Luanda - O líder do MPLA e Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse hoje em Viana, arredores de Luanda, no comício inaugural da campanha eleitoral para as eleições gerais de 31 de agosto, que "o mais difícil já está feito".


Fonte: Lusa


José Eduardo dos Santos, que se referia ao crescimento económico e aos investimentos em infraestruturas alcançados nos últimos 10 anos, disse ser agora tempo de garantir que a riqueza produzida seja agora mais bem distribuída, reforçando a palavra de ordem do MPLA para as eleições: "Angola a crescer mais e a distribuir melhor".


Interrompido várias vezes, com palmas e incitamentos, na sua intervenção de 32 minutos, José Eduardo dos Santos teve à sua frente uma multidão que lotou o espaço destinado ao comício, de cerca de 300 mil pessoas, e que reforçou o já conhecido esforço de organização e de militância do partido no poder desde a independência, em 1975.


Entre os feitos da governação do MPLA e que considerou ser justo destacar, José Eduardo dos Santos enumerou os mais de 4 milhões de angolanos que estavam deslocados no interior do país, os mais de 150 mil desmobilizados que tinham de ser reinseridos na vida civil, os 300 mil refugiados nos países vizinhos e os equipamentos públicos que foi preciso reconstruir e recuperar.


"Não era fácil saber por onde começar. A opção foi primeiro tratar daqueles que foram atingidos pela guerra", salientou.


"Muitos não acreditavam que conseguíssemos desminar as três linhas de ferro que percorrem o país. As estradas estão abertas e há mais escolas, centros de saúde, hospitais, mais água tratada e energia", acrescentou.


Segundo José Eduardo dos Santos, Angola "avança inexoravelmente, porque tem um partido esclarecido, que se apoia nos anseios e objetivos do povo angolano".


Todavia, reconheceu, "o que foi feito não foi suficiente para atender todas as necessidades da população".


Daí que, destacou, importa agora passar ao que chamou "fase crucial", uma vez que o programa de reconstrução nacional está a chegar ao fim.


"Estando resolvido grande parte do programa de reconstrução nacional, o objetivo agora vai ser de melhorar as condições de vida dos angolanos", considerou.


"Este é um grande desafio que temos pela frente", vincou.


E a receita para se atingir aquele objetivo é através do "trabalho, disciplina e rigor".


José Eduardo dos Santos disse ainda que "os sacrifícios" por que Angola passou "não foram em vão", razão porque acredita que o país "está em vias de se tornar uma nação mais próspera, mais justa e mais feliz".


"O mais difícil já está feito: reconstruímos o país e estamos prontos para crescer mais e distribuir melhor", frisou.


"Posso garantir que vamos vencer", acentuou.


Nesse sentido, defendeu a importância de todos "saberem fazer bem as contas".


"Que façamos sempre bem as contas. Peço aos angolanos e aos que estão atrás de mim" - salientou, virando-se para trás e dirigindo-se à plateia de notáveis que o acompanhou na tribuna central, designadamente os membros do Bureau Político e Comité Central do MPLA, "para utilizarem as receitas que são de todos para todos".


Referindo-se, já na parte final da sua intervenção ao Programa de Governo e Manifesto Eleitoral apresentados para as eleições gerais, José Eduardo dos Santos disse serem "ideias muito bonitas e bem intencionadas" que não passarão disso "se não forem concretizadas".


"O MPLA quer continuar a ser Governo e o que estamos a prometer vamos cumprir", concluiu.