Luanda -  Os partidos que recusaram as regras da democracia e nem sequer tiveram a delicadeza de felicitar os vencedores das eleições gerais acabam de sofrer uma aparatosa derrota. O Tribunal Constitucional rejeitou liminarmente os seus argumentos e mostrou aos angolanos e ao mundo que além de não terem razão, não têm ética política e respeito pelo regime democrático. Em relação à UNITA e ao PRS já se sabia há muito tempo a sua linha política. A CASA-CE é estreante neste jogo em que os participantes apenas têm como objectivo desacreditar o regime angolano.

Fonte: JA

Os partidos reclamantes têm dado exemplos de profunda impreparação política e a sua prática resvala quase sempre para um populismo perigoso, primário e de braço dado com o despotismo mitigado por um discurso neoliberal, por mais que se queira parecer com o “Change” um Barack Obama, que surge encoberto em promessas grandiosas mas impossíveis da concretizar.

UNITA, PRS e CASA-CE não quiseram nas eleições saber de coerência, de respeito pelo jogo democrático, de política com princípios, da independência nacional como último reduto da defesa de valores ameaçados por uma globalização que desembocou no mais selvagem dos capitalismos, sem regras, sem regulação, sem sistemas de alarme quando estão em causa as condições concretas que dão sentido à liberdade. Para os partidos que puseram em causa a estrondosa vitória de José Eduardo dos Santos e o MPLA, não interessa nada a reconstrução nacional, as escolas, os hospitais, as habitações sociais, as estradas, os portos, os aeroportos, a reconstituição dos circuitos de produção e distribuição, o arranque imparável da agricultura como forma de debelar a pobreza.

O que interessou à UNITA foi apresentar Angola como um Estado à imagem e semelhança dos seus sonhos. Durante toda a sua acção Isaías Samakuva pôs em causa vezes sem conta o Poder Judicial. E na hora da derrota, recorreu ao Tribunal Constitucional para julgar o seu receio de mostrar quanto representa em mobilização popular e a sua preferência pelas conferências de imprensa que lançam para o exterior do país a mancha da mentira. Samakuva propala aos sete ventos que os Tribunais em Angola não são independentes. Mas para alimentar a propaganda negativa contra Angola e embaciar ainda mais a sua imagem como país livre e independente, não hesita em recorrer ao Tribunal Constitucional, apenas para alimentar noticiários hostis nos países que continuam à espreita de submeter os angolanos e transformar Angola numa colónia.

A UNITA não perdeu credibilidade com a “impugnação” dos resultados eleitorais. Apenas perdeu uma oportunidade de se redimir dos erros do passado e honrar os votos que recebeu nas eleições gerais de 31 de Agosto. Quem promete 500 dólares de salário mínimo nacional num país a sair dos escombros da guerra e sem quadros técnicos, sem investigação e desenvolvimento, sem quadros médios e intermédios, sem operários especializados para pôr a funcionar uma província, não pode ter muita credibilidade.

Chivukuvuku está na mesma situação, talvez um pouco pior, porque teve muito tempo para perceber que a UNITA é um beco sem saída e as suas políticas apenas conduzem ao desastre. Ninguém pode acreditar num político que passa a campanha eleitoral a ofender gravemente o seu adversário. E muito menos pode dar credibilidade ao presidente de uma coligação que tem no seu programa máximo refazer o mercado informal Roque Santeiro.

Ou que manda um seu subordinado assinar a venda da província de Cabinda, na ânsia de conseguir mais um punhado de votos ou um deputado. Um líder político que ameaça demitir os responsáveis das empresas públicas que recusem empregos aos jovens é um déspota sem pés nem cabeça. Ao recorrer ao Tribunal Constitucional da estrondosa derrota mais do que anunciada, apenas caiu no ridículo.

Quanto a Kuangana, basta recordar a sua campanha eleitoral mostrando preocupantes afinidades com a extrema-direita mundial e as promessas de fazer um Estado em cada quimbo e de cada soba um gestor. Samakuva, Kuangana e Chivukuvuku perderam as eleições, mas com a derrota de ontem perderam um pouco mais do respeito da sociedade e dos que lhes confiaram os votos.
Quem não sabe perder, não merece entrar no jogo democrático.

As decisões do Tribunal Constitucional comprovaram o que declararam os observadores nacionais e internacionais e sobretudo respeitaram a vontade de milhões de eleitores que deram a José Eduardo dos Santos e ao MPLA uma grande vitória. Não é fácil ganhar eleições contra todos e num clima de crise mundial. Parabéns aos vencedores e honra aos vencidos que souberam perder. Aos que apostam na destruição, que aprendam as lições.