Lisboa – Até aos meses que antecederam  as eleições de 31 de Agosto de 2012, o Serviço de Inteligência e Segurança de Estado de Angola empregou métodos de vigilância electrónica e humana (Comint e Humint)  que o remeteram em acções de infiltração na UNITA.

Fonte: Club-k.net

O êxito do SINSE, nos seus múltiplos esforços para penetrar na UNITA, na véspera da preparação do pleito eleitoral, foi o recrutamento de um dirigente da direção deste partido opositor. Através do mesmo, um “desk” ,  acompanhado  por um alto  funcionário do SINSE, Mateus Sipitali,  teve  acesso  a relatórios e actas de  reuniões do maior partido da oposição.

Por efeito de  "cover action",  o   núcleo duro   de Isaías  Samakuva,  obteve evidencia  das  penetrações que ocorriam nas suas hostes  e realizou   reuniões    que induziriam  ao SINSE obter pela mesma  via   informações   incorretas sobre a sua estratégia  eleitoral.  O SINSE, baseado em dados em sua posse, suspeitava  que  a UNITA dispunha de um avantajado  plano anti-fraude  ao qual teve  dificuldades no acesso. O Serviço de Inteligência   revelou-se  inapto  em  interceptar /detectar   operações da UNITA que resultou no acompanhamento de um grupo de técnicos  do Ministério da Segurança da China   despachados para uma operação de manipulação de “software” eleitoral em Angola.

A estratégia eleitoral da UNITA estava, por questões de segurança,  nas mãos de três altos dirigentes, e contava   com  uma   assessoria  estrangeira  habilitada em  desmantelamento de fraudes eleitorais. O partido do  "Galo Negro"   formou estruturas dirigidas por antigos oficiais dos seus extintos  serviços de inteligência  destinadas a anular “cover action” do SINSE.  Desde então, o  maior partido da oposição passou a ver na Segurança de Estado angolana  como uma estrutura  vulnerável.

Em vida, Jonas Savimbi partilhava o mesmo entendimento.  Em 1998, os seus  homens  instalaram de forma clandestina   em Luanda uma “residentura” de Inteligência   que tinha acesso, em primeira mão,  relatórios sobre a situação militar e da  oposição armada de então, que eram   assinados  pelo General Mário Plácido Cirilo de Sá «ITA», na altura,  Chefe dos Serviços de Segurança Militar.  A UNITA, tinha  na altura, a noção de que a Segurança angolana “os conhecia mal e produziam relatórios imprecisos para JES”.

Tema relacionado:

 SINFO em dificuldades para controlar direcção da UNITA

Samakuva “reactiva” Brinde