Luanda – O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considera que os órgãos públicos e privados "violam de forma grosseira e intolerante as leis que regulam o exercício do jornalismo em geral e em tempo de eleições". A conclusão consta de um relatório sobre a Monitorização da Media Angolana em Tempo de Eleições, apresentado na quarta-feira, 22, em Luanda, pela secretária-geral do SJA, Luísa Rogério.
Fonte: Lusa
No documento, referente às duas primeiras semanas de Agosto, entre os jornais analisados, o semanário privado Agora "é o único que manteve o equilíbrio" até à conclusão do relatório.
Segundo o relatório, os outros órgãos "beneficiam de forma explícita o Movimento Popular de Libertação de Angola", partido no poder, com largos destaques nos órgãos públicos e privados, e um semanário privilegiou a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral.
A título de exemplo, o relatório aponta que o estatal Jornal de Angola publicou no período em referência 26 notícias sobre o MPLA e 10 sobre a UNITA, o maior partido angolano da oposição. "Não é difícil perceber a razão que está por detrás desta cobertura, mas este aspecto será alvo de reflexão em próximos relatórios, com base nos resultados das conferências a serem promovidas pelo SJA no âmbito deste projecto de monitorização patrocinado pela Fundação Open Society"", lê-se no documento.
O relatório sublinha igualmente que o semanário Folha 8, apesar de quantitativamente dar atenção ao MPLA, no plano qualitativo oferece "tratamento privilegiado" à coligação CASA-CE. "A posição surpreendente em que o MPLA está decorre de uma enorme quantidade de factos negativos a si imputados e às figuras do partido", acrescenta o documento sobre o tratamento dado por este jornal ao partido no poder.
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