Benguela - A enorme expectativa que rodeava as eleições gerais em Angola que se realizaram nesta sexta-feira, 31/08. No final, lágrimas e frustração de centenas, se não mesmo de milhares de cidadãos com idade eleitoral, na província de Benguela, viram o seu direito quartado. Em causa estão as irregularidades nos cadernos eleitorais.

Fonte: Club-k.net

ImageMuitos eleitores registados na cidade capital daquela província, que haviam escolhido em votar em locais junto as suas residências, viram os seus nomes a saírem em listas das assembleias fora da província de Benguela. Como são os exemplos de Pedro Júlio, Fernando Lino e Esmeraldo Lurdes que viram os seus nomes publicados em assembleia na cidade de Lubango, província da Huíla. Um deles entre lágrimas disse estar muito aborrecido com tudo que estava a acontecer, uma vez que esta seria a primeira vez que deveria exercer o seu direito, mas lhe foi roubada a vontade de eleger os futuros deputados, bem como, o futuro Presidente da República.

"O que faço agora? Não conheço ninguém naquela província. Mesmo que tivesse não tenho dinheiro para me deslocar ao Lubango. Isso já não são eleições", desabafou, aos jornalistas, Pedro Júlio.

Outros eleitores, sobretudo da zona A e B da cidade Benguela, que compreendem os bairros do Kotel, Kamolamanga, Nossa Senhora da Graça, entre outros... Muitos debateram-se com um problema semelhante, ou seja, parte dos votantes viram os seus nomes a saírem em assembleias de voto nos bairros 17 de Setembro, 11 de Novembro e 4 de Abril, localizados em zona oposta. Para se deslocarem foi preciso a intervenção do comité municipal do MPLA que alugou perto de 10 autocarros no sentido de transporta-los, mas com a condição de votarem no 2.

Este cenário obrigou a que muitos eleitores se deslocassem a sede da Comissão Municipal Eleitoral no sentido de manifestarem o seu descontentamento. Em determinados momentos o clima agudizou-se, havendo mesmo a necessidade da intervenção da polícia nacional que evitou o pior.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da Comissão Provincial Eleitoral, João Evangelista Basílio disse que aquela instituição podia fazer nada em relação as irregularidades acima citadas. De acordo com João Basílio, todos os cidadãos que os seus nomes saíram fora das suas localidades deviam arranjar meios de se deslocarem a fim de cumprirem com o seu direito de voto.