Benguela - Em primeiro lugar eu agradeço ao ente supremo por me ter concedido vida até ao momento, um momento interessante para exercer cidadania, mesmo que do tipo procedimental e não decisional.


Fonte: Club-k.net


De modo global eu estou plenamente feliz por pertencer e estar vendo as micro e macro marchas e manifestações, junto dos reacionarios, no ciclo nacional bem como no ciclo internacional que com outras sucedidas históricamente revelam o ímpeto da vontade amorososa de mudar Angola através de uma transferência racional da questão sim Senhor para à provocante interrogação porquê Senhor?


 Porém morreria feliz se um dia ouvisse e visse esta Angola cheia em seu tempo sócio-histórico de marchas, de manifestações: Marcha dos cupapatas e taxicista, dos jornalistas que se insurgem contra uma mídia opaco, marcha dos professores e alunos que aspiram por salas de aulas, e insurgentes ainda contra a escola que reproduz desigualdades sociais, marcha dos reprovados, marcha dos contra “gasosa”, marcha dos que querem servir e não podem, marchas dos que querem amar e não podem, marcha dos que querem ser e são oprimidos, marcha dos que se rebelam a determinadas formações políticas, marcha dos que se recusam à uma obediênçia servil, porém sou apologista de Paulo Freire, “as marchas são andarilhagem histórica pelo mundo”, e faço desde já a minha consideração e apelo aos politicos e académicos dessa terra, afogados pelo ostracismo, que vóis constituem uma das expressões mais forte da vida política e cívica desta Angola, para não falar de personagens históricas referencias, ligadas a politica angolana, considerados como desabusados e destrutores da ordem social, é preciso lutar no diálogo, brigar no bom sentido para que se alcançe o mínimo de transformação. O que quero efectivamente dizer selando este primeiro raciocínio é que além se estar feliz por fazer parte desta geopolítica, lamento tristemente saber que os autenticos nacionalistas, os princípais iniciadores da história desta nação não podem ver e sentir as referidas marchas-manifestações, e contra-manifestações, mas é claro, enquanto um ser homo-religioso estou feliz por estar vivo e saber que os “maninhos”, “compnheiros”, e outros lançados no risco político marcham e manifestam contra uma vontade reacionária histórica, implantada neste país, e o meu ensejo e apelo ao leitor deste texto é que se instalem neste país outras formas de marcha e manifestações.


Como por exemplo a marcha-manifestação pela sem vergonhiçe, a marcha-manifestação pela fraude académica, a marcha-manifestação pelo meio ambiente, e para o desenvvolvimento sustentável, a marcha-manifestação pela decençia, problema que fragilizar a estrutura moral efectiva ou vivida e a identidade nacional, todavia democratizando-se estas marchasmanifestações, afirmamos a nossa ontologia, a nossa dimensão cultural e passamos ao mundo fora à imagem de uma sociendade autonona e coerente ao que dizemos ser “país democratico”.


Óbviamente mesmo que pesquisas avançadas na area de sociobiologia sugerem a presença de comportamentos e traços culturais em animais irracionais, nenhum ser vivo do ponto de vista filogenético desenvolveu capacidades de adaptação à diversas circustancias sociais superando a capacidade humana, mas nem por isso, reafirmo que a adaptação é apenas um momento para o que Paulo Freire chamou de primeira fase de inserção do individuo no mundo, portanto as afirmações deste autor permitem-nos estabelecer uma clara distinção entre adaptação no mundo e inserção no mundo, pois a adaptação (conceito de referencia do ambito da Biologia ou sociobiologia e quisermos), é a adequação do organismo nas reais situações climáticas, geográficas bem como à condições materias e sócio-históricas, pelo que pode ser consciete ou inconsciente, e a inserção é a tomada de decisão no sentido de intervenção no mundo, portanto esta habilidade exige a aplicabilidade do raciocínio, pois, uma vez ajustado o corpo às condições naturais e objectivas, há que internaliza-lás construindo novos conceitos, não obstante operar no mundo e operar o mundo consoante estas construções que Vigostky chamou de ontogénia ou micro-genése, por isso mesmo eu recuso à posições fatalistas diante da história e dos factos, eu não aceito posição como: “A joventude está a beber muito e que a pobreza em Angola é um assunto antigo e portanto o meu pai já a encontro”; é uma pena que há tantos Angolanos morrendo de fome quando na realidade qualquer ideologia é passível de intervenção, alias, quem faz a história de um povo não são ideologias, quem faz a história de um povo é o próprio povo, na sua forma de pensar, sentir, e fazer, portanto eu não tenho dúvida de que a actual história de luta pela justiça explicita uma posição crítica de que se assume como sujeito da história, revela a superação da posição inicial adaptação, adequação, inclusive como uma forma de defesa, todavia uma das minhas preocuaçõe e razão de minha existencia e presença no mundo é isatamente a de querer como académico contribuir para uma ascenção crítica da possibilidade e passividade, para que se vai além dessa passividade no que estou chamando aqui de posturas rebeldes e criticamente transformadoras do mundo.


João Catchindele Ngumbe
Unikatyavala bwila-ISCED-Benguela
Terceiro ano Psicologia