Luanda - Inicio este artigo fazendo jus a minha veia independente em política, uma vez que sou apenas um militante de base do "M" Movimento Popular de Libertação de Angola. Nunca escondi que sou aficionado do "M" e, também não escondo o meu efetivo descontentamento face ao que temos passado em Angola nos capítulos das políticas sociais, administrativas, económicas e financeiras, que passarei a defendê-las em artigos futuros.

Fonte: Club-k.net

Não precisei ser incentivado a descortinar e denunciar a corrupção e deslealdade dos dirigentes para com o povo angolano e, muito menos escondi quem são os culpados de toda essa maquiavélica disfunção governativa. Tenho a liberdade de denunciar companheiros desatentos com a pobreza extrema do povo angolano e, com certeza, cultivo amizades e inimizades no seio dos camaradas, afinal vivemos ou não em um país democrático?

Creio que nenhum angolano, com um pouco visão politica, não pode sentir-se amedrontado de comentar os problemas do país por causa das ameaças de companheiros desavindos em politica ou outros. Aliás, em politica, o relevante mesmo e saber servir e não servir-se do povo para desfralda-lo em seguida.

Até aqui tudo certo, porém o que me irrita é que militantes de outros partidos, aliás, dirigentes de partidos o qual não estou filiado, vem a público com insinuações de que estou a urdir estratagemas para separar o presidente JES do MPLA para que o MPLA abarque votos do próprio eleitorado descontes com JES.

Quando afirmei que votaria no  MPLA, e é o que farei, não quer dizer que estou em sintonia afinada  nem desafinada com JES, mas, sim com o MPLA afinal o MPLA existe por causa do povo angolano.

Isto este implícito na luta política entre nós angolanos, para resgatar a ética ideológica do MPLA, buscando sua força adormecida e desatenta por 33 anos. Estou de facto distanciado do movimento de pessoas que apadrinha a corrupção e o nepotismo no nosso país. Agora pergunto: qual a legitimidade que os opositores têm para virem à praça publica agredir-me com palavras de traidor?

Aceitaria sim, se membros do "M" me chamassem de traidor aos ideais do "M", mas essa possibilidade não existe, pois nunca traí o MPLA. Estou sim em rota de colisão com os actuais princípios das políticas defendidas e exercidas pelo atual direção do MPLA JES.

Para militância das oposições quero deixar bem claro que sou e serei sempre critico ás movimentações políticas de todos os partidos, na sua participação para o engrandecimento do nossa terra e do nosso povo. Estarei sempre na linha da frente como sempre estive quando a democracia estiver em risco de desaparecer afinal, estamos em busca do caminho que nos leva ao fortalecimento de nossa democracia.

Quero perguntar aos meus detratores que militam em outros partidos e a todos os críticos da UNITA, “quantos militantes do MPLA concordaram com a alternância do poder em 1992, distanciando-se de seu próprio partido, e democraticamente apelaram publicamente o voto para oposição (UNITA)”?

Respondo... NENHUM excepto EU.

ONDE ESTAVÃO estes meus detratores?

Quantos sofreram retaliações por este acto?

Por causa desse apoio público, fui preso e custodiado por um ano e meio, sendo perseguido por mais de 20 anos dentro e fora do pais?

Faço a seguinte pergunta “no passado, qual o militante que se opusesse as políticas do Presidente da UNITA e o criticasse frontalmente sobreviveria no dia seguinte, como fiz eu ao presidente JES, e se estariam ainda como militante activo deste partido”?

Desculpem-me os presidentes dos partidos e coligações credíveis no xadrez político nacional, mas do mesma forma que critico e culpo os dirigentes do MPLA JES, tenho o direito de me sentir desconfortado, quando pessoas que respeito, não param o ímpeto da critica fanática e desleal de seus militantes contra minha pessoa, pois, sinto-me no mesmo direito de criticá-los.

Que autoridade têm esses senhores de agora quererem orientar o meu sentido de voto? O fato de criticar o presidente JES e estar de acordo com o lamentar generalizado do povo angolano, em relação às politicas seguidas pela atual direção do MPLA JES, não implica que esteja de acordo com o posicionamento políticos dos outros partidos. É um autentico descabimento pensar assim.

Fica aqui o meu recado às oposições, sou cidadão angolano da tribo Kimbundo, faço parte da micro tribo Ambaquista, natural de Malange, Cahala-Maxinde. Sou Cristão (evangélico), como um bom filho da terra falo kimbundo, tenho 58 anos, sou livre e independente para seguir o caminho que melhor acredito para servir o pais e a nação angolana.

Termino dizendo que vou votar MPLA e este é um voto consciente, pois não estarei votando no MPLA JES, mas sim no MPLA que acredito não estar extinto ou aniquilado pela actual presidência. Conclamo a todo o povo angolano para exercer o seu direito constitucional de voto, buscando através deste acto o seu direito reivindicativo de melhorar a qualidade da estrutura organizacional do país.

Somente desta maneira é que poderemos exercer a democracia e adquirir o direito de reclamar podendo, contestar as políticas erróneas do governo na rua, manifestando-nos democraticamente nas praças do país, com os direitos acrescidos pela força deste voto. Não importa quem venha ganhar, isto é irrelevante, pois, se o povo souber exercer sua força, não há governo que não atenda ás suas reivindicações.


LEMBREM-SE O POVO TEM OS DIRIGENTES QUE ESCOLHE.


E por mais estranho que possa parecer, apesar dos dirigentes se fazerem fortes e gigantes, a força real não esta do lado deles, mas sim do lado de um povo unido, consciente naquilo que quer e deseja para o futuro de Angola.

Aos meus detratores dentro e fora do MPLA JES, acredito que para se prestarem a dar lições democráticas, devem antes de qualquer coisa “exercita-la” e respeitar os direitos democráticos de cada cidadão, o que não vem acontecendo.

Um exemplo foi o ocorrido no sábado passado, onde o soldado da fortuna, nosso velho brucutu, o ministro e empresário do vicio da jogatina, ventilou veneno para dentro das fileiras do MPLA e do povo benguelense.

Sem que houvesse motivos aparentes, para o momento de paz que almejamos alcançar no país nestas eleições, apresentou discurso de ameaças e guerra contra todos aqueles que contradissessem JES e/ou MPLA-JES.

Será que o um “M”, “MODERNO”, “INTELIGENTE” e “FIRME” nos seus princípios necessita de facto de discursos em comícios idênticos ao apresentado por Kundi Paima que, fumegando como um dragão em vias de extinção, falava ao povo em Benguela?
Deixo esta pergunta para reflexão.