Luanda - Os jovens fundadores da plataforma na internet "central 7311" prometem não desistir da sua luta, apesar de mais uma derrota nas eleições gerais angolanas, que consideram pouco transparentes e fraudulentas.

Fonte: DW

Quatro dias depois das eleições e depois de mais uma vitória muito clara do regime de José Eduardo dos Santos, chegou a altura, para os jovens revolucionários, de parar para pensar. Valeu a pena a luta? Ou será melhor desistir? Em entrevista à DW o rapper e ativista Carbono Casimiro mostra-se determinado e afirma que a luta é para continuar.

“Vamos continuar a trabalhar. Eu não acredito que nenhum de nós tenha ficado frustrado, pelo contrário”, afirma Carbono Casimiro. “ Nós queremos que o movimento abranja toda a juventude, queremos que em toda a Angola haja jovens com espírito crítico”, acrescenta.
Será que Angola mudou depois destas eleições? Luaty Beiräo, conhecido também pelo nome artístico de Ikonoklasta responde com a mesma determinação, “não sei dizer se as eleições marcam cisão entre ontem e amanhã, mas Angola está a mudar”.

“José Eduardo dos Santos não vai ter o mandato que queria”

Teka Pedrowski é outro dos jovens que se juntou ao movimento contestatário. Durante as eleições colaborou na recolha de dados de cidadãos em todo o território angolano, que reportavam irregularidades. Os dados que foram inseridos numa página na internet que dá pelo nome de centralangola7311.net. Agora chegou o momento de fazer um primeiro balanço. “As eleições servem de lição para nós, estamos a aprender, vamos ver como será o próximo passo”, afirma.

“José Eduardo dos Santos não terá um mandato como queria, ele pensava que se poderia legitimar, mas isso não vai acontecer”,salienta Teka Pedrowski. “ A máscara caiu, as coisas ficaram pior, principalmente pela forma descarada com se fez a fraude”.

Para além do trabalho político de consciencialização e de ações de protesto, os jovens prometem ainda continuar com a vertente artística, nomeadamente com a música. “A vertente musical é uma das carruagens do nosso movimento e não vai ficar para trás, vamos continuar”, enfatiza Carbono Casimiro