Luanda – O líder da UNITA, Isaías Samakuva, disse esta quarta-feira, 29, em Luanda, que vai pedir um encontro com o presidente do partido no poder, José Eduardo dos Santos, para propor o adiamento das eleições gerais, marcadas para sexta-feira. "Vamos propor um encontro com candidato José Eduardo dos Santos para mais uma vez resolvermos esta situação", afirmou Samakuva a jornalistas angolanos e internacionais, na presença de centenas de apoiantes, nas instalações do partido em Viana, arredores de Luanda, acrescentando que o documento deve ser entregue na quinta-feira, véspera da votação.
Fonte: Lusa
"Temos privilegiado o diálogo, a nossa vontade e o nosso interesse em preservar a paz", prosseguiu o líder do maior partido de oposição, garantindo que, se as partes falarem, "a paz e a estabilidade são possíveis". "Se acharem que não é necessário, então, nessa altura, não podemos ser responsabilizados pelo que vier a acontecer", afirmou, numa declaração interrompida pelos apoiantes que gritavam "vamos lá, vamos lá".
Samakuva prometeu manter os jornalistas sobre a resposta do partido do Governo: "Estejam atentos", disse ainda aos jornalistas e apoiantes o presidente da UNITA, que tem alertado, ao longo da campanha que terminou, para irregularidades no processo eleitoral. "Este é o pior processo eleitoral de sempre. Se foi deliberado, não posso dizer, mas não há condições para as eleições depois de amanhã (sexta-feira), insistiu o dirigente político, que disse te ouvido relatos de "coisas incríveis" e ter provas delas: "É vergonhoso."
O secretariado político da UNITA esteve reunido entre a chegada de Samakuva, proveniente da província do Bié, e a proclamação do que considerou uma "importante declaração aos angolanos". "Queremos assumir as nossas responsabilidades perante os angolanos e o mundo", disse ainda Samakuva, acrescentando que o seu partido tem "todo o interesse" em participar nas eleições, desde que se corrijam os erros e se respeite a lei.
A UNITA denunciou no último mês irregularidades em curso nas eleições gerais de 31 de Agosto, a respeito de cadernos eleitorais, acreditação dos delegados de lista e cópias das atas síntese no fim da votação em cada mesa, tendo apresentado as suas queixas à Comissão Nacional Eleitoral, que, no entanto as considerou "infundadas".
Na segunda-feira, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala disse que, a persistirem as alegadas irregularidades eleitorais, o partido do Galo Negro não reconhecerá legitimidade ao futuro Governo que resultar deste escrutínio.