Luanda - DECLARAÇÃO ALUSIVA AO  50º ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DO EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL DE ANGOLA (E.L.N.A.)


Fonte: FNLA


Por se fazer sentir a necessidade absoluta de se reestruturar e modernizar os grupos de combatentes da gloriosa e histórica UPA (União dos Povos de Angola) espalhados nas várias frentes, a FNLA decidiu criar, a 16 de Agosto de 1962, um exército dotado de Normas de Execução Permanentes, do Regulamento de Disciplina Militar e de outros instrumentos que eram regularmente transmitidos aos Comandos das Frentes, criados, igualmente, para a eficácia do Corpo. A esse exército chamou-se ELNA, sigla de Exército de Libertação Nacional de Angola.


Posto que não é possível descrever todos os meandros das acções de um Exército da estatura do ELNA, contentemo-nos de dizer, com firmeza, que é em grande parte e graças a ele, foi possível arrancarmos a Independência de Angola, por força das armas.


Hoje, Angola está independente . O esforço de guerra necessário para a sua libertação foi enorme, mas a recompensa aos seus actores não tem sido judiciosa. Muitos deles, andrajosos, confundem-se com os vários dementes que infestam as cidades.


Decididamente, os governantes do nosso País consideram crime libertar a Pátria, enquanto os que traíram a Pátria colocando-se ao lado da opressão colonialista, estão a usufruir das bênçãos que Deus derramou sobre Angola, concernente às riquezas do solo e subsolo.

Recordar nomes sonantes como os dos Chefes das Operações João Baptista Traves Pereira, António Fernandes de Brito e António Panzo da Glória, bem como dos Comandantes José Kalundungu, Pedro Bunda Ngongotó “Benda Bika”, António Mvula Angelino, Tussamba Kwa Nzambi,   Miguel Vita, Pedro Mabwatu,   João Nguingui, Joaquim Mulenvu, Daniel Afonso Bengo,  Pedro Vida Garcia,  Catarina Domingos Salvador,   Pinto Makapa, Alberto Timóteo “Vassoura”, Isaías Kiela, Adão Makola,  Liliana Miguel,   António Tiago Kaleia,   António Mwanza,     Pedro Afamado,   Jaime David Weba, Alberto Chipata, Adão Kissonde,   António Manuel Loureto,   Augusto Landa Sebastião,    Maneka Paka,   Vuna-o-Vioka, Lima de Assassino, Manuel Ngonga Lebo “Baka Vioka”,   Marcos Mabiala,  Lutero Wankana, Gomes Nhanga e tantos outros valorosos e destemidos que conduziram acções concertadas de guerrilha,  é recordar os verdeiros e incontestáveis Libertadores de Angola, dirigidos por Álvaro Holden Roberto, aliás Yembe, na sua qualidade de destemido Comandante -em-Chefe.


Todos esses grandes heróis, já dormem no seio dos nossos antepassados, fazendo já parte deles, descansados pelo dever cumprido. Todos eles, sem excepção, não receberam qualquer compensação ou indemnização do Estado, muito menos do Governo do seu País, em vida ou a título póstumo.


Por ocasião da sua morte, foram negadas a Álvaro Holden Roberto as honras militares devidas ao seu estatuto de Libertador e de Herói Nacional (recorde-se que o mesmo foi condecorado pelo Governo, em reconhecimento do referido estatuto). 


 A fé e o desinteresse material dos seus militares, sejam oficiais, sargentos ou praças, continua a irradiar os seus efeitos sobre os Militantes da FNLA, cujo comportamento derrota os observadores menos atentos que a confundem com fé sectária, mas os mais avisados sabem que o seu fervor nasceu dos momentos mais sublimes e decisivos da História de Angola, que se resume em duas palavras: LIBERDADE E TERRA.


Nesse dia de Aniversário, a Comissão Política Permanente saúda, muito especialmente os valorosos Antigos Combatentes e os civis envolvidos na enorme tarefa de Libertação Nacional, bem como rende uma merecida e respeitosa homenagem a todos os que tombaram no Campo da Honra, assim como aos Simpatizantes e Amigos da Grande Família FNLA e através deles o Povo Angolano, desejando dias melhores para todos e a manutenção da esperança na LIBERDADE E TERRA.

Luanda, aos 16 de Agosto de 2012.

A COMISSÃO POLÍTICA PERMANENTE