Luanda - Em plena fase da campanha eleitoral, um pouco por todo o País vive-se um verdadeiro clima de terror, reforçado com presença ininterrúpta da polícia de intervenção rápida nas principais avenidas e esquinas de todas as cidades do País, particularmente as da Província da Lunda-Norte.

Fonte: Club-k.net


Mediante este quadro assustador, cujo fundo psicológico é o de amedrontar os eleitores e concomitantemente influenciá-los a votar no partido e candidato no poder em clara violação à lei orgânica sobre as eleições gerais de 31 de Agosto de 2012, sendo Angola um País democrático e de direito, considerando que já passaram 10 anos desde que - pela conjugação de esforços de todos os angolanos - alcançamos a tão almejada e preciosa PAZ, que afinal não se circunscreve apenas pelo simples cessar fogo ou na desminagem de campos agrícolas, tão-pouco pelo silêncio de canhões nem mesmo pelas inaugurações interesseiras de infraestruturas sociais tais como: Aeroportos, Estações de Caminhos-de-ferro, etc., que obviamente são feitas com os fundos do Estado que pertencem única e exclusivamente ao povo angolano, que por ironia ou por ignorância, o mesmo povo diz: agradecemos ao querido Presidente JES, por nos ter dado... A verdadeira PAZ é aquela que vem de dentro, sem imposições nem malabarismos que os cidadãos atentos já conhecem; não é a PAZ de simulação, quando no interim se apregoa políticas de cerco à emancipação e desenvolvimento do angolano genuíno, com restrição acérrima aos meios de comunicação social, à formação e saúde de qualidade e males sem fim que enfermam a verdadeira democracia angolana, com vil pretexto de manter o povo desinformado e descultuado, cujo objectivo único, permanecerem no poder a todo custo!


A verdadeira PAZ, vem do espírito, isto é; depende de uma reconciliação real e profunda entre irmãos, afinal aos erros do passado todos foram culpados, aqui não há santo A ou santo B; todos mataram, todos destruíram. Agora temos todos algo em comum que nos une, nos guia e nos purifica de todos os erros do passado, a Lei, a Carta magna angolana na qual todos escrevemos directa ou indirectamente.

Depois de uma década de PAZ, continuamos a assistir constantemente a vários momentos de agressão física, emocional e até mesmo legal, político-administrativa, ao único bem não-material que representa e dignifica os Estados modernos, a Democracia, o que levou-me a inquirir o seguinte:

a) - Quando é que teremos em Angola, as Forças Armadas e Policias a partidárias?


b) - Quando é que em Angola democrática, as armas serão definitivamente depositadas nos Quartéis e ou em unidades Policiais?


c) - Quando é que teremos em Angola, a verdadeira Polícia amiga do povo e de proximidade? Porque a realidade tem se contrastado e de que maneira com a demagogia barata: Polícias há que matam impunemente; não sabemos se fazem-no por livre e espontânea vontade ou a mando de alguém, claro do partido que tudo faz e desfaz a seu belo prazer, M; usam e abusam do poder sob olhar impávido e sereno do Arquitecto da Paz, do seu governo e dos seus comparsas...


d) - Quando é que em Angola, o senhor todo poderoso deus-da-terra JES/MPLA, vai dizer basta ao mecânico fenómeno "Gasosa"?
- Se apresentares queixa à alguma esquadra policial, para o oficial-dia disponibilizar o carro do giro à busca do infractor, tens de pagar (dar) gasosa;
- Se pretenderes abrir um negócio, para veres o Alvará a tempo, tens de pagar (dar) gasosa;
- Se quiseres ingressar à uma Universidade pública, tens de dar (pagar) gasosa;
- Se quiseres conservar o corpo do seu familiar falecido na morgue do hospital do Chitato, para além da obrigatória gasosa, tens de comprar mais 200 Litros de gasóleo para o gerador, mesmo com orçamento pré-estabelecido e acima de tudo, sob cumplicidade das autoridades Municipais ou Provinciais.

Enfim, são tantas e constantes violações punidas pela Constituição Angolana no papel mas impunes na prática quotidiana.


Ademais, nesta Província (Lunda-Norte), nos últimos dias da campanha eleitoral, está acontecer algo estranho ou próprio de psicopatas; senão vejamos:


Os donos deste País, todos os dias reclamam da invasão silenciosa do nosso solo pátrio pela imigração estrangeira ilegal, especialmente pelos Ccongoleses-democráticos. Para minha surpresa, aqueles que ao longo desses anos todos têm repatriado os violadores das nossas fronteiras, hoje são os mesmos a registarem os cidadãos da RDC com direito a Cartões Eleitorais, consequentemente instruídos a votarem no maioritário no próximo dia 31.

Por isso, não é preciso muita ginástica, nem é necessário ser inteligente ou universitário para ver que em Angola, as Eleições Democráticas contradizem o Cenário parcial implantado pelo regime da utopia, bordado de intolerância política e arrogância da farda e armas, que a todo o momento fazem desterrar do Cemitério da PAZ, o fantasma da guerra que aos poucos vai tomando o lugar de um clima de PAZ propriamente dito.

Com este cenário ilusório, não me resta mais nada senão dizer com muita mágoa que seguramente no próximo dia 31, Eleições sim, mas não serão Livres,  Justas, tão-pouco Democráticas, porque o cenário bélico e parcial, infelizmente assim declara.

Até quando a Democracia em Angola, no sentido lato da palavra?!

Falou e disse o cidadão atento!