Luanda - Outra defesa, que começa a ser indefensável  nos corredores do “Kremlin” é o da figura de Pitra Neto. Também aqui ninguém o assume publicamente mas o Novo Jornal apurou que não foi com bons olhos, que os principais dirigentes do MPLA viram o seu antigo vice-presidente rejeitar a proposta para exercer as funções de Ministro da Justiça.

Fonte: NJ

“Não estou interessado”- terá respondido o decano dos nossos Ministros. Não foi a primeira vez que o fez. E se tivesse sido convidado para o Parlamento, a resposta não teria sido diferente. “Estou desiludido” – disse ao Novo Jornal, um membro do bureau político do MPLA, para quem é estranho que a única vocação governativa de Pitra Neto seja apenas o sector do emprego e segurança social…

O que, todavia, muita gente não sabe é que o emissário do Presidente encarregue de convencer Pitra Neto a aceitar o cargo de Ministro da Justiça, de regresso, a meio da viagem, amputou parte da resposta completa que deveria ter sido transmitida ao Presidente. Ficou por dizer o que disse Pitra Neto: “Quero ficar aqui mas só mais um ano”. E, está tudo dito…

O que muitos leitores talvez não saibam também é que a liderança da bancada parlamentar do MPLA esteve para mudar de liderança. Por esta razão, Virgílio Fontes Pereira, “Gigi”, que é acusado pelos seus companheiros de bancada, de ser arrogante e vaidoso, chegou a ser apontado como principal candidato à substituição de Guilhermina Prata.

Acontece, porém, que “Gigi” não fazia parte das contas do Presidente. Como também não fazia parte das contas de Eduardo dos Santos, a ideia, proposta pela direcção do MPLA, da sua bancada vir a ser liderada por Higino Carneiro. Posta de lado esta proposta, o Presidente preferiu incumbir este general na reserva de ir agora desbravar as terras do Kuando-Kubango.

À segunda proposta, o Presidente também chumbou o nome de Norberto dos Santos, “Kwata Kanawa”, para assumir a presidência da bancada do MPLA em alternativa a Higino Carneiro. O antigo Ministro para os Assuntos Parlamentares foi enviado para Malange para substituir um ex-governador a quem a população, cansada de tanta vaidade e distanciamento, apelidara de “manequim”…

E, assim se compor parte do novo ramalhete governativo. Quem lá esteve, sabe como são as regras e como funcionam os códigos: “Esta é a minha proposta de governo, quem não estiver de acordo, podese candidatar”. Está tudo, legitimamente, também dito. Nem tudo pode ser sempre paisagem…