade que pastores passaram a desempenhar. Conforme, leituras abalizadas, o interesse do PR não seria necessariamente na figura dos pastores mas no viveiro juvenil que estas Igrejas acolhem. Na Huila, o líder da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), Diniz Marcolino Eurico chegou a dispensar os jovens da sua congregação para uma manifestação de apoio a José Eduardo dos Santos (JES).
A inclinação do PR a juventude é contrastada com praticas de repressão contra jovens que se revelam opostos ao regime e que promovem manifestações anti- governamentais. Tais atitudes violentas são descritas como estando dentro de uma estratégia de “vale tudo” destinada a não por em causa o processo de recuperação do apoio desta camada que o mesmo procura ter.
Não há informação de que JES tenha expressamente orientado a reprimir os jovens que atentem contra o seu regime, porem a ausência de um discurso oposto a violência contra esta franja não se faz sentir na intervenção do mesmo nem dos dirigentes do MPLA. No passado sábado (14), no seguimento de uma sessão de tortura aos jovens que foram detidos por fazerem parte de uma manifestação, no bairro São Paulo, o comandante da divisão da polícia do Sambizanga Francisco Noticia, revelou, que aquela pratica não era sua vontade mas que estava a cumprir “ordens superiores” .