De acordo com a estação radiofônica, o líder Zimbabueno tomou conhecimento  que o mesmo generalato que o ajudou a manter no poder ao longo desses 28 anos esteve na sua ausência idealizar iniciativas a margem das suas ordens. O grupo era encabeçado pelo chefe dos comandos das forças  Zimbabuenas General Constantine Chiwenga, pelo responsável do exercito nacional Tenente General Philip V Sibanda, pelo comandante da policia comissário Augoustine Chihuri e pelos chefe dos serviços prisionais comissário Paradzayi Zimondi.

Após o regresso ao pais, o Presidente Robert Mugabe reuniu na sua residência oficial com o grupo de oficiais que lhe transmitiram algumas  interrogações dentre as quais a mensagem que não cooperariam para um governo chefiado pelo líder da oposição Morgan Tsvangirai, porque no entender dos oficiais superiores de Mugabe, o Zimbábue estava diante de um cenário de ingovernabilidade.

A inquietação tem a ver com o acordo de partilha do poder assinado, no passado dia 15 de Setembro entre a  Zanu-pf e a oposição (MDC) e que segundo Robert Mugabe no seu recente discurso na ONU ele ficou “satisfeito” e o seu partido “cumprirá o espírito e os termos do acordo que assinou”.

O acordo com o MDC estipula a partilha de algumas pastas ministeriais  mantendo Mugabe como Presidente,  Morgan Tsivangirai como Primeiro Ministro do Governo e Mutambara líder de uma das facões do MDC como seu adjunto. A Zanu-PF, de Mugabe, deveria controlar 15 ministérios, o MDC 13 e a facção dissidente três.

De momento não  chegaram ainda a acordo algum  sobre a distribuição das pastas ministeriais, um impasse que está a impedir a entrada em funções do novo Governo de unidade nacional. O partido de Mugabe por exemplo  quer manter os ministérios da Defesa, da Justiça, do Interior e da Segurança do Estado, essenciais para continuar a dominar o aparelho de Estado, bem como a pasta das Finanças.

Os oficiais superiores que reuniram com Mugabe informaram-lhe ainda  que não vão respeitar Tvangirai como novo líder governamental mesmo sabendo que foi votado pelo povo. A reação desses oficiais ganhou consistência por sentirem-se desagradados depois de tomarem nota que sectores do  MDC citaram nomes de algumas patentes militares  insinuando  que deveriam ser responsabilizadas pelos abusos e torturas contra membros da oposição. As chefias de segurança do regime de Mugabe suspeitam da existência de “agenda secreta” de Tsivangirai propositada a pó-los uns contra outros e para  render o Zimbábue a um clima de ingovernabilidade, conforme confidenciaram ao Presidente Mugabe.

Segundo citações de fontes da Zanu-pf, os responsáveis da segurança advertiram ao Presidente Mugabe que abandonariam os seus ministérios caso fossem tutelados por Tsivangirai. Esses oficiais, conforme as suas declarações, entendem ser preferível manterem se distante do governo do que permanecer nele e serem obrigados a usar brutalidade contra Tsivangirai e seus membros partidários. 


Fonte: Club-k.net