Luanda - Já lá vai o tempo em que os partidos procuravam esclarecer ao eleitorado suas ideias e princípios que segundo os mesmos fariam funcionar o país e tira-lo do marasmo em que se encontra atualmente, também apaixonadamente muitos de nós trazíamos ao debate nossas ideias e opiniões para que o país politico não andasse a uma só velocidade.

Fonte: Club-k.net

Porém tudo se alterou e apesar de ainda vivenciarmos momentos truculentos em matéria de avaliação politica, o país de hoje já vive e respira a nova legislatura e em face desta nova realidade que se inicia, é muito importante que o governo, as oposições e o povo entrem em sintonia e busquem um denominador comum para ajustar as diferenças que os separam.


OS MOTIVOS DA DISCÓRDIA ELEITORAL EM ANGOLA NÃO PODEM PARARLISAR O PAÍS POLITICO.


Todos os angolanos que se presem em sê-lo necessitam nessa altura de muita serenidade e sabedoria para administrar as diferenças e não permitir que divergências venham atrapalhar o crescimento e desenvolvimento do país politico que temos e que infelizmente é deveras corrosivo, cheio de falhas, erros e de um turbilhão de mentiras politicas exclusivista.  O país esta a atravessar um período delicado e os angolanos devem ater-se as necessidades daqueles que lhes são próximos para que possa prevalecer a serenidade neste novo período que angola e os angolanos estão atravessar, também os motivos da discórdia eleitoral em angola não podem paralisar o país politico.


Por este motivo coloco aqui algumas ressalvas, creio ser necessário estarmos atentos as controvérsias que surgiram e sendo assim buscarmos a moderação e ponderação dos nossos atos e atitudes no futuro que aguardam todos os angolanos.


Aos partidos das oposições que não conseguiram galgar o pódio eleitoral resta agora aceitar e reconhecer a vitória do MPLA JES obtida nas mesas de voto, pois apesar de haver acontecido divergências em alguns setores, no geral as eleições em Angola aconteceram pacifica e ordeiramente, sendo que o povo exerceu e documentou a sua vontade.


Sabemos que nem tudo ocorreu como devia, mas cabe agora a TRIBUNAL CONTITUCIONAL juntamente com os responsáveis das oposições apurarem os fatos e corrigi-los a contento e em tempo reparar as incongruências acontecidas que são inúmeras e grosseiras que se pode apelida-las com total certeza de fraudulentas sem medo algum de errar.


Sabe-se também que o resultado não agradou a muitos, mas não se pode divergir da grandeza em número de votantes do partido do MPLA JES e que apesar de serem muitos, também possuem muito mais anseios partidários que os demais eleitores dos demais partidos.


Cabe agora às oposições assumir o seu compromisso junto ao país global sendo que os dirigentes das oposições possuem responsabilidades com seus eleitores, pois estes lhes depositaram a sua confiança e não poderão falhar nesta hora de sentimentos vários.  Ressalto existir uma flagrante necessidade de troca de liderança no partido da governação para que os processos eleitorais subsequentes deixem de ser viciados e digo ainda que, para um excelente gestor não é bom para o seu desempenho que fique mais de oito anos na mesma função, pois corre o risco de tornar-se disfuncional nas suas responsabilidades na gestão país.


Portanto, faz-se necessário o reconhecimento imediato do vencedor e não buscar picuinhas que não possuem força necessária para invalidação das eleições, pois querendo ou não, ainda a maioria depositou a sua confiança no MPLA JES e não nas oposições.


É necessário que as forças vivas do país se unam para que as mudanças realmente venham a acontecer e isto dependera apenas daqueles que se elegeram lideres do povo. Ao partido da governação vai um veemente apelo a moda de conselho de um companheiro distante, parem definitivamente de constranger o povo com perseguições, raptos, matanças apenas e só por serem pobres e também por não haver convergências de opiniões em relação as suas necessidades, que não mais se persiga injustamente alguém apenas por não compactuar das vontades e dos gostos do presidente JES e da sua CASA MILITAR que mais parece um exercito paralelo no país que é de todos angolanos.


Os angolanos não precisam mais morrer simplesmente por não compactuar com as vontades do partido MPLA JES nem com a sua governação ou mesmo com presidente JES, podemos sim nos expressar livremente em praça publica, pois é através das diferenças que se alavancam o crescimento do país com politicas de inclusão que proporcionem o nascimento de uma grande nação, a nação angolana que tarda.


Por este motivo aludo ao presidente JES que diligencie junto da sua CASA MILITAR para que esta pare de perseguir, prender, torturar e matar angolanos genuínos simplesmente por pensarem diferentemente dos membros do partido do MPLA JES.


Nos países que tentamos imitar para vivenciarmos em angola um país livre, democrático e de direito, as secretas nacionais servem para vigiar estrangeiros não para torpedear, ameaçar, torturar, matar e mandar matar o cidadão nacional autóctone, os valores em matéria de segurança nacional em angola estão invertidos, vigia-se e maltrata-se o cidadão angolano e privilegiam-se os estrangeiros ladrões e corruptos em detrimento do cidadão angolense.


Fala-se que somos um país livre democrático e de direito, porem na verdade os angolanos vivem a mais de 37 anos num país que permanentemente coloca os seus cidadãos em um estado de sítio, angola não é de facto um estado democrático e direito uma vez que os direitos do cidadão de fazer valer as suas ideias, e as sua necessidades pessoais e ou coletiva são inexistentes, pois o sistema trata de transformar o cidadão reivindicador de direitos como sendo autor de crimes de subversão politica e de traição nacional sujeitando o cidadão a todos os tipos de castigos inimagináveis só vistos nas piores ditaduras.


Na verdade o que temos em angola é a existência de um estado de policia, onde reside nas esferas da justiça um estado silencioso (judiciárista), onde se sobressai superlativamente a olhos nus um prevalecente estado judiciário em detrimento flagrante do estado de direito na aplicação da justiça, e quando assim acontece o país descamba para um estado de policia sem direitos, sem liberdades e sem garantias.


O respeito tem de ser mutuo para sermos respeitados devemos antes de tudo respeitar os direitos de todo cidadão sem exceção, portanto para ganharmos o respeito das pessoas devemos respeita-las primeiro afinal JES é o guardião desses direitos que maldosamente são obstruídos ao povo pelo próprio representante maior do país e o exemplo tem de vir sempre de cima.


 Para se angariar o respeito e a admiração dos populares, é nesta hora que as oposições deveram demonstrar inteligência e humildade para fazer prevalecer no parlamento e fora dele como uma voz a ser ouvida e, com discernimento e bom senso buscar através da argumentação política a sustentação necessária para que o povo seja comtemplado com uma digna governação, pois em democracia quem ganha governa e quem perde fiscaliza.


O povo pode e deve participar em manifestações quando assim se fizer necessário através de plebiscito e abaixo assinados ou qualquer outro meio que se fizer necessário, onde os seus representantes documentam suas aspirações e que estas sejam a fotografia da realidade a ser alterada e assim todos juntos participaremos das mudanças de que tanto carece o país real. As mudanças não são fáceis e também não são indolores, mas cabe a cada um dos atores politicas nacionais escolherem a maneira como isto acontecerá e, se não for tomada nenhuma providência agora por parte desta nova legislatura para que esta mudança aconteça não restará Angola para nossos filhos e netos.


A todos os dirigentes de partidos das oposições vai um recado bem forte. Se Angola esta agora na situação que se encontra não é só por culpa do MPLA, mas sim por culpa de todos afinal o Srs. Estão na liderança das oposições há mais de 12 anos e permitiram que a situação chegasse até onde chegou.


Uma oposição que se prese, atua em todos os momentos relevantes que surgirem no país e não apenas em momentos para divergir do modo de governação, mas também para convergir, buscando tender para um ponto em comum e fazendo com que as mudanças sejam eletivas. Não adianta apenas falar do partido da governação, pois aprendemos que quando julgamos os atos de outrem estamos apontando o dedo para os nossos próprios atos isto é, estamos a olhar para nosso próprio espelho.


Pergunto o que foi feito pelas oposições durante estes doze anos para parar com os abusos a corrupção o roubo e as matanças que estão instauradas na atual Angola?


Onde estão às exigências ao governo MPLA JES da parte das oposições que levassem a criação da alta autoridade contra a corrupção prometida por JES? Onde estiveram às oposições no debate politico parlamentar para exigir do poder a criação de um tribunal superior eleitoral? Onde paravam as oposições que não ousaram atuar coletivamente em defesa dos partidos BLOCO DEMOCRATICO PDP-ANA E O PP para que esses partidos fossem participes das falecidas eleições?


Onde esteve a coragem das oposições que se furtarão a ajudar os jovens nas manifestações que aconteceram no nosso país? Senti eu e a maioria do cidadão angolano em geral e em particular o cidadão luandense na sua maioria, que a UNITA a CASA CE e o PRS procederam igualmente como o partido repressor o MPLA de JES, foi ilustrativo o comportamento classista e elitista desses três partidos face ao acontecido na nossa praça politica.


Não adianta acusar ou outros se somos todo participante deste ato de má gestão da nossa politica domestica.


Os lideres das oposições devem sim despir-se de suas rivalidades e juntos buscarem e hegemonia necessária para que a democracia seja exercida, pois já provaram que possuem o respaldo de uma muito grande parcela da população.


Atento especialmente para Dr. ISAIAS SAMAKUVA o Dr. ABEL EPALANCA CHIVUKUVUKU e o Dr. MWANGANA, esta é a grande hora de demostrarem que realmente querem a mudança na administração de Angola.


Os Srs. Drs. devem ao povo o respaldo da confiança depositado nas vossas pessoas. Mudar é difícil e para mudar é necessário ação e não mais promessas.  Durante doze anos o povo viveu da promessa de uma boa governação e também de uma boa oposição e, se o resultado não possui equilíbrio e não esta satisfatória é porque as duas partes falharam.


Não esta na hora agora dos Srs. Buscarem junto ao parlamento um movimento que realmente faça a diferença para o futuro de Angola?


Meus caros participantes da oposição e do MPLA as mudanças estão em vossas mãos e basta apenas haver a união entre os congressistas em busca de um futuro melhor para os angolanos. Ao MPLA, com seus novos integrantes do parlamento, que estejam certos que não é a vontade de uma só pessoa que deve prevalecer, mas sim as necessidades do povo e do país. Embora sejam a maioria não queiram buscar tirar proveito da posição que ocupam desfavorecendo assim o crescimento de Angola.


Sejam patriotas e não oportunistas como têm sido até os dias de hoje, façam a real diferença e deixem suas marcas para a posteridade e preparem o país para o crescimento de sua economia, busquem alternativas para promover empregos e dignidade para a população.  Saibam utilizar o dinheiro do petróleo para subsidiar a agropecuária e a indústria fazendo com que o povo retorne as suas cidades de origem e possam sair da miséria que se encontram. O povo necessita urgentemente de empregos para fazer com que a economia de Angola se desenvolva e o petróleo não é uma fonte geradora eterna.


É necessário desenvolver a indústria, mas não a tirem e sim a deem ao angolano e não a coloquem nas mãos dos estrangeiros principalmente não as coloquem nas mãos dos portugueses com quem nada mais temos a aprender senão o que já aprendemos com eles que são à força da intriga politica, o neocolonialismo, o servilismo déspota, o nepotismo, o oportunismo, o vampirismo das nossas finanças internacionais e a promoção da corrupção e do roubo na nossa terra.


Nossos filhos são jovens capazes de iniciar a jornada industrial que tanto Angola necessita, mas cabe ao governo o incentivo independente do partido a que pertença, pois não é a camisola vermelha que faz o angolano, mas sim o seu sangue que corre nas veias.

Raul Diniz