Luanda – O líder da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, disse na última segunda-feira, em Luanda, que esta formação política vai tomar posse na Assembleia Nacional, apesar dos resultados fraudulentos das eleições de 31 de Agosto.

Fonte: Lusa

A posição consta de uma declaração política, que Abel Chivukuvuku leu à imprensa, num primeiro posicionamento após o acórdão do Tribunal Constitucional, que valida as eleições de 31 de agosto, considerando "improcedentes", o recurso apresentado pela CASA-CE, a UNITA e o PRS sobre o resultado do pleito eleitoral.

"Apesar dos resultados definitivos das eleições gerais de 31 de agosto de 2012 não corresponderem à verdade e à vontade expressa por grande parte dos angolanos, a CASA-CE assume a sua obrigação histórica, de corresponder positivamente aos desígnios dos eleitores angolanos, que almejaram ver a CASA-CE a participar nas instituições públicas angolanas, defendendo os seus interesses e direitos", refere a declaração política sobre as eleições gerais.

Nessa declaração, a CASA-CE refere ainda que "acata e respeita" o acórdão do Tribunal Constitucional, "apesar de o considerar injusto, incoerente e faltando a verdade". "A CASA-CE considera e declara que o processo eleitoral de 2012 não foi justo, transparente ou credível", salienta o documento.

Na fase de perguntas e respostas, Chivukuvuku rejeitou a classificação de "ambígua e contraditória" a posição da CASA-CE, justificando que cumpre apenas o desejo dos cidadãos que votaram para aquela força política. "A busca da verdade é compatível com a participação nas instituições. Os cidadãos que votaram para a CASA, votaram porque queriam que a CASA participasse e provavelmente como Governo nas instituições da República e a CASA tem a obrigação de respeitar essa vontade dos cidadãos", referiu.

O líder da terceira força política mais votada nestas eleições (6,00%) disse ainda que, a CASA-CE "assume a responsabilidade patriótica de se manter firme nos seus ideais políticos e de continuar a luta na busca da verdade e da justiça".

"Para tal, a CASA-CE vai fazer uso de todos os meios políticos, nos planos nacional e internacional, no quadro da Constituição e da Lei vigentes na República de Angola e do Direito internacional, visando a plena institucionalização em Angola de um verdadeiro Estado democrático e de direito", acrescenta.

O responsável salientou ainda que a CASA-CE tem neste momento técnicos que estão a realizar a avaliação da viabilidade destes recursos a instituições internacionais, que defendem os direitos políticos e civis dos cidadãos quando são violados. "O que queremos é e busca da verdade simplesmente. Temos noção de que não vai repor mais nada do que já foi em termos de processo eleitoral, mas a necessidade de buscar a verdade ajudará o futuro deste país", frisou.

Os três partidos que contestam os resultados são a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que elegeu 32 deputados (18,6%), a CASA-CE, com oito deputados (6,00%) e o Partido de Renovação Social (PRS), com três deputados (1,70%). O partido mais votado foi o MPLA, que governa o país desde a independência, em 1975, tendo obtido 71,84 por cento dos votos e eleito 175 deputados.