Benguela - Em África os mais velhos são sempre considerados bibliotecas vivas. São os intérpretes e executores da vontade dos ancestrais na distribuição da riqueza, festas, heranças, orientação e resolução de diversos problemas. Têm sempre uma palavra a dizer sobre seca, estiagem, feitiçaria e outros. Os mais velhos são símbolos da preservação da cultura, da história, dos valores, da união e da coragem. As suas vozes transmitem grandes liçoes da vida.

Fonte: Club-k.net


A política angolana como arte de governar está inundada de muito mais velhos que de diversas formas, lugares e épocas contribuíram para que o Pais caminhasse a “ libertação total”. O pretérito político ilustra a “diabolizaçao” dos outros e as teorias da auto-vitimação.


As sagradas escrituras exibem determinadas pragas como consequências de comportamentos adversos a vontade divina. Em linguagem simples praga é sinónimo de amaldiçoar outrem. Desejar o mal aos outros… Diz-se que quando uma mãe por qualquer motivo amaldiçoar o seu filho de certeza que irá acontecer.


Fora desses conceitos e crenças ” universais e consensuais” sobre a “tese da nossa discussão”. Dizíamos que nós os jovens presentes a muito que claramente já herdamos a pobreza como afirmou o JES no entanto a geração da luta da independência e da opressão colonial está inequivocamente a nos deixar um legado triste da desunião, da selecção da elite, do desprezo ao próximo e da insensibilidade entre irmãos.


Iremos aos factos, nutro imenso respeito e consideração por muitas figuras angolanas nos partidos políticos, na sociedade civil … a todos os angolanos independentemente das suas crenças, vontades e desejos. A mafia angolana entenda-se a imprensa pública (minha opinião muito pessoal pois os mafiosos têm características peculiares actuam sempre fora dos marcos da lei, sem óculos podemos observar as suas barbaridades, que digam as redacções!).


É democrático e normal que cada um se expressa de livre vontade. Todo mundo já se cansou de censurar os órgãos públicos de comunicação social porem o nosso pensamento arrasta-se por sabermos que ilustres figuras que durante a minha vida toda marcaram-me positivamente, adoro-lhes. Como Sebastião Isata, Mário Pinto de Andrade, Luis Neto Kiambata só para citar esses, que fique bem claro. Não nos apresentamos contra as suas pessoas nem tão poucos as suas ideias e militância partidária. Apenas sentimos falta de razoabilidade nas vossas reflexões. Por exemplo “Samakuva tem que explicar porque a Unita pediu ajuda aos Sul-africanos”!, “a Abel Chivukuvuku tem uma maquina para contar votos” Luis Neto Kiambata  in  Africa magazine RNA.


 Essas constatações e preocupações São legítimas para a compreensão da vida política angolana perdem-se no oceano do esquecimento porque para ter aceitação e crença os seus argumentos precisariam de reforços. Muito bom! Perguntar também a outros líderes angolanos por exemplo as conclusões do inquérito sobre o 27 de Maio que foi liderada por JES. O rigor é um requisito essencial a imparcialidade e isenção partidária para o caminho da cientificidade. Apesar dos seus “desvios necessários”. Continuo a admirá-lo pra mim, aos mais velhos só retiro o mais importante.


Quanto ao Mário Pinto de Andrade no seu “show argumento” segundo a qual Casa de Abel é o mais perdedor parece que não corresponde a verdade. Vejamos nas primeiras eleições em 1992 o PRS superou a FNLA ocupando o terceiro lugar. O arsenal político dos “filhos de Holden Roberto” era imperdoável! Nestas eleições de 2012 a Casa cilindrou o PRS. A casa não tem perfil histórico político para dizermos que perdeu. Diz-se que em política não há coincidência. Agora as aspirações de Chivukuvuku não são a nosso ver o referencial da derrota pois qualquer um o faria tendo ou não pernas para andar. A nossa referência deve ser os dados das eleições de 2008, quem possuía 81% e agora possui 71,82%? Quem tinha 192 deputados e agora possui 176 deputados? A Unita que tinha 16 passou para 32 deputados. A Casa de nada ficou com 8 deputados. Sejamos coerentes!


Quanto ao Doutor Sebastião Isata (meu eterno professor não de carteira mas da vida) continuarei a creditar na sua consciência e expurgar tudo aquilo que for maléfico nas suas palavras. Sei que a imensidão da sua sabedoria vencerá. São pequenos deslizes oportunos. Quando a nova turma de analistas militantes ligados a casa civil e militar segundo o agora senhor deputado Nfuka Muzemba em debate via Rádio Mais. Aconselho prudência. Entendo que a vossa aparição pública sem contraditório é muito prejudicial a vossa qualidade intelectual. Diminui a vossa reputação era bom sentir o calor de um debate!


Não me passaram qualquer procuração para falar em nome da juventude angolana todavia não poderemos herdar linguagens ofensivas grátis ou baratas que criam conflitos sejam de quem vier. O lema colonial “ dividir para melhor reinar” caiu em desuso. É essa a praga que não nos podem deixar.


 Parafraseando Agostinho Neto de Cabinda ao Cunene , um só povo e uma só nação.


Domingos Chipilica Eduardo