Luanda - Foi quase uma exigência, oriunda dos muitos adeptos do ASA, a abordagem deste tema da actualidade desportiva no Atlético Sport Aviação.

Fonte: SA


De facto, confesso, tive o grato prazer de acompanhar minuciosamente o processo eleitoral do Atlético Sport Aviação, não apenas na minha qualidade de sócio do clube, mas sobretudo pelas ligações familiares que me ligam quer ao Presidente cessante, quer à Presidente eleita, a Dra. Manuela de Oliveira.


Ao recusar-me mais cedo a uma abordagem directa do assunto nesta página - que me é com gentileza reservada há mais de uma década pelo SA - fi-lo convicto de que ofenderia à ética e à lisura jornalística, se, em plena campanha eleitoral para a renovação de mandatos, e depois dela, viesse a público tecer considerações directas, fazendo recurso desta página que me é então reservada. Contudo, este emblema do vigilante passivo agora se arranca, para dar lugar a uma explicação resumida da verdadeira história das eleições no ASA, contada por quem esteve de perto e na mira permanente dos grupos contendores. Chegou a altura de explicar, e o motivo é simples: corre muita deturpação da realidade dos factos, agora também na voz de certos comentadores desportivos com objectivos inconfessos no clube aviador.
Mas sublinho: só o interesse público do tema me move neste exercício literário. E faço-o, analisando o caso numa rigorosa perspectiva construtiva, para o bem do nosso desporto nacional.


As eleições que decorreram no ASA tiveram lugar no dia 28 de Abril de 2012 nas instalações da faculdade de arquitectura. Uma Lista Única venceu com 19 votos a favor da candidata, contra apenas 3 abstenções. No acto, participaram os sócios com as quotas regularizadas, num número apurado pela Comissão eleitoral e direcção cessante. Estes, de forma excepcionalmente rigorosa, apenas quiseram admitir ao pleito os sócios que estavam estatutariamente em dia.
O acto eleitoral decorreu sob os auspícios de uma comissão eleitoral, presidida por um dos mais experimentados homens dos desportos e de reputação inquestionável, o Sr. Mariano de Almeida.


As eleições no ASA nunca tinham sido tão rigorosas. No ano de 2008, por exemplo, estiveram na sala para eleger o presidente Zeca Venâncio, apenas cerca de 12 pessoas. Entretanto, para a eleição de Manuela de Oliveira agora em 2012, contaram-se 34 sócios com a situação regularizada. Destes, 23 se fizeram presentes.


Para que se saiba, no passado, as eleições no ASA conheceram quase sempre episódios de fraude como em mais nenhum clube se conhece. Os seus autores e actores, formam uma ala a que os adeptos designaram, e bem, de «Ala Dura». O mecanismo que sempre usaram os seus integrantes, foi-me revelado numa ocasião em que, no parque do clube, tais elementos da «Ala» preparavam uma grande fraude para apear a então pretendente ao cadeirão do ASA, a Sra. Nadir Ferreira. Ainda me recordo das artimanhas que o grupo quis fazer funcionar, caso aquela senhora viesse a concorrer.


Depois chegou a vez da candidata Manuela de Oliveira. O grupo, desfilando imponência entre os sócios e adeptos, conhecidos pela vaidade com que se exibiam nos campos desportivos devido as facilidades com que a TAAG nos tempos idos sempre os acarinhava com seus aviões - que aguardavam na pista o fim de cada jogo; a cedência quase ilimitada de bilhetes de passagem; os valores financeiros quase nunca justificados; os bens doados ao clube cujo destino nunca eram explicados em relatórios, etc. agora são contabilizados.


Esta tão «Dura Ala», cujos membros nunca aceitaram resultados eleitorais, senão quando realizavam alguma fraude bem sucedida, esta «Ala Dura» que nem sequer tomou posse em 2008 quando entre 12 pessoas tomaram o poder e as rédeas do ASA, (perderam portanto o direito de sócios à luz dos estatutos do clube) pretende agora impugnar as mais recentes eleições, que foram levadas a cabo de forma limpa e inédita para a história do clube.


As eleições que conduziram a «Ala Dura» do ASA ao poder em 2008, apenas contou com eles mesmos, sem qualquer Comissão Eleitoral, sem programa nem projecto Eleitoral, e tomaram depois parte na direcção alguns convidados (!) onde, para espanto da história do clube, o Presidente eleito nem sequer gozava de direitos de sócio! Confortados pela petulância gratificada pela passividade dos sócios e adeptos, viveram todo um período de graça de mais de 4 anos, num verdadeiro banquete financeiro, que deixou de rastos a organização. O ASA foi encontrado mergulhado em milhões de dólares em dívidas.


Um episódio de triste memória protagonizado pela referida Ala, me deixou marcas de revolta. Numa certa tarde, um dos seus integrantes me comunicou à boca cheia, que o ASA nunca seria gerido por uma mulher. Portanto, alegava o homem que está permanentemente evocando a sua portentosa riqueza empresarial, era importante que eu transmitisse à pretendente candidata Manuela, a necessidade do abandono da sua pretensão em se candidatar para o cadeirão do ASA, porque senão iria confrontar-se com a «Ala»…


E a partir deste dia, o ASA nunca mais conheceu a paz.


O modo de actuação do grupo tem sido de uma verdadeira carnificina psicológica contra a presidente eleita, os atletas e até algumas das instituições patrocinadoras. Agora acabam de atacar os patrocinadores.


Com a abundância de dinheiro que dizem possuir, contrataram um jovem advogado, que já vem de processos disciplinares junto da Ordem dos Advogados de Angola, o qual apostou toda a sua genica no sentido de apear a presidente eleita do cargo legitimamente conquistado, fazendo recurso hábil a um procedimento cível e administrativo junto do Tribunal de Luanda.


A juíza, convencida das boas intenções dos integrantes da «Ala», sentenciou a seu favor uma providência cautelar. O clube quase desabou de todo com a medida. Ao menos que deixasse o clube concluir o Girabola, ó juíza Benise Ventura! Senão veja: Do segundo lugar que ocupava no Girabola, o ASA desceu repentinamente para o 5º lugar; os jogadores desmoralizaram-se; o programa de revitalização do clube estagnou. Os prejuízos provocados aos adeptos e sócios são enormíssimos e irrecuperáveis, o que contraria o princípio jurídico e a essência da providência.


E mais: os abutres, com farejo canino para tomar partido oportunista com fins eleitorais, e que cobiçam o cargo máximo do clube, já deram início a uma precipitada campanha. É o caso de um certo comentarista desportivo, contra o qual foi já levantada queixa junto da TPA 2.


A intenção é concertada: apear a todo o custo Manuela de Oliveira do cargo de direcção do ASA. Vale, entretanto, a experiência e a demonstrada sapiência da mulher, perseguida por uma verdadeira matilha de lobos enfurecidos: a sua calma e um inesgotável sorriso de vitória! Nas nossas conversas de sala, tenho ouvido dela: não reajo a provocações! E assim, a «Ala» e seus apaniguados, lá vão levando uma merecida «coça» feminina.