Luanda – Foi a enterrar nesta quarta-feira, 22, em Luanda, o sub-inspector da polícia nacional Danilson Mateus Vieira, de 26 anos, supostamente morto por um colega da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), no sábado, dia 18, no município de Viana, junto à auto-estrada.

Fonte: Novo Jornal

Segundo fontes deste jornal, Dinilson Vieira, mais conhecido por “Rastejante”, e outros elementos da investigação criminal da divisão de Viana estavam infiltrados no seio de um grupo de marginais para a descoberta de alguns crimes, quando foram alvejados por elementos da Polícia de Intervenção Rápida.

“Os colegas da PIR não sabiam que havia elementos da investigação a trabalhar naquela zona, mas mesmo assim eles não tinham nada que fazer disparos até porque não houve troca de tiros entre polícias e marginais. Eles foram longe de mais”, lamentou um dos agentes que não parava de chorar a morte do seu companheiro.

A fonte, que presenciou o incidente, disse que os polícias da PIR fizeram mais de 30 disparos. Só não morreram mais pessoas porque os investigadores gritaram que eram colegas. “Não houve troca de tiros, o Rastejante morreu até com a pistola na cintura. Não houve troca de tiros, como agora querem passar a mensagem. Eles fizeram vários disparos e um deles atingiu o peito do colega”.

Questionado se os investigadores não usam coletes anti bala, a nossa fonte respondeu que não. “Nós não usamos coletes anti bala, porque não temos. Várias vezes questionámos os nossos superiores em relação a coletes e a resposta é que não há dinheiro para comprar esses equipamentos”.

A fonte acrescentou que o que mais deixou o pessoal da investigação triste é que a nova brigada criada pela polícia usa estes meios. “Têm pistolas novas, todos eles usam coletes, novos carros e nós não temos nada. Agora quem é que vai trazer a vida do Danilson de volta. Nesta situação toda quem perde é a família dele e os filhos que já não vão mais ter a presença do pai. Mas eles agem assim porque não são seus filhos, nem seus familiares”, desabafa. Segundo a fonte, se Danilson Vieira estivesse a usar o colete, a vida dele teria sido poupada.

Durante o velório, que aconteceu na Santa Ana, foi verificado o desânimo do grupo de colegas e familiares do malogrado que clamava justiça. “Não houve coordenação e achamos que alguém tem de vir a público explicar de concreto o que aconteceu, alguém tem de ser responsabilizado. Achamos que o ministro do Interior, Sebastião Martins, o comandante geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, ou a comandante de Luanda, um deles tem de vir a público dizer alguma coisa. As vidas das pessoas não se podem tirar assim, como se fosse um animal”, frisou a fonte.

O malogrado foi atingido com um tiro no peito e teve morte imediata. O jovem estava colocado na divisão de Viana, onde chefiava a brigada de investigação criminal deixa viúva e quatro filhos.