O economista angolano Vicente Pinto de Andrade aponta como “positiva” a criação do Ministério da Economia, por permitir uma maior “coerência e consistência às políticas setoriais”.

Segundo Vicente Pinto de Andrade, o novo ministério é importante porque vai possibilitar a separação da economia real das finanças, podendo assim o Ministério das Finanças ocupar-se apenas das políticas orçamentais e fiscais.

“É uma medida positiva a existência deste ministério porque permite ver as diferentes ligações entre os setores da economia real, nomeadamente a agricultura e a indústria”, disse, frisando, no entanto, que essa articulação só será “proveitosa” para o país desde que “venha a obter os resultados anunciados”.

De acordo com Vicente Pinto de Andrade, um dos candidatos já anunciados às eleições presidenciais de Angola, previstas para 2009, o governo assumiu no seu programa um conjunto de compromissos que vão até 2012, como o desenvolvimento econômico e social do país, sobretudo o crescimento dos setores agrícola e industrial.

Vicente Pinto de Andrade afirmou ainda que o fato de o governo ter nomeado Manuel Nunes Júnior para a chefia desta pasta “é prova de que o MPLA pretende apostar na materialização do seu programa eleitoral, que é muito ambicioso”.

O novo ministro da Economia de Angola, que vai coordenar a equipa econômica do governo, é tido como um dos mais renomados economistas angolanos, mestre em Economia pela Universidade de Essex, e doutorado pela de York, Inglaterra, tendo, até a sua nomeação, ocupado o cargo de secretário do Escritório Político do MPLA para a política econômica e social.

Também o economista e porta-voz do Ministério das Finanças angolano, Bastos de Almeida, lembrou à Lusa que o país “há muito que sentia a necessidade de ter uma área específica para tratar das questões da economia”, que até hoje “estavam dispersas pelas Finanças e pelo Planejamento”.

Para Bastos de Almeida, esta necessidade resulta do forte crescimento da economia angolana e da necessidade de uma atenção mais especifica às questões ligadas à economia real e ao setor produtivo.

Com a criação do Ministério da Economia, destaca Bastos de Almeida, as Finanças, cujo novo ministro é Severim de Morais, vão poder “centrar-se agora nas suas funções nucleares”, que são, entre outras, a política fiscal e as questões relacionadas com o financiamento interno ou externo da atividade do Estado.

Severim de Morais substituiu José Pedro de Morais, que vai presidir a Bolsa de Valores de Luanda, em fase de preparação para seu lançamento.

“Para que os impostos possam ser cobrados, é preciso que a economia funcione, e esse é o papel de um Ministério da Economia, criar condições para o bom desempenho do sector produtivo”, sustentou Bastos de Almeida.

Fonte: Lusa