Luanda - As eleições são um período de arrumação da casa e de nascimento de novas formas de socialização e até mesmo ideologias. Por isso não ficamos de fora do espanto desta realidade quando vimos surgir a Coligação CASA-CE, que imerge do nada! E transforma-se em poucos meses numa força política presente sendo uma alternativa para quem já insatisfeito com os antigos regimes não tinha escapatória.


Fonte: Club-k.net

Mais afinal o que esta na base de tanta popularidade e acesso por parte da juventude a esta nova ideologia politica?
A meu ver, os partidos tradicionais e históricos – FNLA, MPLA, UNITA- durante todo o percurso histórico até a presente data, não evoluíram nos seus sistemas democráticos internos, possibilitando que nascessem novas vozes e dirigentes dentro dos mesmo, permitindo que a exemplo do que é a realidade, fossem hoje jovens os líderes destes partidos políticos, já que a maioria parte da nossa população votante é jovem, senão a própria nação!


O MPLA apesar dos seus programas direccionados a juventude, continua a apresentar dirigentes com idade avançada de trabalho e de uma época em que os computadores não faziam parte da realidade social da população e o colonialista era o detentor do território, e por sinal, é o movimento que tem a melhor organização juvenil – JMPLA- porquê então existirem até como cabeças de listas dos programas de discursos provinciais ainda heróis de 4 de Fevereiro quando já estamos na era dos heróis de 2 de Abril?


A FNLA – desviado dos problemas da guerra civil, a sua juventude não se renovou e quase não se ouve falar do seu movimento jovem! E por sinal surgem duas figuras históricas do partido a discutirem ainda o poder, quando deveriam estar já numa posição de conselheiros, e de forma activa vemos no seu programa em espaço televisivo eleitoral como apresentador, um militante também em estado avançado de idade! Como se vai comunicar com a juventude do tempo do Hipod! Serão os seus anseios os mesmo destas novas mentalidades?


A UNITA – a meu ver a Unita tinha tudo para sair-se bem nesta de conflitos de geração se opta-se por uma democracia interna, aonde os conflitos não levariam a saída de Abel Chivucuvucu que já granjeava pelas suas palestras uma simpatia por parte da juventude, que entendeu este conflito como a não vontade de democracia interna dentro do seio do partido que também já vai perpetuando um líder que não quer sair do poder sem sentir realizado o sonho do palácio da cidade alta.


Angola tem uma juventude esfomeada de coisas novas, e a ver com a sua realidade, para uma certa geração construir chafariz, e colocar comboios a percorrer o país é sinonimo de desenvolvimento, mas será que esta nova gente de Angola não estará a espera de ver Angola a evoluir pelos metros eléctricos que fazem parte da sua geração, será que já não estão a ver a água sair no chuveiro em duas dimensões quente e frio, por questões a ver com as estações climatéricas, que alguns ainda julgam ser prazeres de ricos e esta juventude julgar ser condições básicas de habitabilidade!


E é aqui que reside a massa juvenil a correr em busca de discursos como de Abel Chivucuvucu e como eram os do BD que infelizmente não cortou a meta, discursos actuais, livres e sem imposição do medo de uma guerra que os culpados foram perdoados pela juventude que apenas anseia viver a sua geração um tanto usurpada pelos Heróis de 4 de Fevereiro.


A sociedade é dinâmica e hoje os jovens de 1980 já estão na casa dos 32 anos de idade, quando então é que teremos os jovens da década de 70 em lugares cimeiros se já os da década de 90 reclamam por casas e coisas novas que os da década de 80 não concordam por não terem estes benefícios também.


Vamos obedecer a evolução e ensinar bem a Democracia da sucessão, porque o que existe de conflito nestas eleições, são as visões ultrapassadas para um eleitorado dos tempos da Internet e Universidades privadas….