UNITA: Falso nacionalismo

Portanto, muitos comentaristas no fórum de debates, timbraram precipitadamente o meu artigo como um “MPELISTA”. Hora vejamos, se o artigo falava sobre as razões dos fugitivos da UNITA e as causas que definem a criação da UNITA erradamente julguei não ser oportuno mencionar que o MPLA também cometeu e comete crimes. Sei exactamente o que se passou no 27 de Maio. A violação dos acordos do Alvor também tenho vividamente na minha memória. A má gestão administrativa nas eleições foi a última gota de água executada pelo MPLA.

O pano de fundo, no artigo “A UNITA foi fundada por criminosos e ambiciosos” justifiquei as minhas inquietações quanto aos reais objectivos da fundação da UNITA e o posicionamento irresponsável dos seus criadores. Questionei duramente a posição dos seus fundadores: Nzau Puna, família Chingunge, J. Valentim, Chiwale e outros, que durante décadas votaram a 100% nas atrocidades maliciosas cometidas por Savimbi.

Um intelectual como Jorge Valentim, médico de formação, não pode simplesmente dizer que era persuadido por Savimbi e que “eu era contra” as decisões do irmão mais velho. Meus senhores, se fosse uma ou duas vezes talvez aceitaria tal justificação esfarrapada. Foram décadas, a repetirem-se os mesmos erros. Será que a intelectualidade de J Valentim não estava em altura de decifrar que Savimbi estava errado.

Nzau Puna foi o carrasco do Ministério do Interior da UNITA por largos anos e sem contar a sua estreita ligação com todas as papeladas secretas deste partido incluindo ataques a aldeias e outros actos bárbaros seladas por Savimbi por várias décadas. Quantos foram executados durante a sua liderança do ministério do interior!

A família Chingunge tinha raízes na UNITA. Dino Chingunje esqueceu que tal raiz teve caule pelas mortes de muitos inocentes mesmo na Jamba e arredores no Sul de Angola. Será que o diplomata Tito Chingunge nao sabia?

A pergunta pertinente no meu texto foi se a UNITA foi fundada com que objectivos nacionalistas, políticas ou caprichos económicos? É muita coincidência, todos os fugitivos da UNITA, apenas abrirem os berrencos nos momentos de aflição económica ou em momentos de apertos pessoais.

Portanto, o pretexto de nacionalismo que a UNITA, sempre propagou para justificar as causas da guerra, não é convincente. Um real nacionalista não se deixa levar por especiarias mercantis. Aqui, não encontro aspectos concretos que justifiquem este dito nacionalismo erradamente fincado pela UNITA por tantos anos. Repito, não se exerce nacionalismo saqueando aldeias com residentes humildes e inclusive crianças.

Um real nacionalista, homem digno e com princípios políticos, não muda da esquerda para direita ou vice-versa. O máximo que se admite em política é a moderação. Um esquerda ou direita e aceitável se as sua percepções variarem até 50% .Se mudar a 100%, significa que este político vive no mundo da imaginação (politica virtual). Perdido e sem orientações básicas do que defende. Tem conflitos de identificação política. Em síntese, os fundadores da UNITA enquadram-se neste paradigma político confuso.

A estes fundadores da UNITA hoje comparsas do MPLA estam aí quietinhos, mansinhos, aí atirados nas embaixadas como se os tivessem “botado” no asilo político, deambulam livremente, vivendo a francesa e a Inglesa como meninos exemplares. Gostaria de os perguntar porque fizeram uma guerra mesmo sabendo que não tinham canudo para justificar o que faziam. Acredito que se os países aonde estam “atirados” exigissem um registo criminal estou convicto que muitos diplomatas angolanos seriam recusados tendo em conta as atrocidades cometidas contra a humanidade  em que cooperaram.

Um kwacha será sempre kwacha e vistos como um obcecado natural dos ideias de Savimbi independentemente do partido que pertencerem hoje. Há tempos um comentarista neste espaço virtual disse” os fundadores da UNITA, os homens de base do Galo Negro, deveriam retirar-se da política e ao mesmo tempo desvincular-se ao serviço do estado na sua totalidade. Em contra partida, o governo como máximo teria que reavaliar o montante a serem atribuídos como pensão”. Eu PGarcia, subscrevo este depoimento e adianto que eles -fundadores- estam ultrapassados no tempo e espaço.

Reafirmo: Não sou do MPLA. As atrocidades aqui publicados foram reveladas pelos próprios fundadores da UNITA em diversos órgãos. Para tal, basta ler esta passagem: “Quem fez o que aconteceu na Jamba não pode ter um programa de Estado para Angola.” – Dinho Chungunje membro da família “royal” na UNITA desde os tempos primórdios deste partido.

* PGracia
Fonte: Club-k