Luanda – O líder da (extinta) formação política União Nacional Angolana-Partido Terra (UNA-PT), Luís Gonzaga Teca, convidou no passado dia 12 do mês em curso, em Luanda, o presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, para um encontro – a ter lugar no exterior do país – a fim de debaterem questões relacionados com o estado actual da nação.

Fonte: Club-k.net

Num comunicado tornado público, Luís Teca salienta que o seu homólogo (JES) pode escolher o local do encontro. “Na qualidade do presidente da 4ª Transição do Regime de Salvação Nacional e presidente da UNA-PT convido o senhor presidente do MPLA para um encontro a ter lugar no exterior a um país neutro a ser sugerido pela Vossa Excelência”, lê-se no último parágrafo do referido comunicado.

Mais uma vez, o Club-K pública na integra a mensagem enviada ao líder do partido dos “camaradas” pelo intitulado "presidente da 4ª Transição", Luís Gonzaga Teca. 

Presidente da 4ªTransição do Regime de Salvação Nacional

Dirijo-me ao povo angolano residente e na diáspora e a comunidade internacional;

Senhor presidente do MPLA, Eng.º José Eduardo dos Santos, o povo angolano vai mais uma vez ouvir o seu pronunciamento. Desta vez na Assembleia Nacional depois do escrutínio sórdido de 31 de Agosto de 2012.

Como chefe partido político maioritário no parlamento, com 71,4%, o MPLA, seu partido, em função da modificação apressa da Constituição de 1992, portanto a Lei Constitucional 23/92, pelo senhor em 2010, depois da denuncia feita pelos dirigentes da 4ª Transição da Salvação Nacional em 2009, as promessas que vai fazer ao povo sobre a melhoria das condições das populações será uma repetição das promessas feitas há mais de 33 anos, desde que o senhor esta à frente dos destinos deste país.

A miséria e o desemprego não cessam de aumentar. O balanço que podemos fazer hoje é o seguinte:

1. Angola é o país com custo de vida mais elevado de África;
2. Angola é o 11 país mais corrupto do mundo;
3. Angola não conheceu reinserciamento populacional desde 1973, ninguém sabe quanto somos e a desculpa foi sempre a guerra;

Senhor presidente do MPLA está no poder desde 1979, ou seja, há 33 anos sem nunca ter sido eleito uma só vez. A crise social esta cada vez mais a aumentar e agravar o sofrimento das populações;

No parlamento vai mais prometer o quê? Se as suas promessas nunca foram cumpridas. Como por exemplo;

1. A distribuição permanente de água e luz apesar de Angola possuir fontes suficientes de energia, tanto, barragens e de recursos hídricos;
2. O índice elevado de doenças endémicas, por exemplo, a malária, doença de sono etc., e a falta de medicamentos e alimentação nos hospitais;
3. Habitações precárias, casas económicos mal construídas, a cidade fantasma de Kilamba é uma vergonhosa em termos de custo. Um apartamento orça cerca de 180 mil dólares;
4. Exclusão de quadros não pertencente ao MPLA na gestão dos assuntos públicos;
5. Falta de apoio supletivo ao empresariado angolano, só aparecem indicações eleitoralistas como foi o caso recente nas eleições gerais de 31de Agosto de 2012;
6. O antigo combatente que devia merecer o carinho e a protecção do estado não encontra resposta no seu dia-a-dia;
7. Inquéritos anunciados e nunca tornados públicos sobre os assassinatos de pessoas indefesas e nunca foram esclarecidos. Como foi o caso do deputado Nfulupinga N’Lando Victor;
8. De ponto de vista político constitucional, Vossa Excelência não cumpriu com a sua promessa de não se candidatar mais as eleições e sabotou o acórdão de 2005;

Senhor presidente do MPLA, a África em geral e Angola em particular que é o nosso país, não precisam de homens fortes, mas sim de instituições fortes e democráticas para o seu desenvolvimento.

Apesar do senhor presidente do MPLA, Eng.º José Eduardo dos Santos, ser um dos mais ricos de África, Vossa Excelência não tem capacidade financeira para puder indemnizar as famílias enlutadas e as populações que vivem na miséria e no desemprego desde que está no poder a 33 anos. Porque a promessa é uma divida e o nosso petróleo esta hipotecado.

Portanto, reiteramos as nossas mensagens de 15 de Agosto e de 25 de Setembro de 2012, que o senhor deve abandonar o poder que ocupa pela força desde 1979, e que o Tribunal Supremo ordene a instalação da 4ª Transição a fim de se organizar estados gerais do país. Gerir os assuntos correntes enquanto se espera a implantação de novas instituições e resolver definitivamente a questão de transferência total e efectiva da soberania entre Portugal e Angola.

Neste contexto, na qualidade do presidente da 4ª Transição do Regime de Salvação Nacional e presidente da UNA-PT convido o senhor presidente do MPLA para um encontro a ter lugar no exterior a um país neutro a ser sugerido pela Vossa excelência.

Luanda, aos 12 de Outubro de 2012

Luís Gonzaga Teka