Luanda – A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), terceira força política do país, criticou nesta segunda-feira, 08, a falta de energia eléctrica e água na capital angolana, considerando que se trata de um "assunto de Estado". Em conferência de imprensa, Abel Chivukuvuku manifestou a "profunda indignação" desta força política "por esta situação que está a afectar a vida de milhões de pessoas, particularmente as populações mais pobres".

Fonte: Lusa

A CASA-CE, tendo em conta o "nível dramático" que a situação atingiu, considerou tratar-se de "um assunto de Estado" já que a sua resolução "claramente extravasa as competências das empresas públicas EDEL, EPAL, ENE e até mesmo o ministério de tutela".

"A CASA-CE lembra que Angola tem à sua disposição condições climatéricas ideais para a opção por energias renováveis, tais como a eólica e a solar", sublinhou Abel Chivukuvuku.

Segundo o líder da terceira força política mais votada nas eleições gerais de 31 de agosto (6,00%), a governação implica "previsão, antecipação e programação, por isso não é aceitável que fenómenos naturais comuns sejam utilizados hoje como desculpa para a incompetência do Governo".

"Há Estados que, comparativamente, têm menos recursos hídricos e conseguem com competência e boa governação providenciar água e luz elétrica aos seus povos", frisou Chivukuvuku.

Há mais de duas semanas que o fornecimento de energia elétrica à capital angolana está a ser feito com restrições, registando-se períodos de cortes de mais de 48 horas, devido ao baixo nível da albufeira da barragem hidroelétrica de Capanda.

Relativamente ao fornecimento de água, a Empresa Pública de Águas (EPAL) informou aos consumidores que os cortes de energia nos dias 29 e 30 de setembro afetaram a distribuição para alguns bairros de Luanda.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, a EPAL referiu que o estado atual do rio Kwanza tem afetado a produção de energia a partir da barragem de Capanda, o que fez com que as estações de bombagem de Kasseque e de tratamento de água da região de Kikuxi estivesse algumas horas sem energia, implicando a necessidade de recuperação de níveis e posterior arranque.

A nota acrescenta que como consequência foram afetados os consumidores dos bairros Prenda, Alvalade, Cassenda, Mártires de Kifangondo, Cassequel, Terra Nova, Popular, Palanca, Golf I e II, Calemba, Praia do Bispo, Cidade Alta, Calemba II, Ruas Amílcar Cabral, Sapu II, 1.º Congresso e alguns fontenários do Calemba II e bairro 14 de Abril.

A EPAL, sem indicar uma data para a reposição do normal fornecimento de água, informou que "esforços estão a ser feitos para o equilíbrio e melhoramento da quantidade e qualidade de água a distribuir".