Luanda - No trajeto rumo ao dia D das eleições em Angola, observa-se a evolução inesperada do caminhar de  uma nação  que desperta, alerta, rejeitando o que lhe foi imposto até o momento pela atual gestão que tirou-lhe seus direitos adquiridos por nascer em solo angolano, direito à cidadania e a dignidade.


Fonte: Club-k.net

Com o passar das horas e dias, vê-se chegar o momento culminante de uma longa jornada rumo à democracia tão almejada de direitos até então tolhidos pelos longos anos de ditadura imposta onde, o expressar de qualquer descontentamento junto à situação que domina a nação poderia vir a culminar em uma sentença de morte, acompanhada de retaliação aos familiares.


FACTOS QUE ANTECEDEM AO DIA "D"


A hora culminante desta campanha eleitoral se aproxima e verifica-se que a situação torna-se cada vez mais delicada merecedora de total atenção por todos aqueles que farão parte no desenrolar destas eleições.


A nação angolana terá que atravessar por momentos de crescimento politico que até então não foram devidamente avaliados e como observador não  me permito deixar passar a largo. Nesta hora, partidos da oposição se colocam em posição de ataque a um governo totalitário e este por sua vez, se reveste de todo seu poderio monetário, militar e de comunicação para a qualquer custo, permanecer no poder.


Traça-se  um duelo interessante entre os dois mais expressivos e experientes partidos  que lutam em sentidos contrários o MPLA e a UNITA.


De um lado, o MPLA, partido que almeja manter-se  no poder por tempo indeterminado , busca provar junto às comunidades internacionais,  que seu maior rival nestas eleições, a UNITA,  partido de maior expressão de oposição, esta apenas por um espirro, possuindo  apenas pouco mais que alguns gatos pingados de adeptos , unidos à suas base partidária.


Apesar de todas as manipulações e esforços  feitos pelo partido da situação (MPLA), este não conseguiu alcançar seu intento.


A UNITA mostrou-se um partido a ser respeitado quando que,  na figura de seu General Militar, politico e intelectual Kamalata Numa conseguiu  reunir num comício, na província do  Huambo, sábado passado, mais de 200 mil pessoas.


É claro que este acontecimento caiu  como um balde de água fria sobre o MPLA  e JES , aniquilando   sua pretensão  de mostrar-se como única via de poder,  inabalável a qualquer oposição, frente às comunidades internacionais  mantendo assim a farsa de via de mão única às pretensões e anseios políticos do povo angolano .


O que não se esperava por parte do partido da situação, foi o ressurgimento da UNITA como a ave PHENIX , surpreendendo a toda a sociedade pela sua força mobilizadora, a um partido que até então era dado como morto e sepultado.


Surgiu radiante de cinzas revigorantes  cheio de maturidade politica e confiança.
Este é sem dúvida o maior e indigesto efeito colateral obtido por todos os anos que o  MPLA e JES atuaram no poder,  de maneira leviana,  sem levar em consideração as necessidades e anseios de uma sociedade massacrada , que ainda não conseguiu sair do casebre de pau a pique das múltiplas periferia de Angola   para os grandes prédios e residências situados unicamente para estrangeiros e a burguesia afeta ao MPLA JES em Luanda Colonial e sul.
Essa qualidade de habitação  projetada não é o sonho de todo angolano?


Ou será que existem dois tipos ou qualidade de povo angolano, um que tem que ter privilégios e outro que tem que viver na miséria, junto a ratos e sem dignidade?
É de se lembrar de que:


A UNITA não foi enterrada juntamente com o seu presidente Dr. Jonas Malheiro Savimbi,
Surge o MPLA, após a morte do Dr. Savimbi, como o  artífice e mentor da paz,  na pessoa de  José Eduardo Dos Santos ,seu presidente, aproveitando-se da situação e esquecendo-se de suas responsabilidades na atuação do desenrolar dos acontecimentos.


Por acaso na guerra civil que Angola atravessou, não existiram dois contendores? Quem foi justamente que beneficiou com a guerra? O MPLA e principalmente JES não admitira jamais que o poder passe de facto para as mãos do povo Angolano. dividir o poder com a UNITA e as oposições crediveis nem pensar.


Então paira no ar a pergunta, a dor não foi dos dois lados?
As perdas não foram de vidas angolanas?


Hoje o que podemos deduzir é que o  enterro da UNITA terá de ser definitivamente suspenso pois, surge das cinzas uma UNITA com propostas audaciosas  capazes de satisfazer os anseios do povo e  governar o país, facto que  assusta muito seu maior rival.


Apesar de o MPLA a todo custo tentar a acorrentar e amordaçar a voz angolana através de sansões às opiniões e posições politicas de seu povo, submetendo, ou melhor, tentando submeter à massa política de oposição ao ostracismo e incredulidade, tornar-se-á difícil fraudar novamente 80% de votos, buscando assim um governo de maioria dentro da Assembleia .
A UNITA e os outros partidos da  credível estão vivos, o povo esta atento a qualquer deslize que possam vir a ocorrer neste tão esperado dia 31 de agosto de 2012 pois, será um marco na “DEMOCRACIA” tão esperada por todos aqueles que sofrem com a exclusão social a que são submetidos todos os dias através da falta de saneamento básico, falta de energia, água, moradia, educação, saúde e justiça,  quesitos mínimos para se viver dignamente.


Diga-se de passagem,  a campanha do MPLA JES esta pautada justamente nestes pontos cruciais que já deveriam ter sido entregues ao povo angolano.


Pergunta-se ,  afinal foram 38 anos de poder , quem não conseguiu entregar estes direitos  básicos em 38 anos, quantos anos mais irá precisar para fazer sua lição de casa?
A autenticidade existente no momento politico que atravessa Angola é traduzida em duas vertentes  a ser avaliadas neste momento histórico.


Surge  como uma máquina devastadora, que toma conta dos anseios do povo angolano e  chega  perigosa, que não se consegue mais calar diante da conjuntura sócio econômica ao qual o povo é submetido.


Esta máquina tem um nome que é “DESCONTENTAMENTO GENERALIZADO”
O momento de globalização aliado a este descontentamento, torna-se difícil  manter um povo sob cabresto.


As informações estão acessíveis a todos, possibilitando contextualizar  e aprender com os fatos e noticias que chegam até a população.


Sabe-se que José Eduardo dos Santos é o mais velho estadista no mundo que ainda consegue se mantem no poder através de coação, violações de direitos humanos, corrupção  nacional e internacional e fraude.


O MPLA não se preocupou em avaliar o momento histórico que o mundo esta a atravessar, desconsiderando a debilidade da  conjuntura econômica e social apresentada .
Na atual conjuntara, todos  possuem urgência em mudanças para não correrem  o risco de falirem e perderem sua identidade .


A nomenclatura esta debilitada e caótica dentro  do modus operandi  estabelecidos até o momento , proporcionando todas as vantagens para que  outros países  se aportem em Angola, sugando  o que não conseguem mais tirar em suas pátrias mãe ,  transferindo as   riquezas angolanas , que deveria estar de posse do povo, às mãos  exclusivas dos  estrangeiros.
Passa-se a impressão da existência de um concurso  interno, cujos participantes  (MPLA, JES, seus filhos e filhas) parecem estar  numa corrida desenfreada aos cofre públicos para ver quem tem maior  capacidade de desviar o erário publico e endividar o país.
Cabe lembrar  ao MPLA que,  a farra esta por acabar pois  ter-se-á  que dar conta de seus atos no final destas eleições.


As posições  foram conquistadas pelos partidos de oposição através do DESCONTENTAMENTO  externado de um povo sofrido e o  MPLA necessita  acordar para a realidade .


Verifica-se  que as bases estruturais do MPLA já estão seriamente abaladas  pois, não poderá mais permanecer isoladamente no poder.


Hoje esta claro que o MPLA necessita de mudanças radicais e que  o erário público não pode  mais ser de posse exclusiva de  um grupo  formado por uma elite da sociedade angolana, JES e seus familiares.


O MPLA depois destas eleições não estará mais sozinho, pois terá que dar conta de seus atos a uma população atenta e esclarecida e a uma oposição atuante nos interesses de seus eleitores.


Tentativa em mostrar uma imagem de competência, ética, justiça a aquele que é “o cabeça” do MPLA, Sr. JES é no mínimo incoerente, pois  o resultado de seus atos praticados nestes tantos anos de poder esta traduzido na realidade que o país se encontra hoje .


Quem pode afirmar que em Angola existe justiça?
Que a distribuição de suas riquezas esta nas mãos do povo?
E que o povo esta feliz por nada lhe faltar?


A prova dos atos praticados está estampada nas condições de vida em que o povo esta acondicionado, na qualidade de educação que é apresentada a população, na falta de saneamento básico em que todos são submetidos, pois “todos” temos que conviver com o cheiro insuportável do esgoto a céu aberto que se espalha por todo o país, entre tantas outras falhas que faltariam folhas para preenchê-las.


Agora pedimos ao MPLA JES que tenha no mínimo respeito pelo povo angolano, pois as provas de uma administração incompetente estão estampadas nos quatro cantos de Angola, não podendo ser escondidas debaixo do tapete.


JES exerce sua liderança  a moda antiga,  por  medo e  solitário, não permite que seus liderados  sejam expressões de competência, afastando-os abruptamente dos cargos, não permitindo que despontem como opção de confiança na estrutura do partido, fazendo com que as pessoas do partido pisem em ovos para não perderem suas posições.Pode-se um dia ser vice-presidente  da republica e no outro acordar na sarjeta do ostracismo sem nenhum motivo aparente.


E  noutro dia pode-se ser um gestor de empresa publica, e acordar Ministro de Estado e 2 cabeça de lista do MPLA com direito a ser vice presidente da republica, sem nunca ter demonstrado capacidade politica alguma, nem mesmo ser conhecido pelos angolanos, apenas precisa pertencer a família JES


A pergunta que não quer calar é, será que em toda a estrutura partidária do MPLA ninguém tem a  ambição de  vir a  ocupar o lugar de JES.


Não se consegue visualizar nenhum candidato com as pretensões de ocupar o lugar de JES na liderança do MPLA ou será que JES com a complacência de  toda direção do MPLA quer que esta posição seja ela também hereditária, passando de pai para filha Isabel dos Santos?
Deixo aqui esta reflexão.